Course Pedagogical Project

As Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação na área de Computação (BRASIL, 2016) estabelecem um perfil geral para a área e um perfil específico para cada curso. O perfil comum para a área de
Computação deve assegurar a formação de profissionais dotados (BRASIL,2016):

I. de conhecimento das questões sociais, profissionais, legais, éticas, políticas e humanísticas;
II. da compreensão do impacto da computação e suas tecnologias na sociedade no que concerne ao atendimento e à antecipação estratégica das necessidades da sociedade;
III. de visão crítica e criativa na identificação e resolução de problemas contribuindo para o desenvolvimento de sua área;
IV. da capacidade de atuar de forma empreendedora, abrangente e cooperativa no atendimento às demandas
sociais da região onde atua, do Brasil e do mundo;
V. de utilizar racionalmente os recursos disponíveis de forma transdisciplinar;
VI. da compreensão das necessidades da contínua atualização e aprimoramento de suas competências e habilidades;
VII. da capacidade de reconhecer a importância do pensamento computacional na vida cotidiana, como também sua aplicação em outros domínios e ser capaz de aplicá-lo em
circunstâncias apropriadas; e
VIII. da capacidade de atuar em um mundo de trabalho globalizado.
No que se refere especificamente aos cursos de bacharelado em Ciência da Computação, as DCN estabelecem a expectativa de que os egressos (BRASIL, 2016):

I. possuam sólida formação em Ciência da Computação e Matemática que os capacitem a construir aplicativos de
propósito geral, ferramentas e infraestrutura de software de sistemas de computação e de sistemas embarcados, gerar conhecimento científico e inovação e que os incentivem a estender suas competências à medida que a área se desenvolve;
II. adquiram visão global e interdisciplinar de sistemas e entendam que esta visão transcende os detalhes de
implementação dos vários componentes e os conhecimentos dos domínios de aplicação;
III. conheçam a estrutura dos sistemas de computação e os processos envolvidos na sua construção e análise;
IV. dominem os fundamentos teóricos da área de Computação e como eles influenciam a prática profissional;
V. sejam capazes de agir de forma reflexiva na construção de sistemas de computação, compreendendo o seu impacto direto ou indireto sobre as pessoas e a sociedade;
VI. sejam capazes de criar soluções, individualmente ou em equipe, para problemas complexos caracterizados por
relações entre domínios de conhecimento e de aplicação;
VII. reconheçam o caráter fundamental da inovação e da criatividade e compreendam as perspectivas de negócios e oportunidades relevantes.

Os Referenciais de Formação para os Cursos de Graduação em Computação 2017 (SBC, 2017) estão em sintonia com as DCN e reforçam o perfil já descrito.
O Curriculum Guidelines for Undergraduate Degree Programs in Computer Science - CS2013 (JOINT TASK FORCE ON COMPUTING CURRICULA et al.,2013), sugere que o perfil de um egresso do bacharelado em Ciência da
Computação deve contemplar (de forma abreviada e em tradução livre):
I. Competência técnica no que se refere aos temas abordados pelos componentes da estrutura curricular do curso (em consonância com os componentes propostos nas orientações da ACM).
II. Familiaridade com temas comuns e princípios, tais como: abstração, complexidade, segurança e concorrência. O egresso deve reconhecer a aplicação ampla desses temas e princípios no campo de Ciência da Computação, para além de um domínio específico.
III. Compreensão da interação entre teoria e prática e de como uma influencia a outra.
IV. Percepção sistêmica, conseguindo pensar em diversos níveis de detalhes e abstrações. Para além dos detalhes de implementação, o egresso deve ser capaz de apreciar a estrutura geral dos sistemas computacionais e os processos envolvidos em sua construção e análise. Além disso, deve considerar o contexto de uso/aplicação do sistema, incluindo sua interação com pessoas e o mundo físico.
V. Entendimento de como aplicar o conhecimento técnico de um Cientista da Computação para resolver problemas reais, levando em conta o impacto da solução do problema para a vida das pessoas.
VI. Capacidade de projetar e melhorar sistemas com base em critérios qualitativos e quantitativos relacionados a sua funcionalidade, usabilidade e desempenho.
VII. Habilidade de comunicação oral, escrita e organizacional, especialmente para apresentar efetivamente, para os mais variados públicos, os problemas técnicos e suas soluções, porque e como as soluções funcionam e quais os pressupostos considerados.
VIII. Experiência de atuação em projetos.
IX. Percepção de que os avanços na área de Computação acontecem rapidamente e, pois, exigem dedicação aos
estudos e aprendizado constante. Nesse sentido, o egresso deve possuir uma formação sólida e entender que precisará se adequar, ao longo da carreira, às novas linguagens, tecnologias e recursos computacionais.
X. Comprometimento com a responsabilidade profissional, tendoem vista as questões sociais, legais, éticas e culturais inerentes à área de Computação. Faz-se necessário compreender que tais questões variam drasticamente no contexto internacional e influenciam o desenvolvimento de sistemas computacionais. O
egresso deve ser capaz de identificar as responsabilidades individuais e coletivas, inclusive prevendo possíveis
consequências de falhas. Neste contexto, é importante conhecer as próprias limitações, bem como as limitações das ferramentas desenvolvidas.
XI. Consciência sobre a ampla aplicabilidade da Computação e seus impactos em quase todos os aspectos da vida moderna como um fator gerador de oportunidades.
XII. Compreensão de que a Computação interage com muitos outros domínios, ou seja, de que a solução de um problema requer, além dos conhecimentos, competências e habilidades em Computação, conhecimento sobre a área/domínio associada/o ao problema. Sendo assim, ao longo de toda a carreira, será necessário se comunicar, aprender e interagir com profissionais de outras áreas.
O perfil do egresso do curso de BCC na UFRN está constituído, pois, pelas normas nacionais vigentes (DCN), pelos referenciais elaborados pela SBC e pelo perfil delineado pela ACM. Vale ressaltar que, o perfil delineado pelo
CS2013 (JOINT TASK FORCE ON COMPUTING CURRICULA et al., 2013) foi elaborado com base nas características esperadas do egresso no contexto internacional, por uma comissão com representantes de instituições
educacionais de todo o mundo, que levou em conta um conjunto representativo de cursos de todos os continentes bem como o cenário internacional de atuação profissional.
O perfil especificado nesta seção vai ao encontro dos objetivos gerais e específicos definidos para o curso de BCC da UFRN na seção 3 deste PPC.

As DCN (BRASIL, 2016) estabelecem que, de forma geral, os cursos de bacharelado e licenciatura da área de Computação devem formar egressos que revelem pelo menos as competências e habilidades comuns para:
I. identificar problemas que tenham solução algorítmica;
II. conhecer os limites da computação;
III. resolver problemas usando ambientes de programação;
IV. tomar decisões e inovar, com base no conhecimento do funcionamento e das características técnicas de hardware e da infraestrutura de software dos sistemas de computação
consciente dos aspectos éticos, legais e dos impactos ambientais decorrentes;
V. compreender e explicar as dimensões quantitativas de um
problema;
VI. gerir a sua própria aprendizagem e desenvolvimento, incluindo a gestão de tempo e competências organizacionais;
VII. preparar e apresentar seus trabalhos e problemas técnicos e suas soluções para audiências diversas, em formatos apropriados (oral e escrito);
VIII. avaliar criticamente projetos de sistemas de computação;
IX. adequar-se rapidamente às mudanças tecnológicas e aos
novos ambientes de trabalho;
X. ler textos técnicos na língua inglesa;
XI. empreender e exercer liderança, coordenação e supervisão na sua área de atuação profissional;
XII. ser capaz de realizar trabalho cooperativo e entender os
benefícios que este pode produzir.
Além disso, de forma mais específica, as DCN (BRASIL, 2016) determinam que os Cursos de Bacharelado em Ciência da Computação devem prover uma formação profissional que revele, pelo menos, as habilidades e competências para:
I. compreender os fatos essenciais, os conceitos, os princípios e as teorias relacionadas à Ciência da Computação para o desenvolvimento de software e hardware e suas aplicações;
II. reconhecer a importância do pensamento computacional no cotidiano e sua aplicação em circunstâncias apropriadas e em domínios diversos;
III. identificar e gerenciar os riscos que podem estar envolvidos na operação de equipamentos de computação (incluindo os aspectos de dependabilidade e segurança);
IV. identificar e analisar requisitos e especificações para problemas específicos e planejar estratégias para suas soluções;
V. especificar, projetar, implementar, manter e avaliar sistemas de computação, empregando teorias, práticas e ferramentas adequadas;
VI. conceber soluções computacionais a partir de decisões visando o equilíbrio de todos os fatores envolvidos;
VII. empregar metodologias que visem garantir critérios de qualidade ao longo de todas as etapas de desenvolvimento de uma solução computacional;
VIII. analisar quanto um sistema baseado em computadores atende os critérios definidos para seu uso corrente e futuro (adequabilidade);
IX. gerenciar projetos de desenvolvimento de sistemas computacionais;
X. aplicar temas e princípios recorrentes, como abstração, complexidade, princípio de localidade de referência (caching), compartilhamento de recursos, segurança, concorrência, evolução de sistemas, entre outros, e reconhecer que esses temas e princípios são fundamentais à área de Ciência da Computação;

XI. escolher e aplicar boas práticas e técnicas que conduzam ao raciocínio rigoroso no planejamento, na execução e no acompanhamento, na medição e gerenciamento geral daqualidade de sistemas computacionais;

XII. aplicar os princípios de gerência, organização e recuperação da informação de vários tipos, incluindo texto imagem som e vídeo;

XIII. aplicar os princípios de interação humano-computador para avaliar e construir uma grande variedade de produtos
 incluindo interface do usuário, páginas WEB, sistemas multimídia e sistemas móveis.
Os documentos norteadores fornecidos pela SBC e pela ACM endossam as
competências e habilidades supra-mencionadas.

        Para dar flexibilidade na formação dos alunos do curso, um elenco de componentes curriculares (disciplinas, módulos e atividades de formação) optativos for elaborado de forma a permitir que o estudantes acompanhe a evolução da área de computação. Por este motivo, além dos componentes curriculares optativos com nome e ementa definida, ocorrerá a oferta de componentes curriculares de cunho avançado e inovador usando os códigos dos componentes com o nome "Tópidos Especiais".

        O curso deve optar por um método de ensino que estimulem a pesquisa, a apresentação de seminários e a elaboração de monografias. O aluno precisa desenvolver a capacidade de análise, abstração, elaborção de projetos, especificação e avaliação nas diversas áreas da computação. A formação em tecnologia deve ser obtida estimulando o aluno a desenvolver a capacidade de investigação. É preciso estimular o uso de bibliotecas e dos recursos disponíveis na Internet, assim como o desenvolvimento de trabalhos teóricos e práticos ao longo de todo o curso. Desta forma, optou-se por apresentar o conteúdo de metodologia científica de forma transversal, nos componentes curriculares do curso.

        Uma das características mais marcantes da área da ciência da computação é a valorização da criatividade como ferramenta de uso no dia-a-dia do profissional. Uma conseqüência disto é a necessidade do curso incentivar a procura de soluções criativas na resolução dos problemas apresentados ao aluno. A presente proposta incentiva a utilização de outros métodos pedagógicos, além das aulas expositivas, já que o aluno não precisa decorar conteúdos que o professor passa nessas aulas. Para o aluno, devem ser apresentados problemas cuja solução não se encontra diretamente na bibliografia, pois ele deve ser incentivado a combinar as técnicas, teorias e ferramentas apresentadas no curso, visando elaborar novas soluções para os problemas a ele apresentados. A presente proposta visa criar as condições de motivação de alunos e professores, de forma a evitar que a única meta do aluno seja ser aprovado em provas.

        O egresso do BCC, para ter sucesso profissional, deve desenvolver a capacidade de expressão escrita e oral nos idiomas português e inglês. Isto não deve ser desvinculado da sua área profissional. A experiência mostra-nos que para atingir este objetivo não é suficiente apenas a oferta de componentes curriculares "externos"como comunicação e expressão, língua inglesa e metodologia científica no currículo. É preciso desenvolver alternativas que propiciem o desenvolvimento da capacidade de expressão escrita e oral dos alunos no decorrer do curso. Cada professor pode e deve cobrar esra capacidade dos alunos. O aprendizado de comunicação e expressão pode ser feito estimulando a participação dos alunos em seminários. O aprendizado de inglês pode ser aprimorado lendo e escrevendo textos para cada componente curricular de informática e o aprendizado de métodos para desenvolvimento de trabalhos científicos pode ser orientado a partir da experiência de cada professor.

       O professor, por sua vez, deve assumir uma postura de orientador. Não é papel do professor ser apenas um comunicador que repete o que já está nos livros. Dessa forma, o professor tem uma conceptção de aluno, como alguém incapaz de entender o que foi arduamente elaborado pelso autores. O professor deve, principalmente, orientar o aluno sobre onde buscar os conteúdos e cobrar dele a sua aplicação e uma análise crítica. A UFRN possui, através da Secretaria de Ensino a Distância (SEDIS), uma expertise que deverá ser aproveitada para elaborar um acervo de material didático complementar acessível para os alunos do curso através de uma mediateca. Mais do que tudo, o professor deve motivar o aluno sobre a importância do conteúdo a ser aprendido. Este não é um trabalho fácil, exigindo tempo e dedicação do professor. O curso propõe como componentes curriculares a realização de projetos e diversar outras atividades envolvendo diferentes métodos de aprendizado, como, por exemplo:

1. Aulas com instrutor presencial;

2. Aulas em vídeo e/ou documentários;

3. Grupos de estudo orientado pelo professor (leitura e discussão em grupo);

4. Seminários;

5. Trabalhos de iniciação científica;

6. Trabalhos de iniciação tecnológica;

7. Estudo orientado - pesquisa e monografia sobre conteúdos avançados;

8. Realização de estágios;

9. Participação em empreendimentos;

10. Desenvolvimento de software em diversas áreas: desktop, disponitivos móveis, televisão digital, web, dispositivos embarcados, etc;

11. Aplicações sociais e comunitárias (atividades de extensão);

12. Projeto de formação; e

13. Participação em minicursos e/ou tutoriais de congressos.

       Como parte da metodologia do curso, pretende-se igualmente desenvolver a orientação acadêmica como uma atividade conjunta da coordenação do curso e dos professores do Departamento de Informática e Matemática Aplicada (DIMAp), que é o departamento mais diretamente ligado ao curso. A proposta é indicar professores como orientadores de um conjunto de alunos já desde o primeiro período letivo. Tais professores irão então desempenhar o papel de orientar os seus respectivos alunos até o final do curso. Deverá haver rodízio no conjunto de professores a cada período, de forma a evitar a sobrecarga de orientações. Cada orientador acadêmico irá acompanhar seus orientandos ao longo do curso, apoiando o processo de escolha e quantidade de componentes curriculares a cada perído, possíveis atividades complementares a serem ralizadas (iniciação científica, extensão, estágio, seminários, eventos, etc.), assim como auxilia-lo em eventuais dificuldades ou desafios encontrados ao longo do curso.

      O acompanhamento e avaliação do curso se dará mediante análise do PPC em reuniões periódicas realizadas pelo NDE  e Colegiados, extensivo a participação dos demais docentes e discentes do curso.

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