Projeto Pedagógico do Curso

O graduado de Zootecnia da UFRN deverá ser um profissional com sólida formação básica e técnica, capaz de acompanhar a evolução dos conhecimentos científicos e tecnológicos e de atuar na região em que vive, com visão sobre as dimensões econômicas, políticas, sociais, ambientais e culturais do Brasil no contexto mundial.

O egresso do curso de Zootecnia deve ter consciência ética, política e humanista e estar preparado para:
 Gerenciar ou prestar assistência técnica aos sistemas de produção animal, em todos os níveis, agregando valores e otimizando a aplicação dos recursos e tecnologias sociais e economicamente adaptáveis;
 Atender às demandas da sociedade quanto à excelência da qualidade dos produtos, contribuindo para a garantia da saúde pública e do desenvolvimento sustentável;
 Viabilizar sistemas alternativos de produção e comercialização, para atender aos interesses específicos das comunidades inseridas à margem da economia de escala;
 Compreender o sistema produtivo no contexto da gestão ambiental;
 Atuar com autonomia intelectual e espírito investigativo na busca de soluções para problemas e conflitos, dentro dos limites éticos impostos pela sua capacidade e consciência profissional;
 Cumprir o papel de agente empresarial, com perfil ativo e visão empreendedora, de forma a contribuir para as transformações sociais;
 Conhecer, interagir e influenciar as decisões de agentes e instituições para gestão de políticas setoriais ligadas ao seu campo de atuação.
 Compreender a necessidade do contínuo aprimoramento de suas competências e habilidades profissionais.

Considerando o perfil para o profissional de Zootecnia delineado neste projeto, assim como, as especificações descritas na Resolução nº 4, de 2 de fevereiro de 2006 do Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Superior, o Projeto Pedagógico para o curso de Zootecnia da UFRN, deverá oferecer uma formação para que o aluno desenvolva, pelo menos, as seguintes competências:
 Gerir e assumir responsabilidade técnica pelos sistemas de produção, de processamento e de comercialização nos sistemas agroindustriais, agrosilvopastoris e na agricultura familiar;
 Implantar, gerir, assessorar, fomentar, planejar, coordenar e administrar programas de melhoramento genético das diferentes espécies animais de interesse econômico e de preservação, visando a maior produtividade, equilíbrio ambiental e respeitando as biodiversidades no desenvolvimento de novas biotecnologias agropecuárias;
 Atuar na área de nutrição e alimentação utilizando seus conhecimentos, visando o aumento de sua produtividade e ao bem-estar animal, suprindo suas exigências, com equilíbrio fisiológico;
 Atuar na gestão, produção e no controle de qualidade de alimentos para animais;
 Responder pela formulação, fabricação e controle de qualidade das dietas e dietas para animais de diferentes
espécies e categorias animais, responsabilizando-se pela eficiência nutricional das fórmulas;
 Planejar e executar projetos de construções rurais, de formação e/ou produção de pastos e forrageiras e de
controle ambiental;
 Atuar na criação de animais de produção, companhia, esporte, lazer, silvestres e exóticos. Pesquisar e propor formas mais adequadas de utilização, adotando conhecimentos de biologia, fisiologia, etologia, bioclimatologia, nutrição, reprodução e genética, tendo em vista seu aproveitamento econômico e/ou sua preservação;
 Administrar propriedades rurais, estabelecimentos industriais e comerciais ligados à produção, ao melhoramento e a tecnologias animais;
 Avaliar e realizar peritagem em animais, identificando taras e vícios, com fins administrativos, de crédito, de seguro e judiciais bem como elaborar, emitir e interpretar laudos técnicos e científicos, relatórios e avaliações no seu campo de atuação;
 Planejar, pesquisar e supervisionar a criação de animais de companhia, de esporte ou lazer, buscando seu bem-estar, equilíbrio nutricional e controle genealógico;
 Planejar e executar projetos de formação de pastagens, produção e conservação de forrageiras.
 Avaliar, classificar e tipificar produtos e subprodutos de origem animal, em todos os seus estágios de produção;
 Responder técnica e administrativamente pela implantação e execução de rodeios, exposições, torneios e feiras
agropecuárias. Executar o julgamento, supervisionar e assessorar inscrição de animais em sociedades de registro
genealógico, exposições, provas e avaliações funcionais e zootécnicas;
 Diagnosticar variáveis ambientais e proporcionar condições adequadas ao bem-estar animal;
 Realizar estudos de impacto ambiental, por ocasião da implantação de sistemas de produções de animais, adotando tecnologias adequadas ao controle, ao aproveitamento e à reciclagem dos resíduos e dejetos;
 Desenvolver pesquisas que melhorem as técnicas de criação, transporte, manipulação e abate, visando ao bem-estar animal e ao desenvolvimento de produtos de origem animal, buscando qualidade, segurança alimentar e economia;
 Atuar nas áreas de difusão, informação e comunicação especializada em zootecnia, esportes agropecuários, lazer e terapias humanas com uso de animais;
 Assessorar, gerenciar programas de controle sanitário, higiene, profilaxia, biosseguridade e rastreabilidade nas criações animais, públicos e privados, visando à segurança alimentar humana e promovendo a saúde e o bem-estar animal;
 Responder por programas oficiais e privados em instituições financeiras e de fomento à agropecuária, elaborando
projetos, avaliando propostas e realizando perícias e consultas;
 Planejar, gerenciar ou assistir diferentes sistemas de produção animal e estabelecimentos agroindustriais, inseridos desde o contexto de mercados regionais até grandes mercados internacionalizados, agregando valores e otimizando a utilização dos recursos potencialmente disponíveis e tecnologias sociais e economicamente adaptáveis;
 Atender às demandas da sociedade quanto à excelência na qualidade e segurança dos produtos de origem animal, promovendo o bem-estar, a qualidade de vida e a saúde pública;
 Viabilizar sistemas alternativos e sustentáveis de produção animal e comercialização de seus produtos ou subprodutos, que respondam aos anseios específicos de comunidades à margem da economia de escala;
 Pensar os sistemas produtivos de animais contextualizados pela gestão dos recursos humanos e ambientais;
 Trabalhar em equipes multidisciplinares, possuir autonomia intelectual, liderança e espírito investigativo para
compreender e solucionar conflitos, dentro dos limites éticos impostos pela sua capacidade e consciência profissional;
 Desenvolver métodos de estudo, tecnologias, conhecimentos científicos, diagnósticos de sistemas produtivos de animais e outras ações para promover o desenvolvimento científico e
tecnológico;
 Promover a divulgação das atividades da zootecnia, utilizando-se dos meios de comunicação disponíveis e da sua
capacidade criativa em interação com outros profissionais;
 Desenvolver, administrar e coordenar programas, projetos e atividades de ensino, pesquisa e extensão, bem como estar capacitado para atuar nos campos científicos que permitem a formação acadêmica do zootecnista;
 Desenvolver, administrar e coordenar programas que utilizam técnicas de zootecnia de precisão;
 Desenvolver estratégias de marketing na comercialização de produtos agropecuários;
 Atuar com visão empreendedora e perfil pró-ativo, cumprindo o papel de agente empresarial, auxiliando e motivando a transformação social; e
 Conhecer, interagir e influenciar as decisões de agentes e instituições na gestão de políticas setoriais ligadas ao seu campo de atuação.

Através dos parâmetros estabelecidos pelos dispositivos legais mencionados, foram selecionados e estruturados os conteúdos curriculares de maneira a melhor atender as exigências para a formação do profissional de Zootecnia.

Pensar em um Projeto Pedagógico para o curso de Zootecnia é refletir em uma formação que contemple o acesso ao conhecimento científico, cultural, tecnológico e econômico necessário ao desenvolvimento da assistência técnica e da extensão rural na área de produção animal. Não se trata, portanto, de mais uma reformulação ou ajuste no elenco das disciplinas oferecidas pelo curso.

É imprescindível a reflexão sobre os objetivos que se pretende atingir sobre o perfil e as competências definidas para o profissional Zootecnista, assumindo, claramente, uma nova compreensão de currículo. Dentre outros procedimentos ou estratégias de ação, destaca-se a importância de um amplo processo de discussão coletiva envolvendo professores e alunos sobre as grandes áreas do conhecimento que são fundamentais para a formação do Zootecnista, abrangendo, todos os segmentos envolvidos nessa reformulação curricular.

De fato, o que se pretende é um curso que não esteja pautado nos conteúdos de disciplinas isoladas, mas, em uma organização curricular, onde, as grandes áreas do saber das Ciências Agrárias e os temas da Zootecnia, sejam trabalhados de forma global e crítica. Com essa perspectiva, as disciplinas precisam garantir mecanismos eficientes, para manter as articulações necessárias entre si e, entre a teoria e a prática, com escopo de estimular o desenvolvimento das competências e habilidades necessárias ao desempenho profissional do Zootecnista.

Assim, o curso de graduação em Zootecnia da UFRN será desenvolvido através de núcleos e disciplinas semestrais, distribuídos em nove semestres para conclusão das disciplinas de formação básica, profissional e complementar, realização das atividades complementares e estágio curricular obrigatório.

Seguindo as orientações das Diretrizes Curriculares Nacionais constantes do Parecer CNE/CES nº 337/2004, e, considerando os objetivos do curso, o perfil do egresso, as competências e habilidades delineadas para o profissional de Zootecnia, os conteúdos curriculares estão organizados conforme os núcleos especificados abaixo:

I. Ciências Agronômicas: trata dos conteúdos que estudam a relação solo-planta-atmosfera, quanto à identificação, fisiologia e produção de plantas forrageiras e pastagens, a adubação, conservação e manejo dos solos, o uso dos defensivos agrícolas e outros agrotóxicos, a agrometeorologia e as máquinas, complementos e outros equipamentos e motores agrícolas.

II. Ciências Ambientais: compreende os conteúdos relativos ao estudo do ambiente natural e produtivo, com ênfase nos aspectos ecológicos, bioclimatológicos e de gestão ambiental.

III. Ciências Econômicas e Sociais: inclui os conteúdos que tratam das relações humanas, sociais, macro e microeconômicas e de mercado regional, nacional e internacional do complexo agroindustrial, a viabilização do espaço rural, a gestão econômica e administrativa do mercado, promoção e divulgação no agronegócio, bem como, aspectos da comunicação e extensão rural.

IV. Ciências Exatas e Aplicadas: compreende os conteúdos de matemática, em especial cálculo e álgebra linear, ciências da computação, física, estatística, desenho técnico e construções rurais.

V. Genética, Melhoramento e Reprodução Animal: compreende os conteúdos relativos ao conhecimento da fisiologia da reprodução e das biotécnicas reprodutivas, dos fundamentos genéticos e das biotecnologias da engenharia genética, métodos estatísticos e matemáticos que instrumentalizam a seleção e o melhoramento genético de rebanhos.

VI. Morfofisiologia Animal: incluem os conteúdos relativos aos aspectos anatômicos, celulares, histológicos, embriológicos e fisiológicos das diferentes espécies animais; a classificação e posição taxonômica, a etologia, a evolução, a ezoognósia e etnologia e a bioclimatologia animal.

VII. Nutrição e Alimentação: trata dos aspectos químicos, analíticos, bioquímicos, bromatológicos e microbiológicos aplicados à nutrição e à alimentação animal e dos aspectos técnicos e práticos nutricionais e alimentares de formulação e fabricação de rações, dietas e outros produtos alimentares para animais, o controle higiênico e sanitário e de qualidade da água e dos alimentos.

VIII. Produção Animal e Industrialização: envolve os estudos interativos dos sistemas de produção animal, incluindo o planejamento, economia, administração e gestão das técnicas de manejo e da criação de animais em todas suas dimensões, das medidas técnico-científicas de promoção do conforto e bem-estar das diferentes espécies de animais domésticos, silvestres e exóticos com a finalidade de produção de alimentos, serviços, lazer, companhia, produtos úteis não comestíveis, subprodutos utilizáveis e de geração de renda. Incluem-se, igualmente, os conteúdos de planejamento e experimentação animal, tecnologia, avaliação e tipificação de carcaças, controle de qualidade, avaliação das características nutricionais e processamento dos alimentos e demais produtos e subprodutos de origem animal.

IX. Profilaxia e Higiene Animal: inclui os conhecimentos relativos à microbiologia, farmacologia, imunologia, semiologia e parasitologia dos animais necessários às medidas técnicas de prevenção de doenças e dos transtornos fisiológicos em todos seus aspectos, bem como, a higiene dos animais, das instalações e equipamentos.

Neste projeto, a estrutura curricular pressupõe princípios norteadores, objetivos e estratégias metodológicas capazes de orientar os alunos para a pesquisa e a extensão, assim como, para o estudo sobre os indicativos zootécnicos e sócio-econômicos da região. Compreender esta realidade é fundamental para que se possa contribuir para o desenvolvimento e a transformação social, daí a importância da participação dos alunos em atividades extracurriculares, de forma a envolver aspectos técnicos da realidade capazes de oferecer fundamentos da prática para a formação cultural e científica do Zootecnista.

Para atingir os objetivos definidos para essa formação, será desenvolvida uma metodologia de trabalho que tem por base a interação do corpo técnico, docente e discente do curso entre si com os órgãos e instituições que atuam no âmbito das Ciências Agrárias.

A concepção metodológica norteadora do presente Projeto Pedagógico sinaliza para a necessidade da equipe de professores do curso atuar como “grupo”, vivenciando um processo de reflexão constante da prática pedagógica. Ou seja, é preciso que os professores tenham consciência dos limites de suas ações, mas, também, atuem profissionalmente, com senso de coletividade, para que se possam atingir aos objetivos propostos para o curso de Zootecnia. Os docentes estão sendo incentivados a formar grupos interdisciplinares de atuação em pesquisa e extensão, que acabam refletindo de forma positiva no ensino.

Atualmente, o curso dispõe de um banco de disciplinas contendo carga horária teórica e prática. As aulas práticas são realizadas em laboratórios e ou nas unidades didáticas de produção animal. No entanto, também há um número significativo de aulas práticas caracterizadas por meio de visitas técnicas a empresas e estabelecimentos agropecuários. A UAECIA dispõe de uma frota de veículos de transporte escolar que permite um número significativo de viagens técnicas. Entretanto poucos são os docentes que têm projetos de melhoria de qualidade de ensino. É ação prevista inclusive no Plano Trienal fomentar junto aos docentes que enviem projetos desta natureza a fim de promover aumento do número de bolsas de monitoria, além de projetos ligados a ações integradas de ensino, pesquisa e extensão que possam efetivamente contribuir para melhoria na qualidade de ensino aos alunos do curso de Zootecnia. 

No contexto atual, trabalhar as questões relacionadas ao ensino transcendem o espaço de sala de aula e nesse sentido se faz necessário cada vez mais utilizar os recursos da tecnologia como instrumentos facilitadores do processo de ensino-aprendizagem. Os docentes e discentes do curso tem acesso ao Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA), o que já configura em importante avanço na utilização eficiente de recurso tecnológico para fins didáticos. No entanto, podemos elencar dois limitantes ao pleno uso do SIGAA e de todas as suas ferramentas.

O primeiro diz respeito à falta de conhecimento e ou interesse de parte do corpo docente pelo uso de todas as ferramentas disponíveis do SIGAA. Assim, faz parte das ações previstas neste documentar incentivar os docentes à capacitação, não somente em relação ao completo domínio do SIGAA, mas também a outras tecnologias de informação, através de cursos que frequentemente já são ofertados pelo Programa de Atualização Pedagógica (PAP/PROGRAD).

O segundo, diz respeito às dificuldades de acesso à computadores e ou dificuldades de acessibilidade à internet por parte da comunidade acadêmica. Ações junto à direção para equacionar o problema estão sendo trabalhadas.

No tocante à ações e ou estratégias de acessibilidade para contemplar discente com algum tipo de necessidade, o curso ainda não dispõe, mas medidas estão sendo previstas no Plano de Ação Trienal do Curso, contando com o apoio da Comissão de Apoio ao Estudante com Necessidades Educacionais Especiais (CAENE).

Até pouco tempo atrás, as ações voltadas à extensão eram pouco expressivas ou inexistentes. Hoje o Curso de Zootecnia conta com três projetos voltados à extensão que proporciona aos alunos envolvimento com a prática extensionista e garante um número significativo de bolsas.  O primeiro, denominado Grupo de Estudo em Sistemas de Produção Animal Sustentáveis do RN (GEPARN), sob coordenação da professora Magda Maria Guilhermino, tem envolvido entre 12 a 15 estudantes de graduação em Zootecnia com ações em diversas regiões do estado do Rio Grande do Norte. O curso conta também com o Programa de Educação Tutorial (PET-Zootecnia), sob coordenação do professor Valdi de Lima Júnior, atuando nos eixos de ensino-pesquisa-extensão, prevendo várias ações extensionistas. O curso conta ainda com o Projeto Pró-leite Seridó, projeto multidisciplinar envolvendo professores e estudantes dos cursos de graduação e de ensino técnico da UAECIA. Outros professores do curso também desenvolvem ações de extensão, como projetos, minicursos e dias de campo, contando com a participação de um número significativo de estudantes de graduação. Tais ações são cadastradas via SIGAA e poderão ser acessadas através do link (https://sigaa.ufrn.br/sigaa/public/extensao/consulta_extensao). Afim de também dar visibilidade às ações desenvolvidas pelos docentes e discentes, está previsto que os docentes coordenadores de ações de extensão passem informações à coordenação para que sejam publicadas na página pública do curso (http://www.graduacao.ufrn.br/zootecniaeaj).

Boa parte dos professores do curso de Zootecnia atuam no Programa de Pós-Graduação em Produção Animal (PPGPA) ou no curso de Especialização em Manejo Sustentável do Semiárido. Dentro desses programas estão contempladas as linhas de pesquisa em Produção Animal, Conservação de Recursos Genéticos e Gestão para produção sustentável no Semiárido. Tais docentes coordenam grupos de pesquisa e ensino dentro das linhas citadas anteriormente, grupos estes que contemplam, além do docente coordenador, outros docentes colaboradores, estudantes de pós-graduação e diversos alunos da graduação, seja por meio de bolsas de iniciação científica ou como voluntários. Esses grupos participam ativamente de eventos científicos, com apresentação de resultados de pesquisas, tanto na forma oral como em posters em congressos de âmbito local, regional, nacional e internacional:

a) GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS AVÍCOLAS (GEPA)

     Coordenador: Profª JANETE GOUVEIA DE SOUZA/ ELISANIE NEIVA MAGALHÃES TEIXEIRA

     Número médio de alunos de graduação envolvidos: 6

 b) GRUPO DE ESTUDOS EM FORRAGICULTURA (GEFOR)

     Coordenador: Profª Stela Antas Urbano

     Número médio de alunos de graduação envolvidos: 12

 c) GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISA EM SUINOCULTURA (GEPSUI)

     Coordenador: Prof. José Aparecido Moreira

     Número médio de alunos de graduação envolvidos: 10

 d) GRUPO DE ESTUDOS EM PRODUÇÃO DE RUMINANTES (RuminAÇÃO)

     Coordenador: Prof. Valdi de Lima Júnior

     Número médio de alunos de graduação envolvidos: 18

 e) GRUPO DE ESTUDOS EM QUALIDADE DO LEITE

     Coordenador: Prof. Adriano Henrique do Nascimento Rangel

     Número médio de alunos de graduação envolvidos: 5

 f) GRUPO DE ESTUDOS EM ANÁLISE DE ALIMENTOS

     Coordenador: Prof. Emerson Moreira de Aguiar

     Número médio de alunos de graduação envolvidos: 8

 

Recentemente foi criada na Escola Agrícola de Jundiaí a incubadora de empresas denominada i9Agrotec, com foco de atuação em Ciências Agrárias e que oferece a docentes e discentes do curso a possibilidade de participar em ações empreendedoras e de inovação tecnológica.

 

Principais ações da proposta

 O foco principal desta atualização e proposta de um novo Projeto Pedagógico foi a necessidade de transferir os três primeiros períodos do curso para a Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias, no Campus de Macaíba, e equacionar algumas falhas detectadas desde a implementação e no relatório do processo de Reconhecimento do Curso realizado pelo MEC, mantendo os princípios da flexibilização curricular, considerado ponto positivo da estrutura atual nesse mesmo relatório.

Para tanto, foram realizadas alterações em termos de uma nova estrutura curricular, substituindo e acrescentando disciplinas que eram ofertadas por diversos Departamentos no Campus de Natal, por disciplinas com o mesmo objetivo, carga horária e ementa, ofertadas no Campus de Macaíba para os cursos de Agronomia e Zootecnia, sem alteração da carga horária total do curso que é de 3.870 horas.

Na estrutura atual a carga horária optativa corresponde a 22,48%, o que já atende à especificação do Regulamento dos Cursos Regulares de Graduação da UFRN (Resolução 171/2013 – CONSEPE). No entanto, o principal ponto falho apresentado pelos avaliadores do MEC por ocasião do reconhecimento do curso foi não ter nenhuma disciplina do núcleo profissional essencial (culturas zootécnicas) como obrigatória. Na visão deles, pelos menos as culturas mais tradicionais e às de maior importância socioeconômica para o estado deveriam ser de cunho obrigatório dentro da estrutura. Na atual proposta, algumas disciplinas do núcleo profissional passarão para o status de obrigatórias e dessa forma a carga horária optativa corresponderá a 11,24%.

Por outro lado, visando o atendimento das especificações do Regulamento dos Cursos Regulares de Graduação da UFRN (Resolução 171/2013 – CONSEPE), no que se refere ao mínimo em Atividades Complementares, as mesmas correspondem atualmente a 2,71% da carga horária total do curso e passará a representar 5,04%.

Outro mecanismo utilizado para a flexibilização curricular está relacionado a alterações em pré-requisitos em algumas disciplinas optativas, visando facilitar ao discente o cumprimento deste componente curricular, estabelecendo como pré-requisitos aquelas disciplinas obrigatórias profissionais ofertadas nos períodos iniciais do curso. Acredita-se que essa proposta, a qual vem sendo discutida pelo Núcleo Docente Estruturante desde 2014, está organizada de forma a manter a flexibilização curricular e buscou elevar a interdisciplinaridade entre as diversas áreas da Zootecnia, reorganizando as condições de pré-requisitos e co-requisitos, levando em conta também a indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão, como preconizado no Plano de Desenvolvimento Institucional da UFRN (2010-2019.

 

Conteúdos em Educação Ambiental

 Outro ponto de atenção na discussão dessa proposta é a previsão de atendimento ao que estabelece Art. 26, LDB, Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996 e Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, na qual os conteúdos relacionados ao Meio Ambiente devem ser abordados transversalmente em componentes curriculares de todos os cursos de graduação, de forma integrada aos conteúdos obrigatórios. Tais conteúdos são amplamente relacionados em boa parte dos componentes curriculares do curso de Zootecnia, visto que o objeto principal do curso é o animal, incluindo o ambiente em que ele está e os desafios de implementação de práticas sustentáveis de produção. Observa-se que conteúdos ambientais são tratados em termos de componentes curriculares obrigatórios em boa parte das disciplinas, desta forma, torna-se natural que conteúdos ambientais sejam tratados de forma tanto inter, como transdisciplinar ao longo do curso.

 

Conteúdos em Direitos Humanos, Educação de Relações Étnico-Raciais e Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana

 Em atendimento ao parecer CNE-CP nº. 3-2004, de 10 de março de 2004 e Resolução CNE-CP no. 1-2004, de 17 de junho de 2004, as estruturas curriculares dos cursos de graduação deverão contemplar conteúdos (disciplinas e atividades) pertinentes à Educação das Relações Étnico-Raciais, bem como ao tratamento de questões temáticas que dizem respeito aos afrodescendentes. Neste caso, o projeto pedagógico do curso propõe que sejam realizadas, durante datas específicas, como o Dia da Consciência Negra, normalmente celebrado em 20 de novembro, atividades de debates, como palestras e eventos educativos, envolvendo as questões culturais, sociais e econômicas da população negra do Brasil. Em outras palavras, atividades que visem a reflexão sobre a inserção do negro, povos indígenas e outras realidades na sociedade brasileira.

De forma análoga, em atendimento ao Parecer CNE-CP nº 8, de 6 de março de 2012 e Resolução CNE-CP nº 1, de 30 de maio de 2012, visando contemplar conteúdos referentes aos Direitos Humanos e Relações Étnico-Raciais, tais assuntos estão contemplados de forma mais incisiva nas ementas dos componentes curriculares obrigatórios CCA0119 – Sociologia e Extensão Rural e ZOO0423 – Ética Profissional e Responsabilidade Técnica. Porém, na ementa do componente ZOO0305 – Forragicultura e dos componentes das seguintes culturas zootécnicas: ZOO0462 – Bovinocultura de Corte, ZOO0463 – Bovinocultura de Leite e ZOO0472 – Caprinocultura, tais assuntos são tratados, sobretudo o ensino de história e cultura brasileira que se fundem com a história dos animais domesticados nativos ou exóticos. Além disso, os componentes curriculares ZOO0477 – Etnozootecnia (optativo), ZOO0473 – Ovinocultura (Optativo) e ZOO0408 – Bubalinocultura (Optativo) também contemplam conteúdos em educação de relações étnico-raciais e ensino de história e cultura brasileira e africana inseridas na Zootecnia.

 

Conteúdos em Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS e ou ações que envolvem necessidades especiais*

Em atendimento ao Decreto nº 5626, de 22 de dezembro de 2005, o componente curricular LET0568 – Língua Brasileira de Sinais – Libras fará parte do grupo de componentes curriculares optativos que compõem essa estrutura.

O curso não recebeu até hoje nenhum aluno com necessidades especiais em educação e não conta ainda com ações ou estratégias para que possa atender plenamente um aluno, bem como o corpo docente e de servidores técnicos-administrativos não têm atualmente qualificação para tal fim. Com o intuito de se preparar para atender a possíveis demandas futuras, está previsto no Plano de Ação Trienal do Curso, contando com o apoio da Comissão de Apoio ao Estudante com Necessidades Educacionais Especiais (CAENE), a construção de estratégias e treinamento dos docentes e servidores de modo a qualificá-los.

 

Estágio Supervisionado em Zootecnia

 Nessa nova proposta, o discente deverá desenvolver o Estágio Supervisionado em Zootecnia com carga horária de 270 horas, exatamente igual à atual versão, porém se dará em duas etapas. A etapa I, ora denominado Estágio Supervisionado em Zootecnia I, com carga horária de 90 horas, em caráter de orientação coletiva, deverá ser desenvolvido no sétimo período, obrigatoriamente nas instalações dos setores de produção animal da UAECIA. Um docente ficará responsável pela turma e acompanhará todas as etapas de realização do estágio, bem como será o responsável pela avaliação dos discentes. O objetivo dessa configuração está pautada no entendimento de que o discente deverá entrar em contado com a formação prática já no terço médio do curso.

Após a integralização da carga horária das disciplinas obrigatórias básicas e profissionais e pelo menos metade da carga horária das atividades complementares e das disciplinas optativas, o aluno deverá realizar o Estágio Supervisionado em Zootecnia II, com carga horária de 180 horas. O discente será orientado a desenvolver o Estágio Supervisionado em Zootecnia II prioritariamente em instituições públicas ou privadas, com as quais a UFRN mantenha convênio para esta finalidade, empresa privadas ou propriedades agropecuárias. Nesse caso, além do professor orientador do estágio da UFRN, o discente deverá ser acompanhado durante a execução de seu estágio por um supervisor de campo, conforme resolução de estágio em anexo.

No bojo das inovações curriculares do presente Projeto Pedagógico para o curso de Zootecnia, o Estágio Curricular Supervisionado constitui-se em um componente capaz de propiciar a retroalimentação do processo formativo do aluno. Ainda que requeira o estudo de disciplinas obrigatórias, o estágio poderá ser iniciado a partir do momento em que o aluno tenha conhecimentos básicos sobre a Zootecnia, o que poderá ser obtido através da disciplina ZOO0300 - Zootecnia Geral. Entretanto, considera-se como ideal que o acadêmico comece a desenvolver o Estágio Supervisionado II a partir do 7º período letivo e dependendo do local de estágio é altamente recomendado que esse se realize nos dois últimos semestres do curso.

As atividades práticas, na matriz curricular deste projeto, não estarão restritas ao Estágio Curricular Supervisionado. De fato, o que se propõe é que todas as disciplinas desenvolvam a dimensão prática inerente à natureza e especificidade de seus conteúdos. Nesse sentido, os alunos de Zootecnia poderão ter estágios vivenciais durante o desenvolvimento do curso, reforçando a ideia de que o Projeto Pedagógico deve apresentar espaço para observações diretas, assim como a participação em experimentações e utilização de tecnologias, respeitando-se o nível de complexidade crescente.

No entendimento da Comissão Nacional de Ensino de Zootecnia (CNEZ, 2001), “teoria e prática precisam estar mais associadas no oferecimento das disciplinas, para permitir uma formação mais sólida e estimular o interesse do aluno pelo curso”.

Para efeito de conclusão de curso, conforme deliberação do colegiado, os alunos deverão apresentar relatório técnico circunstanciado dos estágios curriculares obrigatórios. O relatório do Estágio Supervisionado II deverá ser apresentado oralmente, pelos alunos, perante banca examinadora, de acordo com as normas emitidas pelo colegiado do curso (anexo).

 

Atividades de Formação Complementares

 O acadêmico do curso de Zootecnia da UFRN deverá participar também de atividades de extensão e pesquisa com o objetivo de ampliar o leque de seus conhecimentos técnicos de forma prática, aumentar sua convivência e desembaraço no meio zootécnico profissional, despertar sua curiosidade para o lado da pesquisa cientifica e estabelecer uma sólida produção cientifica, o que será fundamental quando o acadêmico tentar uma vaga em cursos de Pós-Graduação.

Essas atividades complementares obrigatórias poderão ser desenvolvidas concomitantemente com o Estágio Supervisionado em Zootecnia e deverão consumir uma carga horária de 195 horas.

Alguns pontos devem ser observados:

1) De acordo com as normas aprovadas no Colegiado do Curso de Zootecnia, a monitoria voluntária pode ser feita em disciplinas ligadas à UAECIA. Cada aluno poderá ser monitor voluntário até duas vezes, não podendo, entretanto, ser na mesma disciplina;

2) Será considerado como pontuado o trabalho aceito para publicação em revista cientifica ou com comprovação de apresentação em congressos de caráter científico ou similar;

3) Não serão considerados para efeito de pontuação seminários de disciplinas ou que não tenham conotação científica;

4) A Coordenação do Curso se responsabilizará em promover palestras mensalmente, em dias e horários fixos na semana de modo a possibilitar o maior fluxo possível de alunos. Estas palestras deverão ser programadas e divulgadas com antecedência mínima de 20 dias;

5) O aluno poderá utilizar, no máximo, até 30% da carga horária das Atividades Complementares em apenas uma das atividades listadas no quadro 04.

No quadro abaixo, estão listadas as atividades complementares e a sua pontuação. 

 Quadro 04 – Relação e carga horária das Atividades Complementares do curso de Zootecnia da UFRN

ATIVIDADES

Carga horária*

Apresentação de trabalho oral ou pôster em evento científico internacional

  25

Apresentação de trabalho oral ou pôster em evento científico nacional

 15

Apresentação de trabalho oral ou pôster em evento científico regional

 10

Participação em evento científico internacional sem apresentação de trabalho

 8

Participação em evento científico nacional sem apresentação de trabalho

  6

Participação em evento científico regional sem apresentação de trabalho

  4

Atividade de extensão rural e comunitária com carga horária superior a 40 horas (máximo de 3)

20

Atividade de extensão rural e comunitária com carga horária de 17 a 39 horas (máximo de 4)

15

Atividade de extensão rural e comunitária com carga horária de 8 a 16 horas (máximo de 4)

10

Participação em Cursos de Extensão com carga horária mínima de 8 horas (máximo de 4)

10

Estágio com carga horária superior a 40 horas (máximo de 3)

25

Estágio com carga horária de 17 a 39 horas (máximo de 4)

15

Estágio com carga horária de 8 a 16 horas (máximo de 4)

10

Bolsista de Iniciação Cientifica

20/semestre

Projetos de Extensão

20/semestre

Monitoria

20/semestre

Projetos de ações integradas

20/semestre

Programa de Educação Tutorial

20/semestre

Trabalho científico publicado em periódico especializado

25

Participação em palestras ou seminários da área zootécnica

  3

 

Trabalho de Conclusão de Curso

           O Trabalho de Conclusão de Curso, centrado em determinada área teórico-prática ou de formação profissional do curso, deverá ser redigido e apresentado no último período do curso, após o aluno ter integralizado pelo menos 60% da carga horária total do curso. O referido trabalho deverá ter como orientador um professor que ministre aula no curso de Zootecnia da UFRN, e o acadêmico deverá redigi-lo, apresentá-lo e defendê-lo perante banca examinadora composta pelo professor orientador e mais dois profissionais de nível superior relacionado à área do TCC do aluno, podendo apenas um destes pertencer a uma instituição externa ou ser profissional autônomo. O referido trabalho poderá ter as seguintes modalidades:

1.         Resultados de pesquisa científica na forma de Monografia;

2.         Revisão de temas recentes em Zootecnia;

3.         Trabalhos de extensão na área de difusão de tecnologia rural.

4.         Trabalho de inovação e patente.

 

A redação do TCC deverá seguir as normas de Apresentação de Trabalhos de Conclusão do Curso de Graduação em Zootecnia da UFRN, as quais deverão ser aprovadas pelo Colegiado do Curso e deverão ser publicados pela Coordenação para ser distribuído aos alunos no último semestre.

 

Atualmente o curso conta com o apoio do Núcleo Docente Estruturante (NDE-ZOO), designado pela Portaria 047/18-EAJ, de 11/07/2018, publicada no Boletim de Serviço nº 131/2018, em que foram nomeados os professores Marcone Geraldo Costa – matrícula SIAPE 1726100, Henrique Rocha de Medeiros – matrícula SIAPE 1282620, Janete Gouveia de Souza – matrícula SIAPE 1323030, José Aparecido Moreira – matrícula SIAPE 2793246, Stela Antas Urbano – matrícula SIAPE 2339534, e Valdi de Lima Júnior – matrícula SIAPE 1639912, para, sob a presidência do primeiro, comporem a Comissão do Núcleo Docente Estruturante – NDE, do Curso de Zootecnia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, tendo como função básica o acompanhamento e a avaliação do processo de concepção, consolidação e contínua atualização do Projeto Pedagógico do curso. As atribuições e os critérios de constituição do NDE estão dispostos na Resolução CONSEPE nº 124, de 06 de setembro de 2011.

Será realizada no início de cada ano letivo a Semana Pedagógica, onde serão discutidas ações vinculadas ao projeto pedagógico, visando o planejamento didático, atividades de pesquisa, extensão e acompanhamento de alunos.  Nesta semana serão discutidas também as ações do Plano Trienal que foram desenvolvidas e as perspectivas para o desenvolvimento de novas ações.

Visando o adequado andamento do PPC, está previsto no Plano Trienal uma primeira avaliação do PPC no quarto período após sua implementação, afim de identificar possíveis problemas e propor soluções. Posteriormente, é meta prevista no Plano Trienal que o PPC passe por revisão a cada cinco anos contados a partir da data de implementação. Nesse interim, havendo necessidade, no intuito de melhorar, se adequar e atender a novas demandas na área, o curso prevê a realização de um processo de Autoavaliação, com o apoio da Comissão Própria de Avaliação (CPA) e da Diretoria de Desenvolvimento Pedagógico-PROGRAD. A decisão da necessidade ou não de promover a Auto avaliação será de responsabilidade do NDE-ZOO, tendo por base a avaliação do PPC e principalmente o resultado do desempenho dos estudantes nas próximas edições do ENADE. No último ciclo avaliativo do ENADE, o curso obteve conceito ENADE 4,0 e essa atualização do PPC visa melhoras no desenvolvimento do curso com objetivo de obtenção de conceito igual ou superior ao atual conceito. Sendo assim, em caso de desempenho abaixo do esperado no próximo ciclo avaliativo do ENADE que ocorrerá em 2019, será motivo para reflexão mais ampla envolvendo todo o corpo docente e discente através da auto avaliação.

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