O Projeto Diálogos Sustentáveis consiste num ciclo de palestras relacionado às questões ambientais da atualidade, promovendo o debate entre a comunidade universitária e a sociedade em geral, sobre a luta em defesa do meio ambiente, promovendo a reflexão sobre a importância da preservação da vida no planeta e o desenvolvimento de uma consciência ambiental. No caso, sob o olhar de Paulo Freire conscientizar é entender sua situação no mundo e agir em favor da própria libertação (FREIRE, 1980).
Com painéis apresentados por especialistas nas temáticas abordadas, seguidos de perguntas feitas pelo público; o Diálogos acontece on line, via plataforma google meet. É um evento aberto, nacional, destinado à comunidade acadêmica e qualquer pessoa interessada na temática apresentada.
Em 2021 foram abordados diversos problemas que afetam a sustentabilidade e ameaçam a vida no planeta, em 2022 o foco central foi a crise climática, consequências, desafios e meios de mitigação.
Para 2023 o projeto visa debruçar-se sobre problemáticas socioambientais, que transcendem às questões ecológicas, e a consequente consciência planetária. Exercer essa consciência significa assumir a responsabilidade no processo de transformação do sentimento de estar no mundo e estimular as possibilidades de ação, individuais e coletivas, para um futuro com sustentabilidade, justiça socioambiental e respeito à diversidade.
A consciência planetária ocorre através da percepção das complexas relações entre cada ser vivo e o meio ambiente, que não há indivíduos isolados e que toda vida depende de múltiplas relações. Requer outro paradigma, no qual o ser humano se veja como parte da grande comunidade de vida, termo utilizado na Carta da Terra para designar toda comunidade de seres viventes na Terra. Parte importante, sem dúvida, mas não como uma espécie com o direito de dominar as outras.
Os mesmos elementos químicos que formam o planeta Terra formam cada célula do nosso corpo. As sabedorias ancestrais, dentre tantas coisas, nos ensinam sobre a interconectividade e interdependência de tudo o que existe. Pertencemos e influenciamos toda a Teia da Vida da qual nos fala Fritjof Capra (2008).
O fenômeno que vivemos atualmente, em que toda a humanidade está conectada, é importante sua compreensão por todos porque estamos num momento em que, em vez de diminuir, a ameaça nuclear, a ameaça ecológica e a degradação da vida na terra se expandem (Morin, 2000).
Estamos numa encruzilhada civilizatória em que somos forçados a trazer nosso olhar de volta à Gaia; tão impactada pela ação humana que durante o encontro do Programa Internacional de Geofera e Biosfera, no México, em 2000, o químico atmosférico Paul J. Crutzen, prêmio Nobel de química em 1995, sugeriu definir-se uma nova “época”, a época do humano, e utilizou o termo Antropoceno.
Para Bruno Latour (2014), o conceito de Antropoceno chama a atenção para a dicotomia entre a construção social da natureza e a visão reducionista dos humanos, que tem paralisado a ciência e a política desde o início da modernidade, devido à separação Natureza-Humanidade.
Ainda que haja uma tomada de consciência de todos esses problemas, ela é tímida e não conduziu a nenhuma decisão efetiva, por isso, devemos compreender a condição humana e construir uma consciência planetária (Morin, 2000).
Para Metzger (2020) “O momento é propício não apenas para uma reconexão, mas para uma plena integração do ser humano com as demais espécies dentro deste sistema socioambiental. É a hora de estimular formas moralmente harmônicas e sinérgicas de coexistência”.
No mesmo caminho, o neurocientista Sidarta Ribeiro, em seu livro Sonho Manifesto (2022), mostra que a humanidade vive um contexto de altíssimo risco para a nossa espécie e para muitas outras, e fala da importância do coletivo para salvar o planeta.
Vivemos tempos de múltiplas crises. De maneira geral, precisamos repensar a forma como nos relacionamos, individual e coletivamente, conosco; com as outras pessoas; com os outros seres; com a natureza; com os espaços; compreender a interconectividade e interdependência de tudo o que existe, a partir da consciência dessa rede de relações à qual pertencemos e influenciamos.
Nesse contexto, a 15ª edição do projeto Diálogos Sustentáveis traz para discussão o tema “consciência planetária e reconexão com a natureza”, visando proporcionar reflexões e considerações sobre o contexto de crise social, ambiental e climática enfrentado pelo planeta.
O evento é organizado pelo Programa de Educação Ambiental (ProEA) da Diretoria de Meio Ambiente da Superintendência de Infraestrutura da UFRN, com o apoio da Progesp, Proex e Comitê Gestor do PLS da UFRN
Referências:
CAPRA, Fritjof. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. 08 ed. Tradução Newton Roberval Eichemberg. São Paulo: Editora Cultrix, 2003.
CENTRO DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS DE PETRÓPOLIS. A Carta da Terra: Valores e princípios para um futuro sustentável. Rio de Janeiro: Editora Stamppa Ltda, 2004.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
LATOUR, B. Para distinguir amigos e inimigos no tempo do Antropoceno. Revista de Antropologia, [S. l.], v. 57, n. 1, p. 11-31, 2014. DOI: 10.11606/2179-0892.ra.2014.87702. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/87702 . Acesso em: 3 nov. 2022.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya ; revisão técnica de Edgard de Assis Carvalho. – 2. ed. – São Paulo : Cortez ; Brasília, DF : UNESCO, 2000.
RIBEIRO, Sidarta. Sonho manifesto: dez exercícios urgentes de otimismo apocalíptico. São Paulo: Cia das Letras, 2022.
15h30min - abertura. Apresentação do evento e do tema
16h - apresentação do convidado 1 (Prof. Sidarta Ribeiro - UFRN)
16h30min- apresentação do convidado 2 ( a confirmar)
17h - abertura para perguntas do público
18h - considerações finais e encerramento
LINK de acesso: https://meet.google.com/fes-rjjq-tma
servidores, estudantes e contratados
Qualquer pessoa interessada no assunto
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