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ESCOLA AGRÍCOLA DE JUNDIAÍ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

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Aposentou-se o professor Dinarte Aeda da Silva: o Engenheiro do sertão
15/09/2021 16:08


Para marcarmos este momento e fazermos uma homenagem ao nosso querido Professor Dinarte, compartilhamos com vocês esta bela reportagem sobre ele, publicada no Blog dedicado às postagens do Programa de Melhoria de Ensino da Agência Fotec/UFRN – www.fotec.ufrn.br. (o texto e a foto utilizados aqui são extraídos deste veículo).


Obrigado Professor Dinarte!


Por Rodrigo César Neves


No ambiente tranquilo e cheio de livros e papéis, o engenheiro nos recebe em sua sala na UFRN e nos conta sobre sua vida. Dinarte Aeda da Silva nasceu dia 30 de junho de 1948, filho do agricultor Manoel Elói da Silva e da dona de casa Antônia Firme da Silva.

Quando criança ajudava a cuidar dos animais da família, até tinha sua própria roupa de couro para se portar como umautêntico vaqueiro. Fez até o terceiro ano primário em Bom Descanso, comunidade do município de Lagoa de Velhos. Tinha aula com Chiquinha Ferreira da Silva, que ao mesmo tempo era professora, prima e casada com um tio dele. Chegou a repetir o terceiro ano várias vezes, mas nunca parou de estudar.

Em 1962 participou da festa da vitória do senador eleito Dinarte Mariz, em Natal, e achou tudo muito bonito. Quando voltou a Lagoa de Velhos decidiu que iria estudar na capital. Veio para Natal também incentivado pela mãe, que se preocupava com o estudo e o futuro dos filhos. Dois de seus irmãos já estudavam na cidade. “Mamãe sempre quis um futuro melhor para nós, ela não media esforços”, afirma alegremente Dinarte.

Ao chegar, repetiu o terceiro ano mais uma vez. Do terceiro, fez uma prova para pular para o quinto ano. Depois fez um exame de admissão ao ginásio, equivalente ao ensino fundamental II (do 6º ao 9º ano) e entrou no Colégio Estadual Desembargador Felipe Guerra. Em 1966 conseguiu ir para o Colégio Agrícola de Jundiaí, em Macaíba. Cursou dois anos do ginasial em Macaíba e foi transferido para Ceará-Mirim.

 

Prestou vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) para Medicina na primeira vez e não passou. Na segunda tentativa fez o vestibular na UFRN para Engenharia Civil e obteve êxito. Dinarte conseguiu entrar num curso de capacitação de professores para escolas agrícolas na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Esse curso se dava no período de férias do meio do ano e no final. Ele se alojava na residência universitária e recebia uma bolsa de grande quantia, que além de mantê-lo durante o curso, trazia o restante para Natal e durava mais quatro meses.

Cursava ao mesmo tempo Engenharia Civil na UFRN e Ciências Agrícolas na UFRPE.“Chegueia passar três anos sem férias. Só ia na casa dos meus paisnas festas de fim de ano”, afirma o lagoense.

Fez seu mestrado em Engenharia Agrícola de 1978 a 1979, em Campina Grande e Petrolina, pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). “Um marco na minha história foi minha especialização nas Ilhas Canárias. O povo espanhol me acolheu de braços abertos. Não tive dificuldade na língua, nem nos estudos.”, diz o professor.

“Decidi ser professor porque desde cedo ajudava meus primos a estudarem para o exame de admissão no ginasial. Ensinar foi um processo natural em minha vida”, responde Dinarte ao ser questionado do o motivo ser professor.

Participou do projeto “Nordestinos: Brasil em busca de soluções” em setembro de 1984, projeto da Rede Globo em que profissionais do Nordeste viajavam a região em busca de soluções para os problemas da seca e da miséria. Era um dos apresentadores do programa e fazia as chamadas nacionais. Dinarte gostou muito do seu contato com a comunicação e de, ao mesmo tempo, ter ajudado seu amado Nordeste. “Nunca vou me esquecer de quantas viagens fizemos, nem as pessoas que encontramos nesse projeto que quis mostrar a verdade sobre o Nordeste ao Brasil”.

Passou 15 dias na fundação João Pinheiro, em Belo Horizonte, ajudando a construir o plano de governo do presidente Tancredo Neves. “Fui convidado para o planejamento do plano de governo por conhecer agricultura, irrigação e a realidade nordestina e não ter vínculos políticos com nenhum partido ou autoridade. Foi uma surpresa quando Tancredo morreu”.

Hoje, casado e pai de dois filhos, o engenheiro ainda tem esperanças sobre o Nordeste e vê na aplicação da tecnologia a chave para a solução dos problemas enfrentados por tão nobre e forte população.

[Relato do repórter] O tio-avô

A entrevista ocorreu de modo leve e bem sereno, por ele ser meu tio-avô, entretanto, encontrei dificuldade em redigir o perfil, porque realizei 1 hora de entrevista e tive que escutar e voltar várias vezes.

Meu foco era falar mais da vida pessoal, sendo que ele conduziu pra que fosse somente da vida profissional e estudantil, então eu respeitei e fiz.

Encontrei muita dificuldade por não ter uma estrutura como o ‘lide’, mas no final acabou saindo algo bom.


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