EAJ

ESCOLA AGRÍCOLA DE JUNDIAÍ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

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Projeto de pesquisa da EAJ realiza diagnóstico socioambiental e avalia impacto em comunidade pesqueira
13/11/2019 16:32


Ao longo dos anos, o desenvolvimento da aquicultura cresceu significativamente, trazendo rendimento financeiro e crescimento econômico para o Brasil. A carcinicultura desenvolvida hoje no estado do Rio Grande do Norte ocupa o primeiro lugar na produção de camarão no Brasil. Entretanto, seu crescimento desordenado gerou diversos impactos no meio ambiente, na economia e também na sociedade. Dentre as alterações, pode-se destacar o desmatamento sofrido pelos mangues para a implantação dos tanques, diminuição da fertilidade do solo nos viveiros, assoreamento do rio e perda na diversidade das espécies presentes no ecossistema manguezal.

 

Coordenado pelo professor Fábio Magno da Silva Santana, o projeto de pesquisa “Diagnóstico Socioambiental e a Avaliação do Impacto Ambiental numa Comunidade Pesqueira” realiza um diagnóstico socioambiental e analisa o impacto ambiental no distrito de Pajuçara, São Gonçalo do Amarante, município do Rio Grande do Norte (RN).

 

A comunidade de Pajuçara vive em torno da culinária e da gastronomia, além da filetagem de camarão. A filetagem é realizada em diversos pontos da comunidade e os resíduos do cefalotórax (a cabeça) do camarão são descartados de maneira inadequada. Esse descarte ocasiona um problema socioambiental e pode acarretar problema de saúde pública, por ser realizado em locais impróprios, o que pode trazer a presença de vetores e insetos de maneira geral, além do mau cheiro.

 

O surgimento do projeto se deu a partir de trabalhos de conclusão de curso de estudantes da EAJ do curso técnico em Aquicultura. A estudante Brenda Joyce dos Santos realizou em sua pesquisa um diagnóstico socioambiental com o auxílio de um questionário e o método de check-list, que objetivava entender os problemas da comunidade pesqueira e solucionar os problemas apresentados pelos moradores da comunidade, principalmente pelos pescadores e marisqueiros. Através de reuniões com moradores de Pajuçara, discentes e docentes da EAJ, houve debates acerca dos problemas trazidos pelos descartes. Os próprios membros e pescadores buscaram a EAJ para um direcionamento, um apoio técnico e apoio do conhecimento científico para lidar com a situação.  Outra estudante, Ediane Alves dos Santos, também do curso de Aquicultura, realizou um trabalho focado no aspecto socioambiental e um estudo aprofundado nesse âmbito. Foi através dele que problemas foram identificados no que se refere à destinação final das cabeças de camarões.

 

Apresentando a realidade da comunidade pesqueira, os pescadores e membros de Pajuçara, em conjunto com docentes da EAJ, buscaram solução quanto à pauta dos descartes.

 

Entender um pouco mais sobre o desenvolvimento social, sobre a relação dos pescadores com o ambiente e a percepção que eles têm sobre o ambiente também foram pontos dos trabalhos das alunas e o projeto de pesquisa tem como objetivo dar continuidade ao trabalho.

 

O diagnóstico, que é um o aspecto de grande importância no projeto, é obtido através da percepção sobre o uso e a ocupação do rio Potengi e os principais recursos explorados pela comunidade, bem como sobre o descarte adequado dos resíduos e o seu aproveitamento para reduzir os impactos sobre a comunidade que vive neste local e se ocupa deste tipo de atividade voltada para a pesca, a aquicultura e a carcinicultura.

 

O projeto observa que o cefalotórax pode ser utilizado para diversos fins, gerando mão de obra e – consequentemente - emprego, o que movimenta a economia. Exemplos dados pelo coordenador do projeto é o aproveitamento da cabeça do camarão, que através da obtenção da quitina e quitosina podem ser usadas na produção de antialérgicos, material para próteses e material para combate a efluentes. Além disso, há a produção de matéria-prima para consumo humano como por exemplo, ração e manteiga. Essas cabeças de camarão também podem ser utilizadas para a produção do caldo de camarão.

 

Segundo Fábio, também está sendo desenvolvido na Escola um projeto em que se aproveita 100% do camarão, onde além do caldo feito com o cefalotórax, são desenvolvidos cookies.

 

É parte do projeto também a informação sobre as boas práticas de manipulação e de higienização. Foi desenvolvida uma cartilha com a estudante Jocinara Nicácio, estudante do Curso Técnico em Agroindústria, e esta está sendo cada vez mais melhorada com mais informações acerca destes pontos.

 

A perspectiva é que o projeto seja cada vez mais desenvolvido. A produção de workshops, a criação de cartilhas, o desenvolvimento de oficinas e a divulgação entre a comunidade são ideias para o prosseguimento da atividade de pesquisa.

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