Vivemos uma época em que o acesso à cultura depende cada vez mais de uma concentração de poder. A indústria cinematográfica não é exceção. O totalitarismo que tomou conta do mercado cinematográfico, aliado ao marketing massivo e o controle hegemônico da distribuição nos levam a uma escolha enviesada, firmada na ilusão da escolha. A vastidão de produtos disponíveis à disposição de um clique pode parecer um sinal inequívoco de liberdade de escolha. Mas nunca estivemos tão longe da possibilidade de aceder a alternativas amplas, como o capitalismo digital quer fazer crer. O que nos é oferecido sob o corolário da liberdade apenas ilude não só a falta de alternativas, como a pluralidade de abordagens que, apesar de existirem, não são divulgadas. Saíndo do universo cinematográfico marvelizado, da transmissão em linha (streaming) e da arquitetura multiplex de alto investimento, deslocando-nos das animadas leituras académicas de cariz pseudo-decolonial que procuram no conforto inócuo do cinema mainstream manifestações inertes de revolução de base fantasiosa e apócrifa, procuramos fomentar a crítica da indústria hegemónica, excludente e estereotipante, denunciando as estruturas de poder que moldam o mundo, neste caso, as do cinema - possibilitando rever valores, priorizar o desejo, elaborar a transformação cultural e filosófica.
Queremos então configurar uma alternativa crítica e criativa à cooptação dos centros hegemônicos de produção de cultura, regressando ao cinema como uma experiência coletiva e ao debate presencial fora das lógicas de comunicação das redes sociais.
Público alvo:
Discentes de História, Letras, Artes, universitários em geral. Público em geral. Todos os interessados no cinema além da corrente dominante e das plataformas de difusão em rede, todos os interessados no cinema como uma experiência coletiva; todos os interessados nas reflexões sobre como as mulheres foram representadas no cinema; todos os interessados em ampliar o debate fora dos temas e produções culturais hegemônicas; todos os interessados em contribuir para os debates sobre as mulheres como produtoras de cultura; todos os interessados em debates presenciais fora das lógicas de comunicação das redes sociais.