Projeto Pedagógico do Curso

O egresso do curso será titulado Bacharel em Humanidades. Partindo da
premissa das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) dos Cursos de Graduação e
Referenciais para os Bacharelados Interdisciplinares, como orienta o Parecer
CNE/CES 266/201, esse profissional deverá ser capaz de realizar leituras
abrangentes, sensíveis e críticas da realidade social e do ambiente em que se
encontra inserido, numa perspectiva interdisciplinar dos problemas, assim como
uma perspectiva interdisciplinar das ações para enfrentamento dos problemas e
questões sociais. Além disso, o egresso terá recursos para lidar, em sua atuação
profissional, com a miríade de exigências do mundo do trabalho contemporâneo e
em contínua interlocução com ocupações diversas, mobilizando, de modo flexível e
reflexivo, competências e habilidades de distintos campos do conhecimento, sob
especialmente o enfoque das humanidades.
O egresso do curso, com as habilidades e competências do Bacharel em
Humanidades, com o perfil de um profissional generalista interdisciplinar, sairá
capacitado a desenvolver atividades de pesquisa teórica e aplicada, sejam
acadêmicas, sejam aquelas vinculadas a demandas do Estado, (demandas da
gestão governamental, dos setores públicos), seja aquelas vinculadas a demandas
da gestão empresarial e/ou de entidades da sociedade civil. O BIH habilitará o
egresso para atuar no setor público, privado e no campo não-governamental, na
medida em que, ao longo do processo formativo, o curso proporcionará uma visão
mais ampla e plural, contribuindo para uma formação cultural e humanística mais
abrangente, o que permitirá aos egressos se posicionarem criticamente e de modo
não segmentado diante dos desafios existentes na sociedade contemporânea
A formação generalista interdisciplinar do egresso o habilitará a analista de
temas e problemas diversificados, possibilitando o tratamento de problemas reais
em vários âmbitos, sob o prisma de I) uma visão humanista, crítica, reflexiva, criativa,
cooperativa e ética; II)forte competência intelectual e técnica; III) aptidão à
atuação inovadora e empreendedora; IV) adotar, de modo flexível e compatível
com os problemas e soluções, perspectivas multidisciplinares e interdisciplinares em
sua prática; V) considerar os aspectos sociais, culturais, políticos, econômicos e
ambientais que envolvem os problemas, em contextos, locais, nacionais ou
mundiais; VI) atuar com comprometimento ético com a justiça social, o
desenvolvimento sustentável e inclusivo e com o Estado Democrático de Direito.
O curso buscará assegurar um perfil profissional cosmopolita, globalizado e
atualizado que corresponda a profissionais capacitados a atuar na sociedade
contemporânea, enfrentando seus dilemas, desafios e problemas; sociedade na
qual, cada vez mais, tecnologia e conhecimento atualizados são os dois grandes
fatores da produção e organização social.

O conjunto de competências pontuadas neste PPC ressalta demandas
importantes das Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos Superiores e dos
Referenciais Orientadores para os Bacharelados Interdisciplinares e Similares,
bem como das necessidades do contexto social no qual se insere o curso.
Tendo em vista o objetivo da formação do Bacharel em Humanidades em
relação ao contexto social contemporâneo, no qual tem peso decisivo as
linguagens telemáticas (informacionais, digitais) que permeiam os espaços
públicos e privados contemporâneos, as rápidas mudanças nos processos de
produção, as exigências de inovação no desenvolvimento do conhecimento e
da atividade profissional em sempre mais diversas áreas, e tendo em vista a
necessidade de sua formação de modo a possuir aptidões, habilidades,
competências e atitudes em consonância com a natureza das demandas do
contexto social que emergem no presente, com perspectiva interdisciplinar e
humanística, o egresso do curso deverá demonstrar capacidade, competência
e habilidade no que segue:
I - Conhecimento da produção e análise de dados técnicos, científicos e
sociais;
II - Conhecimento de métodos e técnicas de pesquisa;
III - Comunicação com eficiência, com domínio de linguagem e
conteúdos;
IV - Capacidade criativa, inovadora e empreendedora na solução de
problemas em processos de criação;
V - Capacidade de gerenciamento, coordenação e participação em
equipes multidisciplinares, sendo, em qualquer caso, elemento de
integração;
VI - Domínio da linguagem própria, expressando conceitos e soluções em
seus projetos, de acordo com as diversas técnicas de expressão dos
domínios de trabalho;
VII - Interação com especialistas de outras áreas de modo a utilizar
conhecimentos diversos e atuar em equipes interdisciplinares na
elaboração e execução de pesquisas e projetos;
VIII - Aplicação de uma visão sistêmica de projeto, manifestando
capacidade de conceituá-lo, a partir da combinação adequada de
diversos componentes sociais, digitais, psicológicos e sociológicos;
IX - Domínio das diferentes etapas metodológicas do desenvolvimento
de um projeto, a saber: definição de objetivos, técnicas de coleta e de
tratamento de dados, geração e avaliação de alternativas,
configuração de solução e comunicação de resultados;
X - Compreensão histórica e prospectiva, centrada nos aspectos sociais e
culturais, revelando consciência das implicações econômicas, sociais,
antropológicas, ambientais e éticas de sua atividade;
XI - Capacidade de atuação em organismos de grande, médio e
pequeno porte (públicos ou privados);
XII - Capacidade para planejar, executar, prestar consultoria, coordenar
e assessorar indivíduos, grupos e instituições em atividades básicas de
pesquisa científica, pesquisas exploratórias e de levantamento, bem
como em projetos de intervenção social (comunitário e/ou institucional);
XIII - Competência para apreciar e fruir trabalhos de mídias audiovisuais,
tanto das manifestações de seu meio como das nacionais e
internacionais, refletindo e compreendendo critérios culturalmente
construídos e embasados em conhecimentos afins, de caráter filosófico,
histórico, sociológico, antropológico, psicológico, semiótico, científico e
tecnológico, dentre outros;
XIV - Habilidade de observação e compreensão das estruturas,
instituições e relações na sociedade informacional e digital
contemporânea;
XV - Competência para entender os princípios das tecnologias aplicadas
na sociedade informacional digital associando-os ao conhecimento
científico para subsidiar pesquisas em diversas áreas na perspectiva da
interdisciplinaridade.
XVI – Competência para atuar responsavelmente, ter a capacidade de
dominar os sentimentos e as tensões profissionais, a argumentação crítica
e a capacidade analítica;
XVII – Habilidade de utilizar as técnicas adequadas de observação,
compreensão, registro e análise das necessidades dos indivíduos, grupos,
sociedade em geral ou instituições, bem como interpretar seus contextos
sociais, culturais, legais, ambientais e econômicos, concebendo soluções
criativas e buscando o uso de técnicas adequadas, que sejam
desejáveis pelos usuários;
XVIII – Habilidade em simular e analisar diferentes cenários para a tomada
de decisões;
XIX – Competência para interagir com diferentes culturas, mediante
trabalho em equipes presenciais ou a distância, para facilitar a
construção coletiva;
XX – Habilidade em reconhecer e conviver com as diferenças
socioculturais nos mais diversos níveis em todos os contextos em que
atua, sejam globais ou locais;
XXI – Habilidade em aprender novas competências e meios de ensino e
aprendizagem, de modo que esteja apto a transmitir conhecimentos
profissionais no exercício profissional.
Estas competências e habilidades serão trabalhadas com foco mais
especialmente no contexto local e regional, sem perder de vista a globalidade
e o fenômeno da mundialização da cultura e dos problemas sociais no
presente. O egresso do BIH terá uma formação generalista que contempla os
conteúdos humanísticos de forma ampla, mas com sólida base na formação de
competências técnicas de seu saber e área específicos.

A matriz curricular do Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades está
organizada em conformidade com Parecer CNE/CES n. 776, de 03 de dezembro de
1997, que fornece as diretrizes curriculares para Cursos de Graduação; Parecer
CNE/CES n. 583, de 04 de abril de 2001, que dá orientações para as diretrizes
curriculares dos cursos de graduação; Parecer CNE/CES n. 67, de 11 de março de
2003, de aprovação do Referencial para as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN)
dos Cursos de Graduação e revogação do ato de homologação do Parecer
CNE/CES 146/2002; Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho instituído pela
Portaria SESu/MEC nº 383, de 12 de abril de 2010, intitulado Referenciais
Orientadores para os Bacharelados Interdisciplinares e Similares; Parecer CNE/CES
n. 266, de 5 de julho de 2011, que aprova os Referenciais Orientadores para os
Bacharelados Interdisciplinares e Similares das Universidades Federais; Resolução n.
2, de 18 de junho de 2007, sobre a carga horária mínima e os procedimentos
referentes à integralização e duração dos Cursos de Graduação; Parecer CNE/CES
n. 334/2019, de 8 de maio de 2019, que institui orientação às Diretrizes Curriculares
Nacionais dos Cursos Superiores.
No âmbito da UFRN, este PPC observa e atende a Resolução nº 171/2013-
CONSEPE, de 5 de novembro de 2013, que aprova o Regulamento dos Cursos
Regulares de Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte;
Resolução nº 037/2019-CONSEPE que trata de alterações no Regulamento dos
Cursos Regulares de Graduação da UFRN; a Resolução nº 038/2019-CONSEPE, que
regulamenta a inserção curricular das ações de extensão universitária nos cursos de
Graduação da UFRN e a Resolução nº 026/2019-CONSUNI, que institui a Política de
Inclusão e Acessibilidade e a Resolução nº 027/2019- CONSUNI que regulamenta a
Rede de Apoio à Política de Inclusão e Acessibilidade e a Comissão Permanente
de Inclusão e Acessibilidade da UFRN.
A matriz curricular e o funcionamento do curso pretendem assegurar o
cumprimento de seus fundamentos e objetivos, contemplando um conjunto de
componentes curriculares e atividades acadêmicas para a formação do Bacharel
em Humanidades, representados pelos Componentes Curriculares Obrigatórios,
Componentes Curriculares Optativos, pelas Atividades Complementares e pelo
Trabalho de Conclusão de Curso, conforme apresentados mais adiante.
A construção da matriz curricular adota a metodologia da flexibilidade
curricular, da interdisciplinaridade e da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e
extensão. Seja como princípios epistemológicos e cognitivos, seja como métodos de
conhecimento e atuação, o curso os adota como metodologia basilar de
sustentação de seu funcionamento e atividades.
Flexibilidade Curricular – A matriz curricular do curso pretende assegurar ao
estudante o máximo de fluxo no percurso dos períodos de formação, maior
autonomia do estudante para escolha dos componentes optativos e atividades
complementares, além de oferecer a oportunidade de possibilidades alternativas e
variadas de experiências autônomas de construção de percursos e de exercícios da
criatividade. Os componentes curriculares não possuem pré-requisitos ou
correquisitos, o que permite ao aluno a perspectiva de cursar componentes
obrigatórios e optativos sem que, por eventuais reprovações em disciplinas ou por
opção de cursá-las em períodos distintos, ocorra atrasos na formação. Embora os
componentes curriculares sejam distribuídos nos seis períodos previstos seguindo
encadeamos e comunicação entre seus conteúdos, não são concebidas
hierarquias rígidas entre os componentes por pressupostos infundamentados de
necessária precedência por algum presumido imperativo cognitivo. Nos
componentes cuja natureza é a de atividades integradores de formação (individual
ou coletiva), nos componentes destinados a práticas extensionistas e na escolha de
rotas de integração à pós-graduação de livre escolha do estudante, a matriz
curricular oferta do mesmo modo flexibilidade, liberdade e oportunidade do
exercício da criatividade autônoma.
O princípio da flexibilidade curricular torna-se uma exigência na formação
profissional nos dias atuais, pois torna possível ao formando a possibilidade de
organizar suas escolhas baseando-as em avaliações dos cenários sociais,
demandas do mercado de trabalho, anseios pessoais. Entre as alternativas
possibilitadas pela matriz curricular, as opções de construir itinerários cognitivos,
intelectuais e práticos motivam o aluno a ser mais participativo ao longo de sua
graduação, e pode contribuir significativamente para a redução da evasão na
educação superior.
A matriz curricular menos engessada favorece ao estudante optar pelas
atividades de maior interesse, aumentando a liberdade de escolha e participação
ao longo de sua trajetória formativa. A flexibilidade curricular permite o
envolvimento do estudante em atividades variadas e torna possível o
direcionamento a atividades práticas de desenvolvimento de habilidades e
competências a ser adquiridas na formação.
A formação assegurada na flexibilidade curricular gera responsabilidade e
comprometimento do estudante com sua formação, o que se constitui também em
educação ético-moral complementar à formação científica e profissional. O curso
formará assim profissionais comprometidos e cidadãos responsáveis.
Interdisciplinaridade como Epistemologia e Metodologia- a
interdisciplinaridade sustenta o projeto do curso como perspectiva epistemológica e
metodológica de abordagem de conteúdos e problemas, e igualmente como
concepção e prática pedagógicas de ensino, de pesquisa e de extensão.
Todavia, a equivocidade do termo interdisciplinaridade, pelos muitos usos
que tem sido feito hoje, requer que situemos como o entendemos e como neste
projeto de curso é aplicado. Para isso, trazemos aqui a reflexão de Olga Pombo,
professora da Universidade Nova de Lisboa. Conforme a autora assinala: “quando
se quer discutir um problema qualquer, a Guerra do Golfo, a moda ou o mais
extravagante episódio futebolístico, a ideia é sempre a mesma: juntar várias pessoas
de diferentes perspectivas e pô-las em conjunto a falar, em roda de uma mesa,
lado a lado, frente a frente, em círculo ou semicírculo, em presença ou por
videoconferência, etc. Claro que o que está subjacente a esta mera inventividade
de cenários é sempre a ideia embrionária - e muito ingênua - de que a simples
presença física (ou virtual) de várias pessoas em torno de uma mesma questão,
criaria automaticamente um real confronto de perspectivas, uma discussão mais
rica porque, diz-se, mais interdisciplinar. [...] Depois, há ainda um contexto
empresarial e tecnológico no qual a palavra interdisciplinaridade tem tido uma
utilização exponencial. Refira-se apenas o caso da gestão de empresas, onde
alguma coisa designada por interdisciplinaridade é usada como processo expedito
de gestão e decisão, ou o caso da produção técnica e tecnológica, sobretudo a
mais avançada, onde se tende cada vez mais a reunir equipas interdisciplinares
para trabalhar na concepção, planificação e produção dos objetos a produzir”.22
A esse emprego, a autora irá chamar atenção para a perda de sentido
conceitual no uso do termo, perdendo-se a semântica científica, epistemológica e
metodológica da acepção com a qual tem sido aplicado no campo científico e
acadêmico. Como dirá: “algo que, quando se ultrapassa essa dimensão do
paralelismo, do pôr em conjunto de forma coordenada, e se avança no sentido de
uma combinação, de uma convergência, de uma complementaridade, nos
coloca no terreno intermédio da interdisciplinaridade. Finalmente, algo que,
quando se aproximasse de um ponto de fusão, de unificação, quando fizesse
desaparecer a convergência, nos permitiria passar a uma perspectiva holista e,
nessa altura, nos permitiria falar enfim de transdisciplinaridade. [...] A ideia é a de
que as tais três palavras [multidisciplinaridade, interdisciplinaridade,
pluridisciplinaridade], todas da mesma família, devem ser pensadas num continuum
que vai da coordenação à combinação e desta à fusão. Se juntarmos a esta
continuidade de forma um crescendum de intensidade, teremos qualquer coisa
deste gênero: do paralelismo pluridisciplinar ao perspectivismo e convergência
interdisciplinar e, desta, ao holismo e unificação transdisciplinar”.23
Desse modo, compreendendo a interdisciplinaridade não como a interação
episódica entre áreas do conhecimento científico, muitas vezes sem interações
teóricas e/ou metodológicas, mas como um modo científico de pensar, condutor
do ensino, da pesquisa e da extensão, baseado em construções de sínteses e fusões
de contribuições teórico-científicas vindas de áreas, correntes e autores diversos
(numa unificação transdisciplinar), o curso oferecerá uma formação sob a
perspectiva desse modo científico de pensar, que é também atitudinal como
orientação de práticas pedagógicas e demais ações na atividade acadêmica,
científica e outras.
Mais uma vez, valendo-nos das reflexões da autora citada, ao lembrar as
reflexões de Gilbert Durand, um exemplo de pensador inter-transdisciplinar -,
observa: “os grandes criadores científicos eram homens que tinham uma formação
pluridisciplinar, homens que tinham, na sua origem, não o trabalho no interior da sua
especialização, mas justamente a possibilidade de atravessar diferentes disciplinas,
de cruzar diversas linguagens e diversas culturas.” E é também Gilbert Durand que a
autora cita em passagem na qual o pensador francês menciona a formação
universitária: “Afinal, ao contrário do que poderíamos pensar, aqueles que, no final
do século XIX, produziram os grandes acontecimentos e transformações científicas
não foram os especialistas [...]. Ao invés, foram personagens que tinham
beneficiado de uma formação universalista que as nossas escolas e universidades
deixaram ultimamente de proporcionar. Em limite, o que Durand está a dizer é que
a possibilidade de inovação resulta de uma formação universalista, pluridisciplinar,
aberta a todas as transversalidades. E acredita e aposta no trabalho da
universidade e da escola como um trabalho que deve repor na ordem do dia essa
formação”.24
Indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão - em conformidade com
tradição consolidada e atuante nas universidades latino-americanas e brasileiras,
tradição expressa no PDI 2020-2029 da UFRN, o PPC do Bacharelado Interdisciplinar
em Humanidades da UFRN concebe Ensino, Pesquisa e Extensão como constituintes
necessariamente interdependentes da prática acadêmica, que se retroalimentam
e promovem o desenvolvimento entre si, para o conjunto da universidade e para a
sociedade – local, regional e nacional. O que implica em afirmar a organicidade
dessa interdependência como fundamento metodológico básico do curso, tal
como previsto nas diversas atividades acadêmicas da estrutura curricular. Para
além das atividades de ensino, pesquisa e extensão previstas, que serão orientadas
e executadas segundo o princípio dessa indissociabilidade, o projeto do curso institui
também carga horária obrigatória de práticas extensionistas nas quais as ações
práticas serão experiências de execução efetiva da indissociabilidade pretendida.

O Regulamento dos Cursos de Graduação da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte – RESOLUÇÃO Nº 171/2013-CONSEPE, de 5 de novembro de 2013,
aludindo à importância do projeto pedagógico de cada curso, pensado como
planejamento estrutural e funcional, aponta aspectos imprescindíveis à sua
realização, deliberando acerca do sistema de avaliação do processo de ensino
aprendizagem, como parte fundamental – descrito, no Art.91 da referida
resolução, como “o processo formativo contínuo que compreende diagnóstico,
acompanhamento e somatório da aquisição de conhecimentos, habilidades e
atitudes pelo estudante, mediado pelo professor em situação de ensino, expressa
em seu rendimento acadêmico e na assiduidade.” Desse modo, o Bacharelado
Interdisciplinar em Humanidades objetiva construir uma lógica avaliativa do
processo de ensino-aprendizagem pautada em avaliações globais, contínuas,
críticas e coerentes, com vistas a uma formação de qualidade. A avaliação do
processo de ensino-aprendizagem do curso de Bacharelado Interdisciplinar em
Humanidades obedece às diretrizes estabelecidas pelo Regulamento dos Cursos
de Graduação da UFRN.
Os procedimentos de acompanhamento e avaliação propostos atendem
aos preceituados na legislação da UFRN e são coerentes com a concepção do
Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades, a
qual visa uma formação intelectual profissional crítica e qualificada em que o
desenvolvimento e a autonomia intelectual dos discentes aconteçam de forma
permanente e efetiva. Para que essa formação se realize, é necessário, como aqui
previsto, que sejam disponibilizadas informações contínuas aos estudantes, através
da criação de procedimentos que ampliem a qualificação de sua formação
profissional.
Importante salientar que a avaliação é pensada pelo curso não como mero
mecanismo de controle, numa perspectiva classificatória e de resultados, mas
como instrumento que deve servir também para reformulação das práticas
docente e discente. Para tanto, e respeitando a autonomia do professor na
condução dos componentes e escolha do modelo avaliativo, serão empregadas
formas avaliativas que contribuam para o aperfeiçoamento do ensino e
consequente efetivação da aprendizagem, variando de avaliações únicas, globais
e integradas, correspondendo ao semestre letivo, assim como trabalhos individuais
e em equipe, seminários, dentre outras possibilidades avaliativas, que devem ter
respaldo nos objetivos estabelecidos no plano de trabalho docente que deve ser
apresentado e discutido com os alunos pelos docentes quando do início do
período letivo. Também será explicitado nos programas dos componentes quais as
formas de avaliação que serão aplicadas, de acordo com os componentes
curriculares e das atividades para estes previstas.
Como consta no Art. 96 da Resolução acima mencionada, o tipo de
instrumento utilizado pelo professor para avaliação da aprendizagem deve
considerar a sistemática de avaliação definida no projeto pedagógico do curso,
de acordo com a natureza do componente curricular e especificidades da turma.
Além das avaliações referentes ao processo ensino-aprendizagem, como
preconizadas pela resolução citada, destacamos que o Bacharelado
Interdisciplinar em Humanidades oferecerá aos estudantes, mediante criação da
Comissão de Orientação e Acompanhamento Acadêmico (COAA), e da
nomeação dos professores-orientadores, apoio contínuo na trajetória de formação
do discente, na medida em que acompanhará o desenvolvimento acadêmico
dos alunos sob sua orientação.
A avaliação, utilizando diversificados métodos e instrumentos, tais os já
descritos acima, tem como objetivo possibilitar aos discentes exercícios para a
reflexão dos conhecimentos estudados e pelas características da concepção do
Curso é fundamental que os instrumentos do processo avaliativo sejam múltiplos e
adequados às etapas e às atividades do curso. O colegiado do Curso de deverá
estabelecer uma periodicidade para que sejam auferidos junto ao corpo discente
os pontos que devem ser equacionados em relação às condições de infraestrutura,
aos equipamentos, à organização didático-pedagógica, aos métodos de ensinoaprendizagem
para subsidiar a elaboração e o acompanhamento do Plano de Ação Trienal do Curso.

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