O câncer de colo do útero (CCU) é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres em todo o mundo, perdendo apenas para o câncer de pele e o de mama, e apresenta aproximadamente 500 mil novos casos por ano, levando à óbito cerca de 230 mil mulheres anualmente. Sua incidência é cerca de duas vezes maior nos países em desenvolvimento quando comparado com os desenvolvidos. Estima.-se que nos anos de 2008 e 2009 houve 19 mil novos casos de CCU no Brasil, com um risco estimado de 19 casos para cada 100 mil mulheres. As maiores taxas são observadas para as regiões Sul e Norte e as menores para a região Sudeste. A região Nordeste carece de dados epidemiológicos mais precisos sobre essa patologia, provavelmente devido a carência de notificação. No Brasil existem cerca de seis milhões de mulheres entre 35 a 49 anos de idade que nunca realizaram o exame citopatológico do colo do útero (Papanicolaou). Essa faixa etária caracteriza aquela onde mais ocorrem casos positivos deste tipo de câncer. A consequência disso são milhares de novas vítimas a cada ano. Mulheres que, se tivessem tratado a doença a tempo, poderiam estar vivendo hoje uma vida normal. Diferentes estudos mostram a correlação entre a diminuição da mortalidade por câncer do colo do útero e a realização do Exame de Papanicolaou. Por isso, o Ministério da Saúde (MS) continua trabalhando para assegurar, ao maior número dessas mulheres, o acesso às Unidades de Saúde e ao exame citopatológico. É importante lembrar que a maioria delas compõe a classe social mais baixa da população, sem acesso à informação e que não faz prevenção por medo ou até vergonha do exame. Em países onde a citologia oncótica foi ampliada para a maior parte da população, observou-se uma diminuição importante da incidência e mortalidade por essa neoplasia. No entanto no Brasil, apesar da implantação do programa da mulher, pelo MS, e da ampliação da cobertura do exame de Papanicolaou, não observa-se uma redução das taxas de incidência e de mortalidade do CCU tendo a taxa de mortalidade aumentado nas últimas décadas. Acredita-se que os programas de rastreamento baseados no exame de Papanicolaou (Pap) sejam amplamente disponibilizados em países de baixa e média renda, algumas mulheres não participam integralmente desses programas devido a obstáculos estruturais e a barreiras intra/interpessoais, resultando em elevada incidência de câncer cervical bem como de mortalidade decorrente deste câncer, quando comparados com países de alta renda. Os testes moleculares para detecção do Papillomavirus humano (HPV) são eficazes para o rastreamento do câncer cervical, sendo que a utilização deste tipo de teste para a análise de amostras autocoletadas na própria residência das mulheres ("autocoleta") pode ser uma alternativa em potencial, principalmente em mulheres que não estão atualmente engajadas em programas de rastreio vigentes para este câncer.
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