EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO COM RESTRIÇÃO DE FLUXO SANGUÍNEO NA FORÇA MUSCULAR E NO TROFISMO DE MEMBROS SUPERIORES EM INDIVÍDUOS COM OU SEM DISFUNÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS: REVISÃO SISTEMÁTICA
Restrição de fluxo sanguíneo. Kaatsu. Treino de oclusão. Oclusão vascular de membro superior. Ensaio clínico.
INTRODUÇÃO: O treinamento com Restrição de Fluxo Sanguíneo (RFS) é uma modalidade de exercício resistido de baixa carga, sendo amplamente utilizado em diversos ensaios clínicos, que têm como desfechos a força e trofismo de membros superiores, porém com uma quantidade limitada de revisões sistemáticas que trabalham na sumarização dos seus resultados. OBJETIVO: Realizar uma revisão sistemática levando em conta os desfechos força muscular e trofismo no treinamento com RFS em membros superiores de indivíduos com ou sem disfunções musculoesqueléticas. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de uma revisão sistemática, conduzida de acordo com as recomendações do Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). As bases de dados utilizadas foram Medical Literature Analysis and Retrieval System Onlline (MEDLINE), Scientific electronic library online (SciELO), Physiotherapy Evidence Database (PEDro), SCOPUS, Science Direct e Cochrane Central Register of Controlled Trials. RESULTADOS: Foram incluídos 18 estudos, dentre os quais 13 estudos possuíam entre risco incerto a alto risco de viés e outros 5 estudos apresentavam baixo risco de viés. Na força muscular isotônica e/ou isométrica, houve diferença entre os grupos experimental e controle em 4 estudos, dentre eles 1 com grupo controle de alta carga e outros 3 com grupos controle com protocolo idêntico sem RFS, não sendo observadas diferenças significativas entre os grupos de 12 estudos , sendo que 5 estudos entre eles, utilizaram cargas elevadas em seu grupo controle e outros 7, um protocolo idêntico sem RFS. Dentre os estudos, 8 avaliaram trofismo e não houve diferenças entre os grupos, sendo que 3 deles utilizaram cargas entre 75 a 80% de 1 repetição máxima (1RM) em seu grupo controle e outros 5, um protocolo idêntico sem RFS. CONCLUSÃO: Quando se trata de membros superiores, treinamentos de baixa carga com RFS, podem promover ganhos de força e trofismo semelhantes aos protocolos de alta intensidade sem RFS , e que protocolos com RFS não apresentam diferenças significativas nos desfechos força e trofismo em relação a protocolos idênticos sem a RFS. Entretanto, a aplicação de RFS em membros superiores pode proporcionar ganhos de força no ombro, superiores aos protocolos de baixa carga sem RFS, desde que sejam utilizados pelo menos dois exercícios para os músculos do ombro (agonistas).