Apesar das intensas mudanças ocorridas na contemporaneidade, do reconhecido avanço das pautas relacionadas à Diversidade e Inclusão, no campo das Ciências ainda há alguns hiatos a serem combatidos, como por exemplo, a hegemonia cultural do Ocidente, a marginalização de saberes populares e a diferença entre a produção de conhecimento quando comparada a categoria de gênero (BIROLI et al, 2020). Neste contexto, cabe às Políticas Públicas e as Instituições de Fomento e Produção científica, criar possibilidades de redução dessas desigualdades, ampliação da isonomia e incentivo à inserção do conhecimento subalternizado nas esferas de produção, divulgação e gestão do conhecimento. Especificamente em relação ao gênero, apesar do crescimento quando comparado ao século XX, dados mundiais ainda apontam para uma diferença significativa entre o quantitativo de homens e mulheres nas Ciências, onde os dados revelam que apenas 30% das cientistas são mulheres, e no caso do Brasil, do universo de pesquisadores, apenas 40,3% são mulheres o que descaracteriza inclusive o percentual de mulheres matriculadas na educação superior (UNESCO, 2018). Como consequência se percebem estatísticas que refletem imensa invisibilidade além de pouco reconhecimento em torno da produção de conhecimento feminino nas ciências, tecnologias, engenharias e matemática, que acarreta na sub-representação, em enormes desigualdades e disparidades quando em comparação à representação masculina. Tal fato pode ser observado, por exemplo, quando se constatam que apenas 17 mulheres foram contempladas com Prêmio Nobel em Química, Física ou Medicina contra um universo de 572 homens nessa mesma categoria (UNESCO, 2018). Dessa maneira esta temática compõe, em função da equidade de gênero e melhoria da educação, dois aspectos integrantes da Agenda 2023 na Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a partir do pressuposto que Meninas e Mulheres precisam ser encorajadas, oportunizadas e inseridas nesse enfretamento a partir de estratégias institucionais, políticas públicas e iniciativas de desenvolvimento de soluções para solução deste problema e consequentemente, estimular o interesse, participação e engajamento da educação científica e formação de novas possibilidades futuras para as ciências, engenharias, matemática e tecnologias como fruto da inserção feminina. O projeto Lugar de Menina é na Ciência: uma proposta de alfabetização científica, tem como objetivo geral executar uma experiência formativa junto às escolas de educação básica do município de Caicó/RN, a fim de promover ações de enfretamento ao problema da invisibilidade e sub-representação feminina nas ciências, além de possibilitar, em função da atual Curricularização da Extensão no âmbito da UFRN, propiciar uma inserção no contexto do Ensino das Ciências presentes na proposta curricular do Curso de Pedagogia a partir dos componentes de Ensino de Ciências Físicas e Biológicas I e Diálogos Marginais nas Ciências, situadas no atual projeto pedagógico da licenciatura em do Centro de Ensino Superior do Seridó. Além disso, se coaduna aos objetivos da Agenda 2030 e a Resolução 077/2017 do CONSEPE, onde se tem como metas, a promoção de educação científica, ampliação do diálogo entre a Universidade e a comunidade, além da indução de práticas de Gênero e Ciência no contexto das vivências do Ceres em Caicó.
Discentes e docentes do CERES de Caicó
Estudantes e professores da educação básica de escolas do Seridó Potiguar
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