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Notícias > Banca de QUALIFICAÇÃO: JULIANA FELIX DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JULIANA FELIX DA SILVA
DATA : 27/07/2017
HORA: 08:00
LOCAL: Sala Carl Peter von Dietrich
TÍTULO:

Investigação da toxicidade de Bothrops erythromelas: estudo da patogenia e da eficácia inibitória de Jatropha gossypiifolia isolada ou em combinação com a soroterapia


PALAVRAS-CHAVES:

Bothrops erythromelas, serpentes, jararaca, soroterapia, Jatropha gossypiifolia, “pinhão-roxo”, atividade antiofídica, efeitos locais, efeitos sistêmicos.


PÁGINAS: 237
RESUMO:

Serpentes do gênero Bothrops são responsáveis por cerca de 90% dos acidentes ofídicos na América Latina. A soroterapia antipeçonhenta, entretanto, ainda apresenta baixa eficácia quanto aos efeitos locais, difícil acesso em algumas regiões, além de alto custo e potencial risco de reações adversas. Diante desse cenário, o principal objetivo deste trabalho é contribuir com alternativas complementares à soroterapia, com ênfase na espécie Bothrops erythromelas, que é uma serpente de relevância epidemiológica na região Nordeste do Brasil, porém que, até o momento, ainda carece de estudos mais aprofundados na literatura, além de não estar incluída na mistura antigênica para a produção dos soros antibotrópicos brasileiros. Para tanto, duas frentes de trabalho principais estão sendo conduzidas: (1) caracterização dos efeitos tóxicos locais e sistêmicos induzidos por essa peçonha, de modo a melhor compreender sua toxicidade e assim desenvolver estratégias mais eficazes para o seu tratamento; e (2) avaliação da eficácia da espécie vegetal Jatropha gossypiifolia frente aos efeitos tóxicos da peçonha em estudo, objetivando o seu emprego como matéria-prima para futuros produtos fitoterápicos antiofídicos, que possam vir a complementar a eficácia da soroterapia. Através dos estudos de envenenamento experimental em camundongos, observou-se que a peçonha de B. erythromelas produziu intenso quadro inflamatório local, envolvendo a participação direta de componentes enzimáticos da peçonha, bem como de mediadores inflamatórios endógenos, os quais podem ser empregados como alvos terapêuticos para o tratamento do envenenamento local. Em relação à toxicidade sistêmica, a peçonha induziu em camundongos efeitos bastante pronunciados na hemostasia, além de hemorragia sistêmica e certo grau de toxicidade renal e hepática, que puderam ser visualizados por meio da alteração de diversos parâmetros hematológicos, hemostáticos e bioquímicos. Através de estudos de inibição desses efeitos, observa-se que, em geral, os soros antiofídicos testados de fato apresentam limitada eficácia contra as atividades enzimáticas in vitro e os efeitos locais da peçonha in vivo, apesar do reconhecimento imunológico, o que indica a presença de componentes altamente imunogênicos, porém toxicologicamente não relevantes para a ação tóxica dessa peçonha. O extrato das folhas de J. gossypiifolia, por sua vez, foi capaz de reduzir significativamente os efeitos locais e sistêmicos induzidos pela peçonha, o que pôde ser associado a sua ação direta sobre as toxinas ofídicas, bem como uma ação indireta sobre os mediadores endógenos. Um gel fitoterápico para utilização como adjuvante de uso tópico no tratamento do envenenamento ofídico foi desenvolvido e resultados promissores foram obtidos quando se observou que a associação desse gel ao soro antipeçonhento foi capaz de aprimorar significativamente a efetividade do tratamento do dano tecidual local induzido por B. erythromelas. Análises fitoquímicas indicam que os flavonoides são os compostos majoritários da espécie vegetal, podendo ser, ao menos parcialmente, a principal classe de substância responsável pelas atividades apresentadas. Em conclusão, os resultados obtidos até o momento demonstram a potencialidade da espécie vegetal J. gossypiifolia como adjuvante no tratamento dos envenenamentos botrópicos, podendo ser o primeiro passo para o futuro desenvolvimento de produtos fitoterápicos antiofídicos com matéria-prima genuinamente brasileira para complementação da atual soroterapia no tratamento de acidentes botrópicos.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1549705 - ADRIANA FERREIRA UCHOA
Externo ao Programa - 1663052 - IVANISE MARINA MORETTI REBECCHI
Interno - 2275890 - MARCELO DE SOUSA DA SILVA

Notícia cadastrada em 03/07/2017 09:06  
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