Proyecto Pedagógico del Curso

Deste modo, pode-se compreender que a vertente da formação profissional ensejada e especificada nesse documento contempla o ensino das artes cênicas e suas respectivas estruturas de conhecimento, comprometendo-se, no presente projeto político-pedagógico, com a formação do docente de Teatro. O campo de atuação desse profissional encontra-se prioritariamente na instituição escolar, mais especificamente no contexto da educação básica, porém não se restringe a esta, visto que o Teatro, como fenômeno educativo, transcende o espaço da escola, inserindo-se em outros espaços sociais no fomento da formação acadêmica, artística e cultural.

Como área de conhecimento, o Teatro possui muitas faces que se articulam e se complementam, estando elas relacionadas a diversos outros campos do saber como a Psicologia, a Antropologia, a Comunicação, a Filosofia, entre outros, sendo imprescindível a articulação com o campo de conhecimento da Pedagogia no caso da formação docente em Teatro. Nesse contexto, pretende-se formar um profissional que, além do domínio dos conhecimentos específicos da área, seja capaz de promover a articulação dos múltiplos saberes necessários à demanda do seu exercício profissional, inclusive aqueles advindos de suas vivências anteriores e extraescolares, bem como do contexto social de seus discentes.

Inclui-se no seu perfil a compreensão das questões que envolvem o ensino das áreas específicas do Teatro e o exercício das capacidades de avaliar criticamente sua própria atuação e de interagir de forma cooperativa com a comunidade profissional, acadêmica e artística na elaboração de projetos e de investigações nesse campo do conhecimento.
Considerando o pensamento pedagógico contemporâneo em Artes, faz-se importante destacar a formação de um profissional atento à promoção do conhecimento que articule o fazer artístico, a apreciação das obras de arte e a contextualização histórica e social das mesmas.

Ademais, o docente da área de Teatro deverá estar comprometido com a Educação Especial, incorporando os princípios de uma pedagogia inclusiva, o que lhe exige a capacidade de estabelecer interfaces com profissionais de outras áreas e a compreensão dos limites e possibilidades de sua atuação como docente de Teatro, nesse contexto
multifacetado. O docente deverá estar igualmente preparado para uma educação voltada para a diversidade étnica da população brasileira, haja vista que ainda predomina uma educação eurocêntrica em detrimento, por exemplo, de saberes étnico-culturais das populações negra e indígena.

A este respeito, na presente atualização consideramos relevante destacar a importância do tratamento que se tem dado, no Curso, à formação de uma dinâmica de preparação corporal, de discussão dos imaginários brasileiros, da criação de cenários contextuais de profunda aproximação das diversas matrizes culturais dos povos ameríndios
e afrodescendentes com a condição de formação em Teatro, seguindo as orientações das Diretrizes Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e Ensino da Cultura Afro-Brasileira e Africana.

Na mesma direção, tem sido nossa preocupação o fortalecimento de práxis de formação voltadas para a criação de um pensamento crítico e reflexivo sobre os problemas de gestão ambiental, nas práticas cotidianas do Curso, em que se destaquem:

a) os problemas emergenciais e concretos do uso dos recursos ambientais;

b) de instauração de novas formas de compreensão de sistemas de produção de conhecimento visando a
emergência do desenvolvimento de novas políticas de Educação Ambiental.

A formação em Teatro é compreendida, nesta proposta, em atendimento ao Perfil Desejado do Formando, segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Teatro, que aconselha que os cursos sejam capazes de promover uma ―sólida formação ética, teórica, artística, técnica e cultural que capacitará discentes, tanto para uma atuação qualificada nos processos de educação (formais e não-formais), quanto à investigação de novas técnicas, metodologias de trabalho, linguagens e propostas estéticas‖ em Teatro.

Assim, como parte integrante do perfil proposto, o aluno deverá ser capaz de buscar uma contínua atualização profissional, fazendo, inclusive, conexão de sua graduação com estudos de pós-graduação e pesquisa, para que, assim, possa acrescer novas práticas à constituição de repertórios e saberes dessa área do conhecimento, e ainda, renovar a produção de pesquisa, crítica e espetáculos teatrais, bem como contribuir para a formação de plateias, contribuindo para a difusão de novas ideias no Ensino de Teatro em nosso Estado e no país.

Anseia-se ainda que esse perfil de egresso esteja imbuído do respeito às matrizes socioculturais do sujeito formado, à sua realidade de origem, às diversidades: étnico-raciais, gênero, sexual, religiosa, de faixa geracional e sociocultural; da dedicação à sua arte e ofício com ética e responsabilidade social.

O Curso de Licenciatura em Teatro da UFRN possibilitará aos seus discentes processos de formação e experiências de ensino-aprendizagem tendo em vista as seguintes competências e habilidades:
➢ As práticas de construção coletiva do conhecimento, pautadas no respeito às diferenças de pensamento/opinião como atitudes fundamentais à convivência democrática;
➢ O reconhecimento da escola como lugar de socialização do conhecimento e de articulação de práticas artísticas e culturais;
➢ A compreensão dos sujeitos de uma ação educativa como sujeitos produtores de cultura, instrumentalizando-os como produtores de valores e significados culturais e investindo no diálogo entre diferentes formas culturais como parte de um amplo processo de troca, que envolve diferentes níveis de percepção da realidade cotidiana, da mais local e imediata a mais ampla e aparentemente distante.
➢ A sistematização de experiências como parte do domínio pedagógico, explicitando meios e fins para uma prática educativa;
➢ As vivências e experimentações investigativas como percurso de acesso à pesquisa que renova e motiva o ensino de teatro;

➢ A produção de realidades sociais profícuas em sala-de-aula;
➢ A relevância dada à formação continuada como parte de um processo permanente de produção e atualização do conhecimento;
➢ A busca pela reflexão criteriosa sobre a prática pedagógica como mecanismo de avaliação;
➢ O compartilhamento de saberes artísticos e pedagógicos com a comunidade externa à UFRN, por meio de ações de extensão universitária;
➢ A compreensão do espetáculo como composto social, construto cultural, fenômeno de grupo, de etnia, de classe, de contexto, voz simbólica de indivíduos e de suas subjetividades em coletividades;
➢ O domínio do corpo como matriz de subjetividades e principal possibilidade poética, expressiva e técnica da arte da cena;
➢ A vivência da arte cênica em sua dimensão mais individual na direção do coletivo;
➢ O acatamento da multiculturalidade e da diversidade do fenômeno espetacular, suas mais significativas formas tradicionais, suas origens primitivas e suas variações na contemporaneidade como parte integrante da arte cênica;
➢ O entendimento da linguagem teatral, suas especificidades e desdobramentos, inclusive conceitos e métodos fundamentais à reflexão crítica dos seus diferentes elementos;
➢ A vivência de coordenação e condução de processos educacionais de conhecimento teórico e prático da linguagem teatral, no exercício do ensino de teatro, tanto no âmbito formal como em vivências não formais desse ensino;
➢ A capacidade de auto-aprendizado contínuo, exercitando procedimentos de investigação, análise e crítica dos diversos elementos e processos da arte teatral;
➢ A percepção na história do teatro de múltiplas e diversificadas formas de manifestação desse conhecimento nas diversas sociedades e períodos, apreendendo suas especificidades de acordo com as realidades conjunturais e
tecnológicas;
➢ O conhecimento da arte do ator, exercitando sua contemporaneidade e compreendendo as especificidades (continuidades e rupturas) dessa arte no desenvolvimento de técnicas e poéticas no percurso histórico do teatro;
➢ O conhecimento da encenação e da produção de espetáculos teatrais, bem como suas tecnologias e seus desdobramentos estético-político-filosóficos nos diversos contextos socioculturais onde podem ocorrer;
➢ O conhecimento da dramaturgia, da literatura dramática e das teorias teatrais, bem como de suas semiologias e estudos culturais;
➢ O conhecimento da cenografia e construção de elementos cênicos, bem como a arquitetura e as tecnologias da arte teatral e do espetáculo;
➢ O domínio dos códigos e convenções próprios à linguagem do teatro na realização de práticas poéticas e pedagógicas dessa arte;
➢ O domínio das técnicas de trabalho corporal e da compreensão da epistemologia do corpo, de modo integrado, de maneira que este seja resultado de processos históricos e sociais, acatado como fenômeno da subjetividade e da formação complexa de cada sujeito, responsável pela presentificação do sujeito no mundo e do fenômeno teatral no espaço/tempo;
➢ A compreensão da preparação do ator, da construção de personagens e da criação de papéis, bem como as práticas pré-expressivas e a improvisação teatral como instrumental prático para o teatro;
➢ O domínio e o conhecimento da voz, sua constituição fisiológica e cultural, bem como suas expressividades para o uso/aplicação no teatro;
➢ O domínio do movimento e do corpo em estado de equilíbrio e equilíbrio instável, parte essencial para construção da ação teatral e a exploração do espaço/tempo como dimensão criativa e pedagógica;

➢ A compreensão do uso do espaço/tempo na composição teatral;
➢ O conhecimento dos princípios gerais de Educação e dos principais Processos Pedagógicos referentes à Aprendizagem e ao desenvolvimento de sujeitos sociais críticos, éticos, criativos e colaborativos, como subsídios para o trabalho das artes cênicas pelo viés do desenvolvimento educacional aplicado em manifestações específicas;
➢ A compreensão da realidade e das diversas formas de materialização da linguagem humana, como objeto referente à compreensão do teatro e de suas possibilidades pedagógicas;
➢ O desenvolvimento do senso de cidadania e inclusão social;
➢ O desenvolvimento da conscientização do papel social transformador do discente, do docente formando e do licenciado futuro;
➢ A experimentação sensível e colaborativa dos envolvidos nos processos de apreensão e construção de conhecimentos teatrais, para a compreensão das diferentes realidades sociais e históricas nas quais um docente atua.
➢ A compreensão e a apreciação das formas dramáticas da cultura popular, regional e nacional, e sua relação com a escola como espaço de produção, difusão e valorização dessa cultura.

O planejamento das atividades curriculares e extracurriculares está pautado numa reflexão continuada acerca das necessidades e interesses do corpo docente e discente, a partir dos componentes fixados nas ementas dos conteúdos e nas atividades de prática pedagógica, pesquisa e extensão. E principalmente, pautado na resolução No. 2, de 1º de Julho de 2015, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial e Continuada dos Profissionais do Magistério de Educação Básica.

A programação semestral será estruturada por meio de reuniões pedagógicas sistemáticas entre os docentes envolvidos nos diversos núcleos que compõem o projeto pedagógico do curso. Assim, cada docente poderá planejar as atividades de sua unidade de conteúdo, adotando práticas artístico-pedagógicas, que tangenciam o universo da pesquisa e extensão em artes cênicas e a sistematização de um saber popular.

Para tanto, pode-se lançar mão de uma série de instrumentos como: seminários, encontros, mostras, mesas redondas, palestras, demonstrações técnicas, apresentação de grupos de teatro convidados, apreciação de espetáculos, resenhas críticas, entre outros aspectos, de acordo com os eixos e orientações previamente acordados pelo colegiado do Curso de Licenciatura em Teatro, no sentido de consolidar a interação entre as atividades
do curso e fortalecer uma perspectiva transdisciplinar.

Cada Componente Curricular, portanto, poderá ter um desenvolvimento teórico, que fundamente suas ações; pode também, adotar práticas que propiciem uma experimentação na qual os discentes possam exercitar suas habilidades de organização de conhecimentos e tomada de decisão.

Ao final do Curso, deverá ser exigido, como um dos processos relevantes para a qualificação do docente em formação, o seu Trabalho de Conclusão de Curso: (ART0128) TCC – Produção Escrita.

Nesse sentido, é importante buscar estudos que sejam relevantes nos campos de formação do Curso (teatro, educação, pedagogias do teatro, artes cênicas, outras linguagens da cena, do corpo e das transversalidades: estudos culturais, estética e tecnologia: práticas poéticas, práticas teóricas, práticas técnicas), contribuindo para a construção de novos saberes na área e favorecendo a edificação de novas proposições para o seu ensino.

Ainda sobre a indissociabilidade entre a teoria e a prática, Paulo Freire afirma que o discurso teórico, necessário à reflexão crítica, tem de ser de tal modo concreto que quase se confunda com a prática. O seu ―distanciamento‖ epistemológico da prática enquanto objeto de sua análise, deve dela ―aproximá-lo‖ ao máximo (FREIRE, 1996, p.44).

A abordagem transdisciplinar abrange uma compreensão da realidade que deve estar pautada na complexidade como um recurso epistemológico. O conhecimento, nesse sentido, acontece de forma dinâmica, de modo que o real não se fixe em formas estáticas do próprio conhecimento.

Entende-se assim, que a sua tarefa é integrar os Componentes Curriculares, superando esse caráter disciplinar, a partir do diálogo permeado por diferentes configurações epistêmicas. Consequentemente a organização curricular exige uma reorientação dos modelos tradicionais das matrizes curriculares estruturadas em Componentes Curriculares isoladas para a organização por áreas de conhecimento.

Deve-se enfatizar a promoção do conhecimento artístico capaz de articular métodos entre o fazer artístico, a apreciação da obra de arte e o processo de contextualização histórico e social. No que se refere ao fazer é necessário conhecer e experimentar as diferentes técnicas e gêneros que compõem o universo das Artes Cênicas.

A contextualização deve se processar através do estudo da dinâmica histórica e cultural, da estética e do exercício crítico de leitura da obra de arte, como também da identificação da realidade sócio-cultural dos diversos espaços nos quais o ensino das Artes Cênicas pode ser desenvolvido, por exemplo: em escolas, universidades, galerias de arte, centros comunitários, entre outros, diagnosticando interesses e necessidades da comunidade
envolvida na intervenção.

A articulação do ensino, pesquisa e extensão pode ser efetuada por intermédio de alguns dos componentes curriculares e do desenvolvimento de projetos institucionais, que incentivem a colaboração entre universidades, espaços diversos de ensino das Artes Cênicas e organizações comunitárias, envolvendo equipes multiprofissionais que possam compartilhar o trabalho de pensar, gerenciar e avaliar o ensino e ações educativas com os
docentes em formação, docentes, profissionais da área e a comunidade.

Para que esses projetos possam de fato ser efetivados, torna-se necessário investir na formação pedagógica continuada do corpo docente do Curso de Licenciatura em Teatro, através de oficinas pedagógicas, cursos, discussões, debates, participação em eventos artísticos, festivais de teatro, reuniões para troca de experiências e outros recursos.

Os projetos passam então a ser utilizados para dar forma e conteúdo ao processo de ensino (HERNANDEZ; VENTURA, 1998, p. 28) 7, relacionando efetivamente a teoria, a prática, o ensino, a pesquisa e a extensão, possibilitando ao docente em formação ir construindo o conhecimento a partir de uma realidade vivida, na qual ele aprende fazendo, efetuando trocas com a comunidade, com o corpo docente, com profissionais de outras
instituições de ensino e com os próprios colegas de curso. Portanto, as atividades complementares extraclasse serão consideradas como uma forma de dinamização do currículo.

Destarte, desenvolveremos a seguir, a maneira como foi reflexionado em nossa nova Estrutura Curricular, alguns dos pontos que estão presentes nas Diretrizes Nacionais Curriculares (DCN’), assim como em algumas metas do Plano Nacional de Educação (PCN):


 EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Com relação à abordagem da Educação Ambiental em componentes curriculares, os conteúdos relacionados ao meio ambiente estarão presentes em todos os componentes curriculares do CENOTEC – Laboratório de Estudos Cenográficos e Tecnologias da Cena:
Cenotec I (ART0117) - Introdução à Cenografia,Cenotec II – Figurino (ART0193), Cenotec - III Iluminação (ART0194), Cenotec - IV Maquiagem (ART0195), Cenotec - V Sonoplastia (ART0196), Cenotec - VI Arquitetura e Tecnologia Teatral (ART0197) e Cenotec VIII Cenários (ART0125), Cenotec X - Estudos Estéticos de Iluminação Cênica (ART0127).

Por intermédio das atividades que são desenvolvidas neste Laboratório é possível estudar e analisar as ações e os impactos que podem ser causados no meio ambiente por intermédio das Tecnologias da Cena. Desde investigar que tipo de resíduo esse tipo de atividade produz e posteriormente, qual o destino que se dá a ele, após a sua utilização, e mesmo do ponto de vista do impacto que a construção de um equipamento de teatro exerce sobre o meio ambiente e vice-versa.
 

ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Os Estágios Supervisionados constituem atividades curriculares próprias e indispensáveis à formação de licenciados em Teatro, e devem acontecer sob o acompanhamento sistemático de docentes orientadores vinculados ao Departamento de Práticas Educacionais e Currículo do Centro de Educação (DPEC/CE/UFRN), responsável
pela oferta de quatro componentes assim estruturados junto ao Curso de Licenciatura em
Teatro:

PEC0147 Estágio Supervisionado de Formação de Professores I PEC2000 Didática 100 h
PEC0148 Estágio Supervisionado de Formação de Professores II Estágio I 100 h
PEC0149 Estágio Supervisionado de Formação de Professores III Estágio II 100 h
PEC0150 Estágio Supervisionado de Formação de Professores IV Estágio II 100 h

Superando a visão tecnicista de Estágio como aplicação (na prática) dos saberes aprendidos na universidade, o curso de Licenciatura em Teatro da UFRN parte do princípio de que os Estágios Supervisionados são campo fértil de produção de conhecimento, colocando os futuros professores em movimento reflexivo acerca da docência em
instituições educativas e impulsionando-os, por meio de uma percepção viva, ao ato curioso, criativo e propositor, assumindo como referência a articulação entre as áreas artística e pedagógica do Ensino de Teatro.

Ao retomar enfoques teóricos que subsidiam a compreensão dos processos educativos como fenômenos multi-determinados, os Estágios permitem uma experiência vivenciada como sistematização da unidade teoria-prática, como elaboração conjunta da proposta de trabalho e como unidade indissociável entre ensino-pesquisa, de caráter
fundamental para a formação de professores. Consideram-se os diversos contextos educacionais como co-responsáveis pelos processos de formação inicial dos futuros professores de Teatro, na medida em que não apenas acolhem os estagiários, mas instauram relações de profissionalização intergeracional, a partir da efetivação do estágio como uma experiência que permite o compartilhamento de saberes, bem como a constituição de tais
instituições como um lócus de formação profissional que articula as dimensões inicial e continuada.
Dentre os momentos que atravessam e organizam cada um dos Estágios Supervisionados da Licenciatura em Teatro, destacam-se quatro:
1) Um dos momentos consiste na aproximação inicial dos estagiários à instituição educativa, no intuito de observar, conhecer e vivenciar o cotidiano com mais profundidade, em três âmbitos:
1.1) Primeiro, há uma aproximação do estagiário com a instituição de forma geral: seu funcionamento, sua organização física, política e pedagógica, por meio da observação e análise da sua estrutura física e das funções que os diferentes espaços e pessoas da instituição desempenham, bem como de seu Projeto Político-
Pedagógico e demais documentos legais. Nesse ponto, ganha destaque também a aproximação e a compreensão dos processos de gestão das instituições educacionais, considerando, especialmente, os princípios democráticos que, em tese, deveriam pautar as decisões colegiadas.
1.2) Em seguida, há uma aproximação do estagiário com as diferentes turmas de ensino da instituição, passando pela observação do trabalho com todas as faixas etárias: da educação infantil, ensino fundamental e médio. Faz-se a análise das características próprias de cada faixa etária, bem como do trabalho destinado às crianças e jovens
de diferentes idades e das propostas pedagógicas dos professores regentes das turmas.
1.3) Por fim, há uma aproximação do estagiário mais especialmente com a turma em que realizará a docência e para a qual elaborará, com a colaboração da escola e da universidade, o projeto de intervenção a ser desenvolvido.

Assim, a aproximação à realidade adquire sentido a partir de sua conotação de envolvimento, de intencionalidade. Para esses momentos iniciais de observação dos espaços e ações — observação investigativa, problematizadora da realidade, que faz a leitura das práticas — parte-se do princípio de que olhar para a ação do outro só tem
pertinência na medida em que se converta para os estagiários em elemento de autoreflexão quanto aos fazeres, às atitudes, às concepções e aos sentidos (ainda em formação) da prática pedagógica. Nessa perspectiva, o Estágio é encarado não como juízo de valores sobre os aspectos didáticos, metodológicos e relacionais das atividades e o tratamento despendido aos estagiários, mas como espaço de reflexão, como campo de aprendizagem,
ressignificação e elaboração de práticas e teorias. Assim, não se trata de julgar a ação das
instituições e seus profissionais, mas de aprender e ensinar com eles, promovendo horizontes de diálogo entre universidade e escola.

2) A partir disso, tem-se outro importante momento dos Estágios Supervisionados, que consiste na elaboração conjunta do projeto de intervenção, e seu consequente desenvolvimento, de modo que tanto estagiários e seus orientadores na universidade quanto professores supervisores e outros profissionais das instituições educativas sejam envolvidos, fazendo do Estágio uma via de mão dupla. Essa forma associada de elaboração do projeto — compartilhando as atividades de reflexão e decisão sobre as opções que lhes parecem mais adequadas acerca do que, por que e como fazer — atende a pelo menos três frentes: o trabalho pedagógico com a turma de alunos (crianças e jovens), a formação em serviço (profissionais da instituição educativa), e a formação de futuros professores de Teatro (estagiários da UFRN).

Nesse momento, conta-se também com a participação de egressos da própria licenciatura de Teatro da UFRN e que atuam já como professores efetivos de Teatro em instituições educacionais, que são convidados a compartilharem (com os alunos do Estágio) suas experiências docentes na área do Ensino de Teatro, considerando as condições
concretas do exercício da profissão, as formas efetivas de realização da prática curricular em Teatro, bem como os percursos estabelecidos no esforço da constituição de pedagogias próprias. Essa presença regular da instituição educacional nos Estágios, por meio da participação dos professores de Teatro, proporciona uma visibilidade curricular do ponto de vista de quem já está atuando como professor, permitindo um exercício alteritário de
formação profissional, a partir da abertura da academia para os saberes que, agora, são engendrados em contextos efetivos de ensino-aprendizagem na Educação Básica, cuja articulação entre teoria e prática subsidia não apenas a aproximação das realidades educacionais, mas também o delineamento das propostas de intervenção.
3) Sabendo-se que nada está cristalizado no projeto de intervenção, seu desenvolvimento passa por constantes avaliações e redimensionamentos, visto que a reflexão na prática leva a isso. Nesse sentido, a avaliação ocorre ao longo de todo o processo do Estágio, permitindo uma visão mais ampla do trabalho, a partir das considerações feitas de modo compartilhado pelos professores orientadores na universidade, pelos professores supervisores, regentes das turmas (e demais profissionais da instituição educativa) e pelos próprios estagiários.

Dois dos procedimentos favoráveis à avaliação contínua são as rodas de conversa realizadas regularmente com estagiários e professores orientadores na universidade, e o próprio registro que os estagiários vão fazendo do que é desenvolvido, considerando as ações efetivas e concretas, os desafios enfrentados, as soluções encontradas, bem como suas percepções, dúvidas e anseios. Quanto às rodas de conversa, trata-se de momentos previstos para retomada de leitura e estudo de teorizações das Pedagogias do Teatro, bem como elucidações e discussões sobre a importância de um olhar atento nas atividades de observação e de elaboração e desenvolvimento do projeto de intervenção. Nessas rodas, as informações, conhecimentos, saberes, dúvidas, críticas, alternativas, angústias etc. são socializadas e compartilhadas, a fim de formar uma corrente de reflexões dialogicamente vivenciada por todos. Sob essa dinâmica de trabalho, constitui-se um grupo: uma coletividade acolhedora de experiências e sentidos individuais, para criação coletiva de significações em torno dos fenômenos presenciados no campo de Estágio, com vistas à construção e consolidação da identidade docente dos estagiários, considerando o Teatro e
seu Ensino.
4) As experiências vividas nas instituições educativas, as rodas de conversa entre os estagiários e seus orientadores da universidade, acompanhados pelos registros feitos em diário de campo permitem, ao final, a elaboração do relatório do Estágio bem como o desdobramento de possíveis pesquisas que se originem desse trabalho. O relatório final de Estágio — onde o estagiário apresenta seu relato de experiência, sua análise, seus
encaminhamentos — é um documento de fundamental importância na medida em que sistematiza as aprendizagens, sendo disponibilizado para a instituição parceira, tanto por escrito quanto socializado em forma de seminário, permitindo não apenas a divulgação do trabalho realizado, mas sobretudo a participação no debate por parte de todos os envolvidos.
Todos esses momentos —1) de observação das instituições, 2) de elaboração e desenvolvimento do projeto de intervenção, 3) de avaliação contínua do processo, 4) de elaboração e divulgação do relatório — são discutidos previamente com os estagiários no início de cada Estágio, para que eles percebam o sentido de globalidade do processo. Não se trata de apresentar uma agenda pré-estabelecida pelos orientadores sem a discussão prévia das partes envolvidas, mas de oferecer aos estagiários um campo de possibilidades dentro do qual os projetos poderão ser elaborados e desenvolvidos, com a participação de todos: daí o caráter de unicidade e novidade de cada projeto.

De forma geral, o Estágio, assim concebido e organizado, permite um trabalho amplo e bem estruturado, pautado na pesquisa-intervenção, contribuindo para a formação dos futuros professores de Teatro, para a reflexão no interior das instituições parceiras, bem como para o trabalho dos próprios professores orientadores da universidade, que percebem a importância e a necessidade de repensarem constantemente a sua atuação.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC

O corpo discente do Curso de Licenciatura em Teatro cumprirá Componentes Curriculares (obrigatórias e complementares), bem como atividades comunitárias de formação acadêmicas, além de práticas supervisionadas de ensino e estágios curriculares, computando uma carga horária total de 3240 horas. Ao final do curso, espera-se que este alunado apresente um rendimento significativo em múltiplas áreas da formação nas pedagogias do teatro.

Para tanto, almeja-se com o presente Projeto Pedagógico de Curso que a vivência fundamental do curso – elemento curricular a conferir qualidade técnico-científica à formação desse alunado – deva ser a sua prática artístico-pedagógica, proposta pela estrutura curricular e pelas dinâmicas metodológicas que formam o Curso de Licenciatura em Teatro.

Nesse sentido, pretende-se que o trabalho de finalização do curso apresente, em linhas bem definidas e com fundamentação teórica, o resultado das vivências do curso, considerando as subáreas específicas de atuação e os Estágios Curriculares realizados ao final do curso, daí a escolha do formato de um TCC: Produção Escrita (ART0128).

O discente deverá desenvolver uma reflexão artístico-científica com base num referencial teórico que coadune com o seu objeto de análise. A apresentação dos resultados dessa reflexão (e/ou da pesquisa e/ou da experiência teatral e/ou do processo de ensino de teatro) poderá ocorrer sob a forma de monografia, memorial ou artigo científico.

O tema do TCC: Produção Escrita poderá ser definido com o auxílio de um docente orientador, e poderá ou não estabelecer relação com o componente curricular Prática Cênica Integrada (ART0122). Neste último, o discente poderá exercitar na prática os saberes adquiridos ao longo do Curso, apresentando um resultado estético final
(espetáculo), orientado por um docente.

O objeto da Monografia, memorial ou artigo científico poderá ainda ser desenvolvido com base numa experiência advinda de uma prática artístico-pedagógica do discente, decorrente dos estágios, PIBID, projetos de Iniciação Científica ou Projetos de Extensão.

Dessa forma, este TCC: Produção Escrita deverá ainda favorecer vivências de elaboração de projetos, de redação dissertativa, de qualificação temática e de apresentação pública dos resultados dos trabalhos realizados, abrindo, assim, espaço para o incentivo e planejamento de uma formação continuada, em seus diversos formatos, entre eles o Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas (PPGArC-UFRN). As definições específicas sobre essa dimensão do currículo estão detalhadas em resolução própria do colegiado do curso.

 Atividades Teórico-Práticas de Aprofundamento (ATPA’s)
As atividades teórico-práticas do curso de Teatro têm por objetivo o aprofundamento de conhecimentos em áreas específicas da formação para a docência, estimulando os interesses dos alunos nestas áreas, por meio de iniciação à pesquisa, da extensão, dos projetos de monitoria de ensino, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), participação em palestras, frequência de espaços culturais e teatros, visitas à exposições, grupos de estudos, semanas acadêmicas, atividades culturais, projetos de extensão comunitária, dentre outras.

O discente do curso de Teatro deverá realizar uma carga horária total de 200 horas, que deverão ser cumpridas ao longo dos períodos letivos de cada semestre, em outros horários diferenciados dos dedicados aos componentes curriculares do curso, mesmo às relativas aos projetos de monitoria de ensino.

Será considerada a participação dos discentes em atividades escolares que sedimentem aspectos de sua formação pedagógica na prática acadêmica, escolar, cultural e sócio-política:
➢ Apreciação crítica de espetáculos cênicos;
➢ Cursos e estágios não-obrigatórios aprovados pelo colegiado de curso;
➢ Experiência docente, como monitoria e acompanhamento de processos pedagógicos e participação em projetos de iniciação científica e na vida acadêmica;
➢ Experiência em órgãos colegiados ligados à produção cultural do município e/ou do estado;
➢ Experiências em instâncias e colegiados da instituição universitária;
➢ Montagens cênicas e teatrais durante o curso;
➢ Participação em projetos de extensão universitária e projetos de ação integrada com as dinâmicas comunitárias.
As definições específicas sobre essa dimensão do currículo serão detalhadas em resolução própria do colegiado do curso.
Extensão Universitária

A abordagem da extensão universitária por esta proposta curricular se orienta pelo entendimento da indissociabilidade ensino-extensão-pesquisa, realçando a compreensão de que os processos de construção do conhecimento e da formação profissional docente na área de Teatro pressupõe uma articulação contínua com as realidades sociais e com os múltiplos agentes que a compõe, de tal modo que os saberes engendrados na e pela
Universidade pressupõem diálogos recorrentes e processos colaborativos com os diversos contextos comunitários, educacionais e artísticos em favor da formação do professor-artista.

Podemos assinalar que, o diálogo entre saberes, permite compreender que os próprios saberes que se engendram no contexto universitário comportam relevância social por conta da provocação e afetação por parte dos saberes outros que emergem nos diversos contextos. Assim, nas relações epistêmicas estabelecidas, a Universidade ao ser provocada pelas experiências, saberes e itinerários de outras esferas e contextos sociais, pode, simultaneamente e  esferas e contextos, como também, com as mudanças e alterações requeridas e necessárias em favor de patamares sociais menos desiguais e injustos.

Neste sentido, as interações com os diversos agentes sociais e com os seus respectivos contextos culturais, artísticos e educacionais, assumidas, explicitamente pelos componentes curriculares, orientam-se por movimentos mútuos de descobertas, de investigações e de experiências que priorizam, por um lado, a aproximação e o contato com as diversas realidades culturais, artísticas e educacionais, estimulados pela perspectiva da alteridade; por outro, a existência de processos artísticos e pedagógicos engendrados por agentes culturais e educacionais, com os quais os licenciandos em teatro podem interagir, no sentido de construir pedagogias permanentemente abertas e investigativas, em sintonia com os contextos concretos de ensino-aprendizagem.

Com base na carga horária total do Curso de Licenciatura em Teatro, 3240 horas, e atendendo as exigências do Plano Nacional de Educação (PNE), a Coordenação e o Colegiado distribuíram às 324 horas, que equivalem a 10% da carga horária total, nas seguintes atividades e componentes da estrutura curricular:
➢ Atividades Teórico-Práticas de Aprofundamento: 70 horas;
➢ TUDO AMOSTRA - Mostra do Curso de Teatro, aberta a comunidade e que envolve diversas componentes teórico-práticas. O evento é semestral e tem
por finalidade acolher os alunos ingressos, envolver os egressos em oficinas,
mesas redondas e apresentações artísticas e estabelecer ações com
professores da rede pública da área de teatro: 40 horas;
➢ PALAVRAR – Ciclo de Leituras Dramáticas, evento anual, aberto a
comunidade e que conta com a participação de alunos do Curso, egressos,
grupos de teatro e artistas da cidade de Natal (RN): 20 horas;
➢ Componentes Curriculares que estabelecem o tripé ensino-pesquisaextensão:
● Formas Espetaculares da Cultura Popular (ART0102): 30 horas;
● Danças Brasileiras (ART0116): 15 horas;
● Teatro de Rua (ART0184): 30 horas;
● Ateliê de Dramaturgia (ART0185): 15 horas;
● Apreciação Crítica do Espetáculo (ART0226): 30 horas;
● Estudos da Performance II (ART0105):15 horas;
➢ Estágio Supervisionado de Formação de Docente:
Cada Estágio Supervisionado (I,II,III,IV) destina 40 horas para intervenção presencial dos discentes no âmbito escolar. Diante desta realidade, destinamos 15 horas de cada um dos quatro estágios, para o cumprimento das horas de extensão: 60 horas

Práticas Pedagógicas
Como foi dito anteriormente, as Práticas Pedagógicas como Componentes Curriculares já haviam sido consideradas no Projeto Pedagógico anterior (2012) e estavam distribuídas ao longo do processo formativo do Curso.
O NDE analisou as ementas dos componentes e com base na nova estrutura curricular sugeriu a seguinte subdivisão, o que foi incorporado a este PPC:
➢ Atuação I, II e III - 20 horas cada. Total: 60 horas;
➢ Práticas Corporais I, II, III, IV – 10 horas cada. Total: 40 horas;
➢ Práticas Vocais I, II, III, IV – 10 horas cada. Total: 40 horas;
➢ Canto para Atuação - 20 horas;
➢ Pedagogias da Encenação – 20 horas;
➢ Teatro de Rua – 20 horas;
➢ Encenação I e II – 20 horas cada. Total: 40 horas;
➢ Teatro e Práticas Pedagógicas do Teatro – 60 horas;
➢ Jogo e Cena I/II – 20 horas cada. Total: 40 horas;
➢ A Máscara como Pedagogia do Corpo: - 20 horas;
➢ Elementos de Treinamento Pré – Expressivo – 20 horas;
➢ Cenotec IX: Pedagogia e Didática em Cenografia e suas tecnologias:
- 20 horas;
➢ Cenotec I: Introdução à Cenografia- 20 horas

Interação: Graduação/Pesquisa/Extensão Universitária

É fator determinante na proposição deste Projeto Pedagógico de Curso de Licenciatura em Teatro, para a UFRN, a consciência que temos de que não poderá haver nenhuma formação qualificada, nesta habilitação, se não houver um profundo e forte vínculo de aproximação do alunado em formação com a Pesquisa e com a Extensão
Universitária, ainda em seu processo de graduação.
Tomando como referência a área específica de Teatro e sua intersecção com a Dança, com a Música e com as Artes Visuais, é condição sine qua non que as produções artísticas transcendam o ambiente acadêmico e estabeleçam forte diálogo com a sociedade.

No caso do teatro, por exemplo, as produções num dado momento, terão que se confrontar com o público, fator determinado na concretização do fenômeno teatral.
A integração das praticas curriculares do Curso com sistemas de produção de
conhecimento desenvolvidos tanto na Extensão quanto na Pesquisa são, cada vez mais,
determinantes na formação discente.

Neste sentido, podemos listar uma série de projetos de Extensão e de Ações
Integradas que oferecem oportunidades aos discentes de desenvolverem uma atividade
complementar.
Projetos de Extensão:
➢ Arkhétypos Grupo de Teatro da UFRN;
➢ Grupo Popular de Teatro da UFRN;
➢ Palavrar- Ciclo de Leituras Dramáticas;
➢ Banco de Textos Teatrais;
➢ Tardes do Vazio: Práticas e Poéticas;
➢ Artes: Novo Horizonte;
➢ Tudo Amostra – Mostra Semestral do Curso de Licenciatura em Teatro;
➢ Reperformar o afeto: professores performers;
➢ O que os olhos não veem;

➢ EDIT: Expressão, Dança, Inovação e Tecnologia;
Como exemplo da interação entre ensino, pesquisa e extensão, vale destacar o trabalho do "Grupo Arkhétypos", que vem desenvolvendo processos criativos e produzindo espetáculos teatrais que almejam estabelecer relação entre a sociedade e o meio acadêmico.

O Grupo é coordenado por um docente do Curso de Teatro da UFRN e atua com colaboradores de áreas afins. As atividades desenvolvidas no projeto são norteadas por uma metodologia de caráter empírico buscando valorizar ações de diálogo entre as produções acadêmicas e a sociedade local. O projeto, de natureza interdisciplinar, busca também criar um espaço de troca e de reflexão a partir do diálogo entre o teatro, a dança a música e as
artes visuais. Para 2018 o "Grupo Arkhétypos" pretende investir em duas produções artísticas, uma com foco na energia feminina (ânima) e outra decorrente de uma pesquisa em andamento que ainda não tem tema definido. Além das produções novas, o Grupo continuará em cartaz com o espetáculo ―Gosto de Flor‖, resultado das pesquisas desenvolvidas em 2017. Desde a sua criação em 2010 o Arkhétypos Grupo de Teatro da UFRN vem trabalhando numa perspectiva laboratorial e tem construído seus espetáculos a partir de um mergulho no universo simbólico de cada ator e também por meio de pesquisa de campo, sempre associando a prática artística com a busca pelo autoconhecimento.

Igualmente relevante é o diálogo institucional que os docentes do Curso de Teatro mantêm com o NAC – Núcleo de Arte e Cultura da UFRN, em cuja administração encontra-se a Professora Teodora de Araújo Alves 8.
O NAC, entre outros objetivos, executa a política e as ações da UFRN nas áreas de Arte e Cultura, divulgando a produção artística e cultural desta Universidade e do Rio Grande do Norte, avaliando os projetos culturais e artísticos em relação às diretrizes e prioridades estabelecidas para o desenvolvimento cultural desta IES, promovendo e integrando os grupos permanentes e os agentes internos de produção artístico-cultural desta
Instituição.
Da mesma maneira, a Pesquisa, proposta pela iniciativa docente, colabora na formação discente no Curso de Licenciatura em Teatro, na medida em que participam de 8 Docente ligada à área da Dança, lotada no Departamento de Artes da UFRN.

Projetos de Iniciação Científica, bem como vivem experiências acadêmicas de produção de saberes, nos projetos e grupos, especificamente, e na integração da Graduação com o Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas (PPGArc) da UFRN.
Projetos de Pesquisa:
➢ Rotas de teatro moderno no Rio Grande do Norte (1940-1952): as turnês teatrais de Renato Vianna e do Teatro do Estudante do Brasil, no Teatro Alberto Maranhão: Profa Dra. Monize Oliveira Moura;
➢ Paisagens Visuais, sonoras e espaços cênicos – estudos críticos sobre teatralidade e tecnologias da cena em suas manifestações poéticas nos espetáculos de teatro: Profa. Ms. Laura Maria de Figueiredo;
➢ Acessibilidade, deficiência e educação: processos tradutórios em contextos artísticos, culturais e educacionais: Prof. Jefferson Fernandes Alves;
➢ Poéticas de Texto e Cena – dramaturgias, estéticas e encenações: Prof. Dr. André Carrico;
➢ Mudança e permanência no Mamulengo contemporâneo: Prof. Dr. André
Carrico.
➢ Presença do Caos nos Estados do Ser ou Recriar-se entre o ser e o não ser: Profa Dra. Melissa dos Santos Lopes;
➢ Voz e Teatro: Profa. Ms. Mayra Montenegro Souza;
➢ A Arte do Encontro e seus desdobramentos: Prof. Dr. Robson Carlos
Haderchpek;
➢ As Epistemologias do Sul e os Saberes Interculturais: Teatro, Ritual e Performance: Prof. Dr. Robson Carlos Haderchpek;
➢ G.E.N.T.E. Grupo de Estudos Não - disciplinares do Teatro e Espetacularidades: Prof. Ms. Makarios Maia Barbosa;
➢ Laboratório de Teatro Experimental e de Pesquisa: Prof. Dr. Adriano Moraes de Oliveira.
GRUPOS DE PESQUISA:
- Grupo de Pesquisa em Corpo, Dança e Processos de Criação - CIRANDAR
O Grupo de Pesquisa em Corpo, Dança e Processos de Criação tem como objetivo ampliar e fortalecer a produção científica no campo das Artes Cênicas, com enfoque na dança, no corpo e nos processos de criação na cena contemporânea. Nesse contexto, articula tradição e contemporaneidade, levando em consideração aspectos estéticos, pedagógicos e epistemológicos. Congrega professores pesquisadores e alunos vinculados a
programas de iniciação científica e programas de pós-graduação strictu senso da UFRN e tem como principais ações: o estímulo à pesquisa a partir da articulação entre ensino (graduação e pós-graduação) e extensão; a participação em eventos de natureza científica, pedagógica e artística, dentro e fora da UFRN; a publicação de pesquisas no formato de livros e artigos; a socialização das produções artísticas advindas das pesquisas realizadas.
Linhas de Pesquisa:
● CORPO E PEDAGOGIAS DA DANÇA
● DRAMATURGIAS DO CORPO, ANCESTRALIDADE E PROCESSOS DE
CRIAÇÃO
Professores:
Ana Caldas Lewinhson
Karenine de Oliveira Porpino
Robson Carlos Haderchpek
Marcílio de Souza Santos
Patrícia Garcia Leal
Larissa Kelly de Oliveira Marques Tibúrcio
Teodora de Araújo Alves
Naira Neide Ciotti
Melissa dos Santos Lopes
 

Os tópicos básicos de conteúdo que perpassam essa proposta de Curso de Licenciatura em Teatro são:

➢ Teatro – estudo dos mecanismos de proposição da arte teatral como arte cênica, sua linguagem, seus procedimentos, seus campos de geração, produção e vivência, bem como suas argumentações e derivações, tendo em vista a construção de uma prática poética e a condução de processos de ensino e
aprendizagem;
➢ Educação – estudos científicos, técnicos e políticos do conhecimento e do processo educativo no conjunto contraditório das relações sociais, como condição de capacitação de agentes das práticas pedagógicas, realizáveis no interior da escola ou fora dela, a partir de dinâmicas de ensino e aprendizagem, que se organizam através das necessidades do sistema de ensino brasileiro, em defesa dos princípios da educação pública e de qualidade;
➢ Pedagogias do Teatro – sistema de condução da prática didática fundamental ao Teatro e ao seu conhecimento (construção, apreensão, produção etc.), desenvolvendo no Curso, sob orientação acadêmica, uma prática escolar, um exercício docente supervisionado e um estágio curricular, processos de ensino e aprendizagem de qualidade, eficácia e coerência;
➢ Artes Cênicas e Outras Linguagens da Cena e do Corpo – estudos de múltiplas e diversificadas manifestações artísticas cujo sistema de representação ocorre por meio de uma cena, da narrativa oral, dançante, musical, circense, espetacular, em experiências mediadas na presença física de um agente cênico que, usando suas linguagens e habilidades corporais, desenvolve uma ação diante do espectador, de modo que esse objeto artístico dependa dessa relação e de seus códigos específicos, e cesse quando um desses elementos é suprimido;
➢ Transversalidades – condição de reflexão teórico-prática de conteúdos e dinâmicas de ensino e aprendizagem, com vistas à abordagem de áreas transversais de conhecimento, necessárias à formação do agente pedagógico para o teatro;
❖ Estudos Culturais – diálogo permanente entre as áreas de conhecimento teatral e pedagógico do curso, articulando os estudos culturais, os estudos pós-estruturalistas e os estudos pós-colonialistas, com bases na teoria crítica, nas ciências sociais, na antropologia, na comunicação, na história, na psicologia, nas letras, na semiologia, na filosofia, entre outras, de modo a atender às dimensões políticas e contemporâneas da produção e crítica do
conhecimento;
❖ Direitos Humanos, diversidades étnico-racial, de gênero, sexual e religiosa, de faixa geracional, história e cultura da África e Índigena - O NDE analisou as ementas dos componentes curriculares e com base na nova estrutura curricular identifica esses conteúdos mais explicitamente das ementas dos seguintes componentes curriculares obrigatórios: Ética e Processos de Formação, História do Teatro Brasileiro I, Atuação III e nos seguintes componentes curriculares optativos: Etnodrama, Formas Espetaculares da Cultura Popular, Danças Brasileiras, Análise das Formas Espetaculares, História do Teatro Brasileiro, Teatro Infanto Juvenil.
❖ Direitos educacionais de adolescentes e jovens em cumprimento de medidas Sócio-educativas: O NDE analisou as ementas dos componentes curriculares e com base na nova estrutura curricular identifica esses conteúdos mais explicitamente da ementa do componente curricular obrigatório: Práticas Pedagógicas do Teatro e no componente curricular optativo: Teatro Infanto Juvenil.
❖ Políticas públicas e gestão da educação: O NDE analisou as ementas dos componentes curriculares e com base na nova estrutura curricular identifica esses conteúdos mais explicitamente das ementas dos seguintes
componentes curriculares obrigatórios: Estágio Supervisionado de Formação de Professores I e II e Práticas Pedagógicas do Teatro.
❖ Educação Especial: O NDE analisou as ementas dos componentes curriculares e com base na nova estrutura curricular identifica esses conteúdos mais explicitamente das ementas dos seguintes componentes
curriculares obrigatórios: Libras, Práticas Corporais I, II, III, IV, Práticas Vocais I, II, III e IV, Jogo e Cena I e II.
❖ Estética – diálogos permanentes ao longo da formação do profissional do ensino de teatro com ênfase nas estéticas (do espetacular, do teatro, das artes no contemporâneo), nas antropologias e etnologias que formam esse conhecimento, na história geral da arte, história do teatro e nas sub-áreas de conhecimento teatral – dramaturgia, encenação, atuação, pedagogias da poética teatral, performance e tecnologias de cena;
❖ Tecnologia – processos de formação de profissionais que demonstram domínio dos meios de composição técnica de sua arte (práticas poéticas, teóricas, técnicas):
➢ práticas poéticas – processos de realização da arte teatral (projetos específicos e conjunturais), envolvendo o discente em fazeres sistematizados;
➢ práticas teóricas – estudos metodológicos das bases conceituais clássicas e contemporâneas do teatro e de suas pedagogias, atualizando a formação do discente no ambiente acadêmico, favorecendo uma produção
intelectual na área, ou seja, a reflexão crítica de sua prática revertida para o exercício da produção científica orientada (monografias, artigos etc.);
➢ práticas técnicas – fundamentação e experimentação técnica para o exercício de criação, desenvolvimento e apresentação do objeto poéticopedagógico.
Para tanto, busca-se harmonizar as práticas de trabalho da Graduação com as práticas de pesquisa pensadas a partir do Curso de Pós-Graduação em Artes Cênicas, que se articula com base nas seguintes linhas de pesquisa:
➢ Linha I – Práticas Investigativas da Cena: Poéticas, Estéticas e Pedagogias: Estudos a respeito das práticas investigativas da cena e de seus processos de criação. Abrange as práticas formativas no campo das artes cênicas em diálogo com as potencialidades do corpo e suas configurações estéticas e poéticas.
➢ Linha II – Interfaces da Cena: Políticas, Performances, Cultura e Espaço: Estudos a respeito das interfaces da cena, políticas, performance e dramaturgias. Abrange os estudos de gênero, espaço cênico e manifestações
tradicionais enquanto proposta transdisciplinar de reflexão dos entrecruzamentos que envolvem processos práticos, pedagógicos e abordagens teóricas.

O Curso propõe manter-se em perspectiva de avaliação continuada. Todos os elementos curriculares (Componentes Curriculares, atividades, práticas, estágios, etc.) comportam mecanismos de avaliação sistêmica de modo a favorecer uma auto-avaliação do Curso e uma prática de atualização contínua de metodologias e processos pedagógicos.

Os Componentes Curriculares e os Docentes são semestralmente avaliados através de questionários disponibilizados on-line, com preenchimento obrigatório, sendo este um pré-requisito para a matrícula no semestre subseqüente. Os resultados destes questionários ficam registrados na plataforma do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas – SIGAA, onde todos os docentes podem ter acesso aos dados apurados.

Neste sentido, quando um componente curricular apresenta-se defasado, este dado aparece na avaliação. Quando por exemplo, um docente não tem apresentado um rendimento satisfatório num componente curricular específico, isto também pode ser percebido na avaliação. Identificado o problema, o Colegiado de Curso se reúne e pensa
estratégias para solucionar a questão.

Da aplicabilidade do PPC, o Curso busca uma prática pedagógica sistemática, por parte do Colegiado, que deverá realizar, ocorridos dois terços do semestre letivo, uma semana pedagógica de avaliação e planejamento. Nesse espaço, entre outras discussões, o curso deverá manter-se em constante reflexão acerca de seus objetivos, conteúdos, metodologias, dinâmicas e processos. Em 2018, o corpo docente e discente realizou a Semana Pedagógica do Curso no início do ano e avaliou a estrutura curricular, os relatórios de matrícula das componentes curriculares e a funcionamento dos blocos de ênfase. Destarte, a Semana foi muito produtiva e foi o ponto de partida para a revisão deste PPC. A Coordenação e o Corpo Docente pretendem dar seguimento a essa prática por ser um rico instrumento de auto-avaliação.

Para tanto, nesse mecanismo pedagógico semestral pede-se a presença dos docentes e dos representantes dos discentes, obedecendo à legislação de avaliação universitária e às normas do ensino de graduação vigente.

Ao realizarmos sistematicamente essa avaliação podemos acompanhar o desenvolvimento do Curso e rever as diretrizes gerais do mesmo. Após fazê-la, os pontos relevantes são levados para a reunião de Colegiado, discutidos, encaminhados e votados. É o caso, por exemplo, da reestruturação do antigo PPC e da proposição de uma nova Estrutura Curricular, que possa coadunar mais com o perfil do Curso, vividos na presente situação. A reestruturação do Curso, as Resoluções de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e Atividades Teórico Práticas (ATP’s) bem como do PPC foram discutidos e votados em reunião de Colegiado, após passar pelo NDE (Núcleo Docente Estruturante).

Atendendo à Resolução CONAES nº.1, de 17/06/2010, o Núcleo Docente Estruturante (NDE) do Curso de Licenciatura em Teatro, é regido pela Resolução nº124/2011-CONSEPE/UFRN, de 06/09/2011, constituído, atualmente, por 5 docentes, designados pela Portaria nº 062/2018-CCHLA (novos membros), de 03/04/2018 e Portaria nº 063/2018-CCHLA (recondução), de 03/04/2018, com atribuições acadêmicas de acompanhamento, atuante no processo de concepção, consolidação e contínua atualização do projeto pedagógico do curso. Todos os docentes que constituem o NDE possuem titulação stricto sensu (mestrado/doutorado) e regime de trabalho em tempo integral DE. A nova configuração do NDE trabalhou sistematicamente na reformulação deste Projeto
Pedagógico do Curso e tem se encontrado semanalmente entre março e abril e mensalmente, a partir de maio, para discutir diversas questões relativas ao Curso.

Durante o período em que o NDE e o Colegiado se dedicaram a este PPC foram criadas outras duas comissões de trabalho, que tinham como objetivo rever e atualizar às resoluções das Atividades Teórico Práticas (ATP’s) e do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), designados pela Portaria 031/18 DEART, de 26 de Abril de 2018, com efeito retroativo a partir de 06 de março de 2018.

Cabe mencionar, entretanto, que desde 2007, ano de criação do Curso de Licenciatura em Teatro, este vem passando por mudanças gradativas, algumas em função de uma readequação às novas normas do MEC e outras em função da alteração do corpo docente, que hoje é bem diferente do corpo docente que estruturou o Curso. Alguns docentes saíram e novos docentes, com outros perfis ingressaram na Instituição. Esta alteração de perfil reverberou no Curso e automaticamente no corpo discente.

O Curso de Licenciatura em Teatro da UFRN tem uma prática pedagógica sistemática e seu processo de avaliação também reflete isso. O Curso tem um caráter prático-teórico e prepara o discente para atuar na área do ensino do teatro, tanto no ensino fundamental como em outros espaços de educação formal e não formal, entretanto, como
partimos de uma perspectiva dialética, pela qual o aluno aprende para poder ensinar, o "fazer" e o ― "ensinar" caminham paralelamente. Por isso, usamos a classificação de "professor-artista".

Neste sentido, cabe ressaltar que o coordenador e os demais docentes mantêm relação direta com todos os discentes, necessária, aliás, em um curso desta natureza, dadas as características de aprendizado, nas quais os docentes orientam indivíduos que participam de um processo de autoconhecimento. Nesse labor, há o acompanhamento sistemático de trabalhos (teóricos e práticos) elaborados por discentes, desde o planejamento até a sua execução.

Quanto ao Projeto Pedagógico do Curso, após a formatura das primeiras turmas, da chegada de novos professores e da análise dos dados de matrícula de componentes curriculares, sentiu-se a necessidade de uma nova reestruturação, levando-se em consideração os dados institucionais de evasão, rendimento e inserção no mercado de trabalho. Cabe registrar, porém, que ao longo do processo de implantação do Curso e no período que antecedeu a formação da primeira turma, o Curso se propôs a uma prática de  avaliação continuada que se mantem até o atual momento e em que consiste nesta atual reestruturação do Curso.

A avaliação do Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Teatro também está contemplada no Plano de Ação Trienal dos Cursos de Graduação - PATCG (2018.2- 2021.2), documento fundamental, pelo qual os docentes podem tecer uma visão crítica e propositiva, no que diz respeito à avaliação do processo de aprendizado do corpo discente, a capacitação e aprimoramento dos docentes, a organização didático-pedagógica, e por fim,
as condições da infraestrutura. Este documento foi elaborado pela Coordenação, NDE e membros do Colegiado e encontra-se em fase de implementação.

E por fim, como o Curso de Licenciatura em Teatro atualmente não participa do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes - ENADE, conta com o apoio institucional da Comissão Própria de Auto-avaliação (CPA) e da Pró Reitoria de Graduação (PROGRAD) para estabelecer parâmetros de avaliação, metodologias, objetivos do Projeto
Pedagógico, assim como traçar novas metas para o melhor desenvolvimento do Curso.



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