A formação de profissionais críticos e reflexivos constitui a base da proposição para o perfil daqueles que forem egressos do curso de Bacharelado em Arqueologia da UFRN. Além disso, o(a) egresso(a) deste curso, irá, a partir dos diferentes saberes teóricos e práticos adquiridos ao longo do curso de graduação, elencar suas áreas
prioritárias de atuação, direcionando-se para os distintos campos da pesquisa, gestão, fiscalização, preservação e conservação do patrimônio cultural arqueológico.
Inicialmente, destacamos que deverá estar capacitada (o) ao exercício do trabalho arqueológico em campo e em laboratório, no domínio da natureza teórica e metodológica do fazer arqueológico em quaisquer circunstâncias de pesquisa e/ou intervenções arqueológicas, seja no contexto de pesquisas acadêmicas, pesquisas de arqueologia preventiva ou em atividades de curadoria de material arqueológico.
Posteriormente, aguarda se que o(a) egresso(a) do curso de Bacharelado em Arqueologia da UFRN possua a capacidade de atuar nas áreas do ensino da arqueologia, da pesquisa e da extensão em projetos de arqueologia, bem como no atual mercado de trabalho através de assessorias e consultorias científicas, sempre no cumprimento da Constituição Federal e das Leis de Proteção ao Patrimônio Ambiental e ao Patrimônio Cultural Arqueológico, aplicáveis em todo o território nacional.
Assim, o(a) egresso do curso de graduação em Arqueologia do CERES/UFRN deverá demonstrar conhecimento das teorias, das técnicas de campo e dos recursos metodológicos laboratoriais básicos aplicados na produção de dados arqueológicos, na interpretação e aplicação dos resultados da prática arqueológica e na divulgação pública dos resultados das ações próprias do campo profissional da Arqueologia.
O(A) discente em formação no Curso de Bacharelado em Arqueologia irá, desde o primeiro semestre de formação, acessar conteúdos e participar de atividades que estimulem o desenvolvimento de distintas competências e habilidades. Essas, serão exercidas no cotidiano da sala de aula, em atividades práticas de campo e de laboratório e, por meio da inserção em estágios de vivência da prática profissional do(a) arqueólogo(a). Neste sentido, elencamos abaixo as competências e habilidades a serem desenvolvidas:
I. Utilizar, de forma adequada, as abordagens arqueológicas, inserindo-as no contexto dos diferentes saberes, de forma a produzir conhecimento contextualizado e integrado às distintas realidades.
II. Desenvolvimento do pensamento crítico em relação aos aspectos sociais, tecnológicos, ambientais, políticos, econômicos e éticos relacionados ao exercício da profissão de arqueólogo(a).
III. Conhecer avanços técnicos e científicos relacionados ao desenvolvimento da prática arqueológica, tanto no que cumpre a pesquisa, quanto no que esteja relacionado à gestão de bens culturais e interpretação de dados.
IV. Propor e elaborar projetos de pesquisa, a serem implementados tanto em instituições quanto no meio empresarial, visando o desenvolvimento regional, a gestão, a conservação e a preservação de distintos patrimônios, em particular, o arqueológico.
V. Comunicar-se de forma eficiente e eficaz, através de diferentes linguagens escrita e falada, sendo propositivo e proativo.
VI. Ser dotado de conhecimento metodológico e técnico, tanto para a pesquisa arqueológica de campo, quanto de laboratório, sendo capaz de: identificar e delimitar a ocorrência de bens arqueológicos e, consequente caracterização e registro de sítios arqueológicos; análise e gestão de bens arqueológicos; elaborar relatórios e textos de divulgação científica.
VII. Comportar-se em equipe de maneira a incentivar a prática de ações solidárias, contributivas e multidisciplinares. VIII. Ter consciência social ativa, respeitando a diversidade cultural e as distintas formas de expressão.
A matriz curricular do Bacharelado em Arqueologia contempla a formação acadêmica e profissional, sendo direcionada à construção de um curso cujos eixos de atuação estejam ligados a uma formação científica e cidadã, correlacionável ao mercado de trabalho para profissionais arqueólogos(as) e alicerçado em princípios éticos e democráticos de construção e respeito aos saberes e fazeres. Neste sentido, foram estruturados quatro (4) núcleos
de componentes curriculares, que estão diretamente associados ao despertar de competências e habilidades específicas.
O Núcleo de Conteúdos Básicos e Profissionalizantes do curso integra a maior quantidade de componentes curriculares, vinte e sete (27) ao todo, sendo formado por componentes curriculares teóricos e teórico-práticos. Neste eixo de conteúdos está a formação voltada aos princípios básicos que caracterizam as atividades próprias do campo do(a) profissional arqueólogo(a), evidenciando um domínio de campo temático, metodológico e teórico.
Por outro lado, o Núcleo de Conteúdos Temáticos é formado pelos componentes curriculares optativos do curso e é composto por um total de trinta e duas (32) disciplinas, das quais os (as) discentes precisarão selecionar um mínimo de cinco (5) ao longo do seu percurso formativo. Este eixo de conteúdos abarca disciplinas de caráter transversal e interdisciplinar, permite transitar por conteúdos nas grandes áreas das ciências exatas e da terra; ciências humanas e ciências sociais aplicadas. Além disso, neste núcleo de conteúdos há temáticas específicas da área de Arqueologia de maneira a oportunizar, também, que os(as) discentes possam ampliar seus conhecimentos sobre determinado domínio temático próprio do fazer arqueológico.
Já o Núcleo de Conteúdos Comuns é formado pelos componentes curriculares cuja função principal é ampliar a formação social do(a) estudante. Os conteúdos ligados aos componentes curriculares desse núcleo irão abordar questões conceituais e práticas inerentes às vivências culturais e sociais dos arqueólogos em formação. São temáticas transversais e multidisciplinares, envolvendo o reconhecimento de princípios diversos, como, por exemplo, sustentabilidade, justiça social, inclusão, cultura, desenvolvimento social, democracia, ética e diversidade.
Por fim, o Núcleo de Atividades Acadêmicas é formado pelos componentes curriculares ligados ao ato de experienciar o ambiente profissional de trabalho contínuo e cotidiano de um(a) arqueólogo(a), através do estágio supervisionado obrigatório; e, do exercício de prática da escrita, por meio do desenvolvimento do trabalho de conclusão do curso de graduação. Tais atividades atuam de maneira a consolidar a aprendizagem dos(as) estudantes, contribuindo e ampliando a sua formação profissional e acadêmica.
Para além desses núcleos de conteúdo e propriamente, na articulação destes, está o desenvolvimento de uma matriz curricular cuja vocação para conteúdos e aulas práticas está exposto em vários dos componentes curriculares, diferenciando-se, inclusive, no percentual de aulas práticas em relação aos cursos de arqueologia atualmente existentes no Brasil.
O processo de avaliação do ensino-aprendizagem no Curso de Bacharelado em Arqueologia, deverá ser composto
de ações ou mecanismos contínuos, coerentes com conteúdos e práticas pedagógicas utilizadas pelos (as) docentes nos espaços de ensino existentes e, em consonância com as especificidades dos discentes e da turma, como um todo.
Além disto, é necessário e importante que o processo de avaliação do ensinoaprendizagem, esteja pautado pelas diretrizes dispostas nas resoluções e normativas estabelecidas pelos órgãos e colegiados da Universidade Federal do Rio Grande e pelo acompanhamento avaliativo da Coordenadoria de Acompanhamento, Planejamento e Avaliação Acadêmicos e da Diretoria de Desenvolvimento Pedagógico – DDPed e da Divisão de Acompanhamento dos Cursos de Graduação e Divisão de Programas e Projetos da Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD/UFRN), Considerando, é claro, as diretrizes fundamentais do ensino estabelecidas pelo MEC. Essas instâncias atenderão sobretudo à concepção do Curso definida através do Projeto Pedagógico de Curso (PPC) para possibilitar o desenvolvimento e a autonomia do(a) discente de forma efetiva.
As resoluções sobre o ensino na UFRN, como o Regulamento de Funcionamento dos Cursos de Graduação, aprovados pelos colegiados superiores da instituição nos ajudam a definir os elementos avaliativos a serem ponderados, os quais dizem respeito, entre outros e, não somente, ao rendimento acadêmico do discente através das notas expressas em valores numéricos de 0,0 a 10,0; aos procedimentos avaliativos, que não estarão restritos a instrumentos escritos de avaliação de aprendizagem; e da assiduidade às atividades presenciais previstas para os respectivos componentes curriculares e a qual, deverá corresponder ao percentual
mínimo de 75% da carga horária do componente curricular.
Aos discentes com Necessidades Educacionais Específicas é assegurado que: "As estratégias de ensino, aprendizagem e avaliação devem se fundamentar nos princípios do Desenho Universal para a Aprendizagem, adotando na interação com o estudante diferentes meios para seu engajamento, bem como para a apresentação, a ação e a expressão das informações. (UFRN, 2023)."
Neste sentido, destacamos que não só o processo de ensino, mas, o processo de avaliação do Ensino-Aprendizagem dos(as) discentes com Necessidades Educacionais Específicas irá ocorrer em consonância com os direcionamentos postulados pela Secretaria de Inclusão e Acessibilidade – SIA. Assim, irá se buscar processos de avaliação do rendimento acadêmico de acordo com as necessidades individuais dos(as) estudantes, sendo ainda garantido a esses(as) tempo adicional de 50% para a realização de atividades avaliativas, que sejam desenvolvidas de acordo com a necessidade educacional específica apresentada pelo(a) discente, conforme o
parágrafo VI do Art. 310 da Resolução nº 016/2023-CONSEPE, de 04 de julho de 2023 (UFRN, 2023).
Ainda, para garantir o respeito aos(as) discentes do Curso de Bacharelado em Arqueologia e para possibilitar o desenvolvimento e a autonomia destes de forma contínua e efetiva, a cada encerramento de semestre letivo, esses irão avaliar de modo independente os respectivos docentes e seus componentes curriculares ministrados no período cursado, conforme critérios como o desempenho, assiduidade, domínio de conteúdo, dentre outros elementos indicados e constantes em formulário disponibilizado no SIGAA (Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas), isto, no que diz respeito ao docente ministrante do componente curricular cursado.
Da mesma forma, o corpo docente irá avaliar suas respectivas turmas do período a cada encerramento letivo através também de formulário específico disponível no mesmo SIGAA. Essa avaliação inclui não somente os indicadores avaliativos quantitativos e qualitativos sobre os discentes das turmas ou componentes curriculares
a serem consolidados no SIGAA, mas também para que os docentes realizem uma auto avaliação, garantindo assim novamente ao discente a autonomia avaliativa contínua e efetiva e garantindo aos órgãos avaliadores gerais da UFRN (CPA – Comissão Própria de Avaliação) estabelecer referências quanto à resolução de fragilidades ou recorrentes nos termos das avaliações discentes sobre os docentes. Nesses casos, respeitar-se-á sempre o tratamento equânime dessas questões nas instâncias imediatas de avaliação que são a Coordenação de Curso, Colegiado de Curso e a Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD).