O bioma Caatinga tem sido historicamente utilizado pelo homem para atender uma diversidade de demandas: madeira para construções e energia, forragem nativa para os animais domésticos, fibras, frutos para consumo e produção de óleos, uma diversidade de plantas para usos medicinais, etc. Atualmente, dois usos continuam exercendo uma pressão significativa sobre a vegetação nativa: a demanda por lenha e carvão vegetal e o pastoreio extensivo. Além disso, se desenha um potencial cada vez mais importante de produtos não-madeireiros seja via princípios ativos (fármacos, cosméticos, aromáticos) seja para artesanato ou como alimentos. No contexto da mudança climática, essas demandas necessárias para promover a segurança alimentar, hídrica, energética conservando as paisagens sua biodiversidade e os serviços ecossistêmicos, dando suporte a um desenvolvimento local apenas se sustentam em longo prazo a partir do uso sustentável da vegetação mediante técnicas de manejo, utilização e beneficiamento adequadas. Essas técnicas necessitam ser desenvolvidas, experimentadas, desenhadas e implementadas a partir de métodos científicos e comprovados na prática. A presente proposta, vem no sentido de apoiar essas demandas e colaborar para os esforços em curso de outras iniciativas como a Rede de Manejo Florestal da Caatinga (RMFC) que foi criada em 2003 e articula um conjunto de instituições de pesquisa e ensino no bioma ao redor da temática de manejo florestal sustentável e é uma das quatro redes de parcelas permanentes apoiados pelo Serviço Florestal Brasileiro (Sistema Nacional de Parcelas Permanentes SisPP). Desde a sua criação vem implementando e monitorando unidades experimentais dispersas no bioma, abrangendo 12 sítios no RN, CE, PE, PB e PI, 180 parcelas permanentes em 90 hectares. Os resultados técnico-científicos da RMFC vêm subsidiando especificamente normativas sobre manejo florestal madeireiro e são difundidos por meio de publicações e livros. No entanto, não há ações de EXTENSÃO como parte dessas atividades. O contexto socioeconômico e ambiental, presente no bioma Caatinga, demanda uma ampliação desses esforços visando aprofundar os estudos sobre as diversas técnicas de intervenção (forragem, frutos, madeira, folhas, resinas entre outras) mais adequadas, ciclos de corte e crescimento e regeneração da vegetação nativa manejada e, para que os esforços resultem em ótimos resultados se faz necessária a prática de ações de extensão junto às comunidades onde a extração de lenha é realizada no estado do Rio Grande do Norte (UFRN). É importante associar os estudos de novas formas de intervenção que possam potencializar a diversidade de produtos e resíduos através de sistemas adequadas e viáveis de aproveitamento e uso no mercado e nas indústrias à educação ambiental continuada por meio de assessoria técnica e promoção de seminários temáticos. Vale salientar que, até o momento, há pouca informação técnica disponível, seja em nível local, regional, nacional e internacional de trabalhos com a referida metodologia de associar pesquisa à extensão em áreas sob manejo florestal sustentável no estado do Rio Grande do Norte (RN). Da mesma forma é fundamental relacionar as técnicas de manejo florestal com a demanda forrageira e por produtos não-madeireiros. Os estudos existentes sobre o manejo silvopastoril da Caatinga (Embrapa Caprinos em Sobral/CE) foram fundamentais para estabelecer os primeiros alicerces nesse sentido. Contudo, após um período de intensos estudos e pesquisas, houve uma estagnação de esforços e se estabeleceu uma lacuna de conhecimento para aprofundar e regionalizar os resultados obtidos até o momento. Ademais o mosaico de comportamentos da Caatinga exige estudos específicos para as distintas realidades. A preocupação inserida no seio da sociedade planetária, promoveram vários mecanismos e compromissos voltados para sustentabilidade de "Nossa Casa Comum" e, foram sistematizados e explicitados pelas Nações Unidas nos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável ODS, como também no Acordo de Paris, iniciativas onde o Brasil exerceu um protagonismo importante na consolidação. Exatamente neste cenário esta proposta busca atuar por meio da interação com os diversos setores da sociedade, visando o intercâmbio e o aprimoramento do conhecimento, bem como a atuação Universidade na realidade social por meio de ações de caráter educativo, científico e tecnológico, tratando das temáticas em áreas rurais onde há a prática da extração da madeira do bioma Caatinga, sob as temáticas: 1. uso e manejo florestal sustentado da Caatinga; 2. ciclagem de nutrientes e aproveitamento de resíduos florestais; 3. beneficiamento de produtos florestais (doces, bebidas, farinhas, extratos entre outros); 4. uso eficiente dos produtos florestais pelo setor industrial; 5. gestão de ecossistemas semiáridos e florestas secas. As ações que serão executas promoverão: 1. Uma articulação estadual, regional e internacional voltada para extensão e geração de conhecimento técnico-científico sobre produção sustentável no bioma Caatinga a partir de recursos naturais locais para as florestas secas no contexto das áreas susceptíveis à desertificação, das mudanças climáticas e da conservação da biodiversidade; 2. Uma articulação estadual e nacional voltada para educação ambiental e geração de conhecimento técnico-científico sobre uso eficiente e melhoria tecnológica dos produtos da Caatinga no setor industrial; 3. Articulação integrada e vinculação da produção sustentável e uso eficiente; 4. Articulação com o Parque Científico e Tecnológico Augusto Severo (PAX) visando replicar as ações em nível nacional; 5. O protagonismo social, com a participação de agricultores experimentadores e suas áreas num processo interativo com a Universidade, promovendo e aproximando a pesquisa aplicada à realidade socioambiental. Todas as atividades desenvolvidas permitirão o envolvimento e capacitação de alunos dos cursos em níveis médio, técnico, graduação e pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), bem como de outras universidades e instituições parceiras, nacionais e internacionais. Além do envolvimento direto das comunidades rurais e suas famílias por meio de uma rede de agricultores experimentadores. Esta formação se dará por meio de atividades práticas (pesquisas em campo), apresentação de dados resultantes de pesquisas realizadas nas áreas e, intercâmbios técnico-científicos, dias de campo quando dos seminários interinstitucionais e das práticas dialógicas devolutivas dos resultados junto às comunidades parcerias que serão referencias locais de difusão aplicada dos trabalhos. Haverá ainda a inserção dos professores da UFRN no cenário regional (Nordeste), nacional e internacional de discussão do uso sustentável de florestas secas em especial no contexto dos Painéis Técnicos das Conversões das Nações Unidas relacionadas ao meio ambiente (Desertificação, Mudanças Climáticas e Biodiversidade).
Alunos em níveis Técnico/Integrado, Graduação e Pós-Graduação
Comunidades rurais onde há extração da madeira em Planos de Manejo Florestal Sustentável, Sociedade em geral.
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