PPGPS/CCHLA/UFRN PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA SOCIAL CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES Téléphone/Extension: Indisponible
Dissertation/Thèse

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2010
Thèses
1
  • FATIMA RAQUEL ROSADO MORAIS
  • A humanização no parto e no nascimento: os saberes e as práticas no contexto de uma maternidade pública brasileira

  • Leader : MARTHA AZUCENA TRAVERSO YEPEZ
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ANA CECILIA DE SOUZA BITTENCOUT BASTOS
  • ISABEL MARIA FARIAS FERNANDES DE OLIVEIRA
  • MARTHA AZUCENA TRAVERSO YEPEZ
  • RAIMUNDA MAGALHÃES DA SILVA
  • SIMONE DA NOBREGA TOMAZ MOREIRA
  • Data: 22 févr. 2010


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  • As práticas em saúde relacionadas ao processo gestacional tendem a se organizar de acordo com o contexto e os espaços assistenciais, os quais são dependentes das condições socioeconômicas e da estrutura física e funcional dos serviços. A elevada morbimortalidade nesse processo desencadeou, desde 1986, a reflexão pela Organização Mundial de Saúde (OMS) quanto aos aspectos técnicos e às iniquidades sociais que influenciam essa situação em diferentes contextos, culminando nas recomendações que propunham a reorientação da dinâmica assistencial com foco na maternidade segura. O Brasil adota, no ano 2000, as sugestões da OMS, enfatizando a humanização como eixo orientador das ações. Contudo, essa discussão tende a desconsiderar os problemas das iniquidades locais e os condicionantes epidemiológicos e sociais que definem as ações no Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sentido, esta pesquisa objetivou analisar as práticas de cuidado e o universo simbólico que permeiam a assistência ao parto e ao nascimento no SUS. Então, além da análise dos documentos públicos que lidam com essa temática, foi desenvolvido um estudo etnográfico em uma maternidade em Natal (RN), considerada modelo para a humanização após ter recebido o prêmio Galba de Araújo, em 2002. Nessa etapa, as estratégias metodológicas foram a observação participante, o grupo focal e a prática da entrevista individual com trabalhadores e usuárias do serviço. Na análise dos dados, evidenciou-se que os diferentes atores, os profissionais e as mulheres em parturição, tendem a mostrarem-se alheios aos contextos que delimitam a produção e reprodução das práticas em saúde, o que favorece a ausência de uma postura crítica diante das ações destinadas à população. Além disso, ficou evidente que as dificuldades institucionais, associadas às questões econômicas, culturais, políticas e de gestão, também dificultam o envolvimento e a reflexão dos trabalhadores em favor de mudanças assistenciais para o processo. Há também a utilização de uma perspectiva prescritiva da humanização no fazer cotidiano desses atores sociais, sem uma reflexão acerca do seu significado. Alguns trabalhadores apresentam em seus posicionamentos uma preocupação com os aspectos sociais e econômicos que afetam as práticas em saúde e com as limitações do discurso humanizador, que desarticula as necessidades dos envolvidos nesse contexto. Todavia, possivelmente por questões culturais e relacionadas ao processo de formação, logo tendem a retornar ao discurso da humanização enquanto prática caridosa caracterizada pela minimização das ações intervencionistas. Já as usuárias mostram-se passivas diante da dinâmica dos serviços, submetendo-se ao que lhes é oferecido enquanto assistência, sem questionar e/ou refletir acerca das suas carências usuais. Assim, pensar em mudanças no saber/fazer em saúde destinadas ao parto e ao nascimento implica refletir a produção cotidiana dessas práticas e os contextos sociais que influenciam o processo assistencial em saúde. Dessa forma, seria possível antever a apropriação, pelos diferentes atores, dos seus anseios e necessidades, fazendo-os ativos na busca pelos seus direitos de cidadania. 

2
  • RENATA MEIRA VERAS
  • Práticas institucionais/discursivas acerca dos cuidados com os bebês prematuros e/ou de baixo peso: o Programa Canguru.

  • Leader : MARTHA AZUCENA TRAVERSO YEPEZ
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ANA CECILIA DE SOUZA BITTENCOUT BASTOS
  • GEORGE DANTAS DE AZEVEDO
  • ISABEL MARIA FARIAS FERNANDES DE OLIVEIRA
  • MARTHA AZUCENA TRAVERSO YEPEZ
  • NADIA MARIA RIBEIRO SALOMÃO
  • Data: 23 févr. 2010


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  • O Programa Canguru foi implantado no Brasil em 2000 através de uma política pública do Sistema Único de Saúde (SUS), sustentado sob a retórica da humanização dos serviços de saúde. Este programa adota a prática de colocar o bebê prematuro e/ou de baixo peso em contato pele a pele com sua mãe com o intuito de fortalecer o vínculo afetivo entre mãe e bebê, incentivar o aleitamento materno e promover maior segurança nos cuidados com seu filho. As mães usuárias do SUS são, dessa forma, solicitadas a residirem na maternidade, participando dos cuidados com o bebê, até sua alta. No entanto, constatou-se, em observações prévias, que a participação no Programa Canguru tem sido geralmente uma imposição para essas usuárias. Assim sendo, procurou-se interpretar os ‘textos’ que permeiam o desenvolvimento da prática Canguru. Essa pesquisa foi realizada através de dois estudos: 1) exploração histórica do conceito de maternidade e análise de como a maternidade é apresentada no módulo do documento oficial que orienta o programa; 2) análise da dinâmica institucional que permeia o Programa Canguru, enfatizando o estudo acerca do processo de trabalho dos profissionais da saúde e a compreensão da percepção das usuárias sobre sua estadia na maternidade e sobre a dinâmica de atendimento. Destaca-se que a relação entre esses dois estudos permitiu a compreensão da forma que os discursos podem influenciar o comportamento dos profissionais de saúde e que implicações os discursos destes têm na prática cotidiana do atendimento em saúde. A pesquisa, fundamentada na metodologia da Etnografia Institucional, considera as práticas e experiências como socialmente organizadas, procurando entendê-las na sua dinâmica e interdependências. A perspectiva adotada para a análise documental, como também para o estudo dos dados qualitativos construídos na pesquisa empírica, foi a análise do discurso. A pesquisa mostrou que embora o Programa Canguru venha demonstrando resultados positivos, tanto em relação à economia de recursos quanto aos aspectos psicológicos e biológicos do bebê, por outro lado ele falha em considerar a complexidade social, econômica e cultural das mães e as limitações estruturais do sistema de saúde pública. O documento oficial deste programa apoia-se na racionalidade médica e econômica, cuja concepção centra-se no modelo biomédico hegemônico e nas condições de vida e estruturação de família de uma população que não é usuária do Sistema Único de Saúde. Essa dissonância dificulta o sucesso do programa, uma vez que suas ações são planejadas e criadas sem consideração às condições de vida e experiências das pessoas que fazem uso desse serviço. Com relação à dinâmica institucional, observou-se que, embora alguns profissionais se diferenciem no tratamento com as usuárias, a maioria deles desconsidera o papel ativo da mãe nesse método de intervenção, utilizando, inclusive, o poder institucional como forma de controle social para manter as mães desinformadas sobre a possibilidade de deixar a maternidade. Por outro lado, a pesquisa mostrou que as mães veem o programa como uma obrigação e não uma opção que implique em momentos prazerosos no ambiente hospitalar. Ressalta-se, assim, que a implantação deste programa requer não só a presença e o treinamento para o bom atendimento da equipe de funcionários, como também deve ser levado em consideração a complexa rede de determinantes sociais da saúde que podem influenciar na participação das mães no programa. Discutir e problematizar o cotidiano de programas como esse se constitui, dessa forma, um exercício de reflexão sobre cidadania e governança, permitindo espaços para a melhoria dos programas de saúde pública. 

3
  • LUCIANA FERNANDES DE MEDEIROS
  • NERVOS: REDE DE DISCURSOS E PRÁTICAS DE CUIDADO NA ATENÇÃO BÁSICA NO MUNICÍPIO DE NATAL/RN

  • Leader : MARTHA AZUCENA TRAVERSO YEPEZ
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ANA ALAYDE WERBA SALDANHA PICHELLI
  • ANA KARENINA DE MELO ARRAES AMORIM
  • ISABEL MARIA FARIAS FERNANDES DE OLIVEIRA
  • LILIANA DA ESCÓSSIA MELO
  • MARTHA AZUCENA TRAVERSO YEPEZ
  • Data: 26 févr. 2010


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  • A atenção básica e uma de suas principais estratégias, o Programa Saúde da Família (PSF), se configuram como a porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS). Dessa maneira, boa parte dos problemas de saúde incidentes e prevalentes na população adscrita deve ser resolvida nesse nível de atenção, incluindo o sofrimento psicológico e a denominada queixa de nervoso. Nervos e nervoso denotam uma complexidade que nem sempre é bem compreendida pelos trabalhadores de saúde, de maneira que o cuidado a esse tipo de problema geralmente é inadequado. O alto índice de queixas, o uso e abuso de psicotrópicos e o encaminhamento a psicólogos e psiquiatras é o dado mais comum em relação ao tema do nervoso. Nesse sentido, o objetivo geral desse trabalho é analisar a rede de discursos e de cuidados no atendimento ao sofrimento psicológico que se expressa como nervos, no cotidiano da atenção básica do SUS. Mais especificamente, identificar como os princípios e diretrizes da atenção básica se expressam no contexto institucional local; investigar o posicionamento dos trabalhadores de saúde diante do sofrimento psicológico e das queixas de nervos, e analisar as diferentes ações e práticas de cuidado realizados nas diferentes Unidades de Saúde diante de queixas como nervos. A perspectiva teórico-metodológica adotada no trabalho foi a Etnografia Institucional. Essa abordagem busca compreender e analisar as relações institucionais em determinado contexto considerando as influências socioestruturais e as relações de poder, bem como as práticas e os discursos cotidianos. A partir de entrevistas com trabalhadores de saúde, conversas informais e observações em seis Unidades de Saúde com equipes do PSF de diferentes distritos sanitários do município de Natal/RN, foi possível constatar que o índice de queixas de nervos é alto. O encaminhamento a psicólogos e psiquiatras, bem como a prescrição de psicotrópicos aparecem como a intervenção mais comum nesse nível de atenção. Em geral, os participantes se queixam da falta de conhecimento especializado sobre o tema da saúde mental, bem como relatam as dificuldades em cuidar das pessoas em sofrimento psicológico. Há ainda o problema das condições de trabalho e da falta de apoio institucional que dificulta a realização de ações de prevenção de doenças e promoção à saúde, as quais devem ser realizadas nas Unidades de Saúde participantes, tais como reuniões de hipertensos e idosos, caminhadas, visitas, rodas de conversas e terapia comunitária. Contudo, nem todas essas ações visam o cuidado ao sofrimento psicológico. Observa-se que o apoio matricial, estratégia metodológica de supervisão e acompanhamento para os casos de saúde mental, ainda não está totalmente implantado na rede municipal. Mas, é um dispositivo que vem sendo utilizado por psicólogas em algumas Unidades de Saúde do município. Constata-se que as práticas de cuidado aos problemas de nervos dependem do envolvimento do trabalhador com as diretrizes do PSF, além do apoio sistemático, quando disponível, de outro profissional que funciona como apoiador matricial.  

     

2009
Thèses
1
  • FERNANDA FERNANDES GURGEL
  • Participação de Moradores no Programa de Coleta Seletiva em Três Bairros de Natal/RN: Explorando Determinantes Socio-Ambientais
  • Leader : JOSE DE QUEIROZ PINHEIRO
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ARIANE KUHNEN
  • FRANCISCO JOSÉ B. ALBUQUERQUE
  • JORGE TARCISIO DA ROCHA FALCAO
  • JOSE DE QUEIROZ PINHEIRO
  • JOÃO ALBERTO FERREIRA
  • Data: 17 avr. 2009


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  • O propósito deste estudo foi investigar a participação do morador no programa de coleta seletiva de lixo domiciliar na modalidade porta em porta existente em Natal-RN. Buscou-se compreender se essa participação é decorrência de compromisso próambiental do morador, apesar de a concepção do programa por seus gestores ter sido fortemente embasada na criação de trabalho e renda para os catadores. A coleta de dados envolveu três bairros da cidade e foi realizada em três etapas, de estratégias metodológicas complementares (observação, questionário e entrevista), com destaque para a auto- e hetero-avaliação realizadas, respectivamente, por moradores e catadores. Identificaram-se as condições sócio-demográficas, situacionais/contextuais e disposicionais que determinam a adesão do morador ao programa. Verificou-se que a separação e entrega do material é o tipo de participação mais freqüente dos moradores no programa, o que demonstra que eles se apropriam pouco do processo decisório, participando de modo passivo. Existem duas motivações principais para a participação no programa: ambiental e social. Embora a primeira seja a mais freqüente, constata-se pouca conscientização ambiental associada ao processo, o que pode ser reflexo de uma mera reprodução do discurso pró-ambiental vigente. A motivação por questões sociais se apresenta fortemente relacionada à ajuda ao próximo/filantropia. Conhecimento apresentou-se como um indicador importante para a participação, que também sofre influência das redes sociais, formadas por vizinhos, parentes e amigos. Pode-se concluir que, a despeito de o desenho do programa enfatizar o social, alguns moradores percebem também o benefício ambiental embutido, possivelmente como fruto de um conhecimento oriundo de fontes externas ao programa. Programas de educação ambiental, que minimizem o argumento do desconhecimento como justificativa para a não-participação, e ações que aproximem gestão municipal e população deveriam ser promovidos, a fim de que se decida conjuntamente sobre as atividades que buscam a sustentabilidade.
2
  • FREDERICO LEAO PINHEIRO
  • O dispositivo alta nos Centros de Atenção Psicossocial/CAPS: loucura, vida e organização social

  • Leader : MAGDA DINIZ BEZERRA DIMENSTEIN
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • EDUARDO MOURÃO VASCONCELOS
  • LIÉGE UCHÔA AZEVEDO DE RAAÚJO
  • MAGDA DINIZ BEZERRA DIMENSTEIN
  • MAURICIO ROBERTO CAMPELO DE MACEDO
  • SILVIO YASUI
  • Data: 25 juin 2009


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  • O presente trabalho propõe uma análise da Reforma Psiquiátrica no Brasil, tendo em vista sua configuração atual de política pública, a partir de uma pesquisa realizada com trabalhadores de um Centro de Atenção Psicossocial III (CAPS) e junto ao coletivo gestor da Rede de Atenção Psicossocial (REAP) do município de Aracaju. Tal análise se desenvolve como uma investigação da “alta” nos referidos serviços, não como um procedimento, mas como um dispositivo a partir do qual podem ser articulados diferentes elementos: usuários, saberes, quadros e procedimentos técnicos, medidas de polícia, decisões jurídicas, leis, edificações de serviços. Isso sob o pano de fundo da articulação entre a alienação mental e a alienação do sujeito de direito, nos modos como tal articulação se desdobra nas relações entre loucura, cidadania, práticas de internamento e práticas substitutivas. Nossa investigação sobre o dispositivo “alta” desenvolveu-se pela construção de narrativas, como uma análise do discurso de inspiração foucaultiana, tendo em vista a perspectiva de alguns dos principais operadores do dispositivo, os trabalhadores e gestores. Os principais aspectos que pudemos observar foram: As articulações do dispositivo alta em duas grades discursivas, a Reforma como proposição de tratamento em substituição ao internamento e a Reforma como proposição de inserção jurídica e exercício de direitos dos usuários; o exercício dessas duas grades discursivas tendo em vista as práticas de trabalhadores e gestores; destacou-se a transferência de limitações e contradições desses dois discursos para os operadores do dispositivo, ora responsabilizados pelas limitações e dificuldades encontradas, ora coagidos pelo seu papel institucional a colocar em andamento relações de dominação articuladas pelo dispositivo; finalmente, alguns aspectos nos quais os operadores do dispositivo, ao serem convocados a exercer certas relações de poder, foram capazes de resistir, articulando outras relações de poder a partir do próprio dispositivo, ao que chamamos, com Agamben, de profanação do dispositivo.      

3
  • VIRGINIA DONIZETE DE CARVALHO
  • Resiliência e socialização organizacional de novos servidores: um estudo transcultural

  • Leader : LIVIA DE OLIVEIRA BORGES
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ANTONIO ROAZZI
  • FRANCISCO JOSÉ B. ALBUQUERQUE
  • JORGE TARCISIO DA ROCHA FALCAO
  • JAIRO EDUARDO BORGES-ANDRADE
  • LIVIA DE OLIVEIRA BORGES
  • Data: 18 nov. 2009


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  • O objetivo geral do estudo foi analisar a relação entre a resiliência e a socialização organizacional dos novos servidores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU), confrontando os resultados obtidos numa perspectiva de análise transcultural. A amostra (N=205) foi constituída por novos servidores docentes e técnico-administrativos não tutorados da UFRN (N=72) e da NTNU (N=63) e tutorados da UFRN (N=70). Os instrumentos utilizados na coleta de dados foram: o Inventário de Socialização Organizacional (ISO), a Escala de Resiliência para Adultos (RSA) e uma ficha sócio-demográfica. Considerando que os respondentes são provenientes de diferentes culturas, os procedimentos de análise dos dados foram precedidos de testes para a verificação da ocorrência de diferentes estilos de resposta entre os mesmos. Para a identificação e comparação dos resultados de socialização organizacional e de resiliência entre os participantes foram realizadas análises descritivas e aplicação de testes t. Análises de regressão hierárquica foram desenvolvidas, sendo que as primeiras envolveram todos os respondentes (N=205), com o intuito de observar a capacidade preditiva dos fatores de resiliência em relação aos de socialização organizacional, além dos efeitos da nacionalidade, da ocupação e da experiência de tutorização. Posteriormente, tais análises foram conduzidas, separadamente, para os novos servidores docentes (N=109) e técnico-administrativos (N=96); e, para os novos servidores tutorados (N=70) e não tutorados da UFRN (N=72) e não tutorados da NTNU (N=63), visando a comparar a capacidade preditiva da resiliência em relação à socialização organizacional entre as duas ocupações e, também, entre os três grupos de participantes. Os resultados demonstraram, de modo geral, que os perfis de socialização e de resiliência variaram em conformidade com as características demográficas e culturais e com a estratégia de socialização adotada nas instituições estudadas. Além disso, observou-se que a resiliência apresentou capacidade explicativa significativa em relação a todos os fatores de socialização organizacional, independentemente de nacionalidade, ocupação e experiência de tutorização; tendo sido também notável a contribuição preditiva de cada um dos fatores de resiliência, especialmente aqueles de Futuro Planejado e Recursos Sociais. Quanto às variáveis de nacionalidade, ocupação e experiência de tutorização, além de explicarem, significativamente, a variância de quase todos os fatores de socialização organizacional, ofereceram também predição aos escores em tais fatores, havendo indicadores de que esta relação, em alguns casos, poderia estar sendo moderada e, em outros, mediada pelos fatores de resiliência. Considerados conjuntamente aos resultados comparativos da capacidade preditiva da resiliência em relação à socialização organizacional, entre as duas ocupações e, também, entre os três grupos de participantes, os principais achados do presente estudo foram: que a resiliência tende a se manifestar, contribuindo para os resultados do processo de socialização organizacional; que em situações nas quais os indivíduos se defrontam com condições de trabalho pouco favoráveis à promoção de sua adaptação, a resiliência de alguns pode se constituir em um fator de diferenciação para o seu sucesso na socialização; e, que um programa de tutorização formal pode contribuir para melhorar a resiliência de novos servidores, gerando melhores e mais uniformes resultados de socialização organizacional. As implicações práticas, limitações e principais contribuições do estudo são discutidas, com sugestões para futuras pesquisas.

2008
Thèses
1
  • SILVANIA DA CRUZ BARBOSA
  • Saúde Mental em Operadores de Petróleo do Rio Grande do Norte
  • Leader : LIVIA DE OLIVEIRA BORGES
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ANTONIO ROAZZI
  • JORGE TARCISIO DA ROCHA FALCAO
  • LIVIA DE OLIVEIRA BORGES
  • MÁRIO CÉSAR FERREIRA
  • OSWALDO HAJIME YAMAMOTO
  • Data: 5 mai 2008


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  • Resumo A importância de identificar as consequências dos horários de trabalho para os indivíduos inseridos na atual sociedade 24 horas, tem sido amplamente reconhecida dentro da Psicologia Organizacional e do Trabalho. Partilhando desse interesse, a presente pesquisa objetivou analisar os efeitos dos regimes de trabalho sobre a saúde mental dos operadores de petróleo da Petrobrás. A amostra totalizou 144 sujeitos, correspondendo a 27% da população. A saúde mental dos participantes foi avaliada por meio dos seguintes instrumentos: QSG-12, Escala de Auto-estima, Escala de Afetos Positivos e Negativos e a escala de atributos valorativos do IMST, sendo cada fator empírico usado como indicador para medir cinco dimensões da saúde mental. A percepção sobre os regimes e demais condições de trabalho foram avaliadas por meio das escalas de atributos descritivos do IMST, de um questionário semi-estruturado e de entrevistas. Também se usou uma ficha sócio-demográfica para colher informações relativas ao perfil biográfico e sócio-ocupacional da amostra. As respostas aos questionários foram digitadas na forma de banco de dados do SPSS (Statistical Package for Social Science for Windows), por meio do qual se procedeu com as análises estatísticas, e as entrevistas foram analisadas com base na técnica de análise de conteúdo recomendada por Bardin (1995). Os principais resultados revelam que um terço da amostra se encontra tensa, contudo a saúde mental está preservada para a maioria. A análise de cluster aplicada ao conjunto dos sete fatores que mediram as cinco dimensões de saúde mental identificou quatro perfis de Bem-estar Psicológico compartilhados entre a amostra. Observou-se que o pessoal engajado em regimes de Turno Ininterrupto de Revezamento (TIR) e de Sobreaviso tende a apresentar perfis Equilibrado e Satisfatório, enquanto os que trabalham em regimes Administrativo de Campo e Administrativo tendem a apresentar perfis Ansioso e Oscilante, sendo estes últimos os mais afetados psiquicamente e que percebem mais negativamente as condições laborais (chances reduzidas de aperfeiçoamento, fisicamente desgastantes e recursos financeitos reduzidos ou abaixo do esperado para suprir as necessidades pessoais e familiares). Em conformidade com o modelo ecológico formulado por Warr (1987), o presente estudo concluiu que os efeitos positivos ou negativos no bem-estar psicológico tendem a acontecer como consequência da percepção que os operadores desenvolvem frente às condições de trabalho. Palavras-chave: Saúde Mental; Condições de Trabalho; Operadores de Petróleo; Regimes de Trabalho.
2
  • PALLOMA RODRIGUES DE ANDRADE
  • BEM-ESTAR PSICOLÓGICO DE SERVIDORES E FUNCIONÁRIOS TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PÚBLICAS E PRIVADAS: INDICADORES E ANTECEDENTES
  • Leader : LIVIA DE OLIVEIRA BORGES
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • JOAO CARLOS ALCHIERI
  • JOSE ARIMATES DE OLIVEIRA
  • LIVIA DE OLIVEIRA BORGES
  • MIRLENE MARIA MATIAS SIQUEIRA
  • SÔNIA MARIA GUEDES GONDIM
  • Data: 29 mai 2008


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  • A presente tese foi elaborada tendo em vista os objetivos de conhecer a estrutura do bem-estar psicológico (BEP) no trabalho e analisar a presença de diferenças nos níveis de BEP entre os funcionários técnico-administrativos das Instituições de Ensino Superior (IES) públicas e privadas do município de João Pessoa. Participaram da pesquisa 233 funcionários de IES pública e privada do município de João Pessoa, de ambos os sexos, os quais responderam a um instrumento composto pelos questionários referentes ao modelo elaborado. Foram realizadas análises fatoriais e de regressão, a fim de testar as hipóteses referentes ao modelo proposto. Os resultados revelaram que o BEP relacionado ao trabalho é composto por indicadores como afetos, vitalidade, ansiedade, depressão, satisfação no trabalho, aspiração por realização e redução da autoeficácia. Os preditores do BEP no trabalho verificados foram o tipo de IES, a presença de filhos, a idade e a estratégia de enfrentamento fuga e esquiva. Estes preditores possuem relacionamento de moderação entre si na explicação do BEP. Por meio da comparação do BEP vivenciado pelos funcionários técnico-administrativos, observou-se que os vinculados às IES privadas apresentam maiores índices de BEP. Além disso, existem diferenças entre preditores para o BEP de acordo com o tipo de IES. A aplicabilidade dos resultados desta tese é ampla no que diz respeito a intervenções sociais em busca da melhoria da saúde sob uma perspectiva psicossociológica. Enfim, a temática desta tese pretende reforçar os estudos sobre a saúde do trabalhador, uma vez que, conhecendo-se o que levaria a um sentimento de realização e bem-estar, há mais possibilidades de promovê-los, oportunizando às pessoas uma vida mais saudável em termos psíquicos. Palavras-chave: bem-estar psicológico, IES, saúde psíquica e trabalho.
3
  • ILANA LEMOS DE PAIVA
  • Os novos quixotes da Psicologia: a prática social do psicólogo no âmbito do ‘terceiro setor’
  • Leader : OSWALDO HAJIME YAMAMOTO
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ISABEL MARIA FARIAS FERNANDES DE OLIVEIRA
  • JORGE CASTELLÁ SARRIERA
  • LEÔNCIO CAMINO RODRIGUEZ LARRAIN
  • OSWALDO HAJIME YAMAMOTO
  • ZEIDI ARAÚJO TRINDADE
  • Data: 27 juin 2008


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  • Apesar do quadro crítico de pobreza e desigualdade social em que vivemos no país, as perspectivas atuais apontam para o fim do “Estado interventor” e para a redução do gasto público destinado às políticas sociais. Com o enxugamento do Estado, o “terceiro setor” está encarregado de pacificar a questão social, reduzindo-a ao âmbito do dever moral. Convocado ao compromisso social, o psicólogo também começa a trabalhar na fronteira da exclusão, sem questionar a funcionalidade e as implicações políticas do novo cenário. O objetivo deste trabalho é investigar a prática social do psicólogo, no âmbito do “terceiro setor”, buscando a análise que fazem do novo campo de trabalho, bem como as estratégias utilizadas no enfrentamento das mazelas da questão social. Para a pesquisa, foram realizadas 20 (vinte) entrevistas semi-estruturadas, com psicólogos que atuam em instituições do “terceiro setor”. As entrevistas foram analisadas qualitativamente, à luz da perspectiva gramsciana de sociedade civil e emancipação humana, bem como dos preceitos da Psicologia Comunitária e Intervenção Psicossocial. Utilizamos como base de análise, ainda, o Método Comparativo Constante. Os resultados foram agrupados em três eixos: quem são os “novos quixotes” da Psicologia, as demandas do “terceiro setor” e as estratégias utilizadas pelo psicólogo no “terceiro setor”. A perspectiva defendida neste trabalho é a de que no campo das intervenções sociais, e mais acentuadamente no “terceiro setor”, os psicólogos seriam “novos quixotes”, agindo com boa vontade, com grandes sonhos de transformação, mas realizando ações que não partem de uma leitura crítica e adequada da realidade, não enxergando suas possibilidades reais e seus limites de atuação. Por fim, defendemos que se deve buscar, com a inserção profissional, melhorar a qualidade de vida e o bem-estar, através de uma intervenção proativa, buscando o desenvolvimento, a organização e a emancipação das pessoas, grupos e comunidades. Palavras-chave: psicologia comunitária, intervenção psicossocial, “terceiro setor”, compromisso social, emancipação humana.
4
  • ANA KARENINA DE MELO ARRAES AMORIM
  • O Serviço Residencial Terapêutico: cartografias de um híbrido no contexto da desinstitucionalização em saúde mental
  • Leader : MAGDA DINIZ BEZERRA DIMENSTEIN
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ARTUR FRAGOSO DE ALBUQUERQUE PERRUSI
  • LIÉGE UCHÔA AZEVEDO DE RAAÚJO
  • MAGDA DINIZ BEZERRA DIMENSTEIN
  • MARIA APARECIDA DIAS
  • ROBERTA CARVALHO ROMAGNOLI
  • Data: 23 oct. 2008


  • Afficher le Résumé
  • Esta tese procura defender a idéia de que o serviço residencial terapêutico, enquanto dispositivo híbrido e recente do processo de desinstitucionalização em saúde mental, funciona como problematizador ao mesmo tempo em que indica desafios e potencialidades desse processo, da atenção em saúde mental e dele próprio na produção do cuidado. Para tanto, trabalhamos com a perspectiva cartográfica com a qual nos aproximamos da realidade como campo de produção de subjetividades cujas transformações e intensidades são os principais propulsores do pensamento. Desde tal perspectiva, foi possível produzir três “mapas de efeitos” dos encontros com os atores e coletivos envolvidos com o SRT e do estudo teórico realizado. No primeiro mapa cartografamos as condições de possibilidade desse dispositivo e a sua concepção no bojo do processo de desinstitucionalização e das políticas de saúde. Indicamos nele a configuração do SRT como um híbrido e problematizamos a sua proposição como um dispositivo de “reabilitação social” que pode funcionar como mecanismo de homogeneização social. Num segundo mapa, cartografamos capturas manicomiais em imagens e sentidos historicamente construídos da loucura presentes no jogo biopolítico contemporâneo e indicamos que as resistências a tais capturas precisam ser construídas na micropolítica cotidiana enquanto vetores importantes do processo desinstitucionalização em saúde mental. Por fim, num terceiro mapa cartografamos o cuidado produzido no SRT, através da análise da transição hospital psiquiátrico - SRT e do trabalho da equipe de cuidadores. Nessa cartografia, o cuidado, pela fragilidade no campo da co-responsabilização, revela-se atravessado por elementos manicomiais, disciplinares e normatizantes, mas também construído nas resistências que nascem dos vínculos, no campo intersubjetivo do trabalho de cuidar. Concluímos, então, que a potência do SRT e do próprio processo de desinstitucionalização estariam na construção e fortalecimento de redes micropolíticas de trabalho afetivo produtoras de vida e liberdade.
5
  • JADER FERREIRA LEITE
  • A militância em movimento: amizade e maquinação de modos de existência no MST
  • Leader : MAGDA DINIZ BEZERRA DIMENSTEIN
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ANTÔNIO VLADIMIR FÉLIX DA SILVA
  • CLARISSE CARNEIRO
  • GENARO IENO NETO
  • MAGDA DINIZ BEZERRA DIMENSTEIN
  • ROSANGELA FRANCISCHINI
  • Data: 23 oct. 2008


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  • Este trabalho se debruça sobre duas questões, a saber: os processos de produção de subjetividade e o exercício da amizade junto à militância política do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST. A amizade é aqui entendida como uma prática social com potencial tanto para questionar certos modos de relações estabelecidas socialmente quanto para tornar-se um exercício político. Já o fenômeno da militância política é aqui problematizado a partir da perspectiva da produção de subjetividade. Assim, a presente pesquisa tem por objetivo compor uma cartografia dos processos de produção de subjetividade junto a militantes políticos do MST, bem como destacar pontos em que o exercício da amizade potencializa o surgimento de processos de singularização no âmbito dessa militância. A cartografia como método investigativo permite apontar as forças tanto macropolíticas quanto micropolíticas que interferem numa paisagem psicossocial, a exemplo do MST. Os participantes do estudo são um grupo de integrantes do MST que integraram um curso de Pedagogia coordenado pelo Departamento de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e pelo MST estadual. Os demais participantes são militantes que estavam envolvidos nas ações de formação política, tanto da base social, quanto de demais instâncias do MST, especialmente nos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Ceará, Minas Gerais e Paraná. Os resultados estão ligados, principalmente, a uma oscilação entre a incorporação do modelo identitário do Sem Terra, através de um conjunto de estratégias disciplinarizadoras postas em prática nas ações de formação política junto à sua militância, bem como da produção de linhas de fuga a tal modelo, na medida em que demandas novas e formas de investimento de desejo para além do objeto-terra são incorporadas ao MST. Ressalta-se, ainda, que tais processos singulares se dão, na articulação com um modo de exercício político da amizade em três eixos: multidão, em que se abre a possibilidade do MST compor um novo coletivo social; relações de gênero, onde se redimensiona os lugares socialmente destinados ás mulheres e; diversidade sexual, em que o tema provoca o MST a seguir, cada vez mais, em sua potência de questionar modos de vida vigentes e hegemônicos. Considera-se, com isso, uma grande oportunidade para o MST situar-se como um importante mediador de lutas sociais e políticas no contexto da contemporaneidade Palavras-chaves: Psicologia social - Produção de subjetividade - Movimentos sociais – MST - Militância política – Amizade.
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