Universidade Federal do Rio Grande do Norte Natal, 26 de Setembro de 2024

Visualização da Ação de Extensão


Ação de Extensão
Título: ENSINO DE HISTÓRIA EM TEMPOS PANDEMIA
Ano: 2020 Nº Bolsas Concedidas: 0 Nº Discentes Envolvidos: 0 Público Estimado: 200
Período do Evento: 16/04/2020 a 20/05/2020
Área Principal: DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA Área do CNPq: Ciências Humanas
Unidade Proponente: DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA Unidades Envolvidas:
Tipo: EVENTO
Municípios de Realização: NATAL - RN
Espaços de Realização: UFRN digital
Fonte de Financiamento: AÇÃO AUTO-FINANCIADA
Tipo do Evento: ENCONTRO Carga Horária: 14 Quantidade de Vagas: 200
Responsável pela Ação: FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
E-mail do Responsável: santiago.jr@gmail.com
Contato do Responsável: (84) 98123-7069
Url da Acão: https://sigaa.ufrn.br/sigaa/link/public/extensao/visualizacaoAcaoExtensao/91815120

Resumo

A recente pandemia causada pelo novo coronavírus propôs um grande desafio social para a universidade pública em geral e para a UFRN em particular, ao qual os professores do grupo de pesquisa “Espaços, Poderes e Práticas Sociais”, vinculado ao CNPq, e o corpo docente do Programa de Pós-Graduação Profissional em Ensino de História e do Departamento de História da UFRN decidiram tentar responder. Autoridades públicas estaduais e municipais baixaram decretos diminuindo ou suspendendo a disponibilização de serviços que implicam em aglomeração de pessoas. Por iniciativa interna, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte baixou a Portaria 452/2020-R de 17 de março de 2020, suspendendo todas as aulas presenciais e do ensino à distância em modalidades de graduação e pós-graduação. Contudo, a UFRN continua sua atuação nas áreas diretamente voltadas ao combate da Pandemia nacionalmente, investindo na colaboração com a saúde pública a partir de seu pessoal e laboratórios voltados à saúde e ciências biológicas. 

Mas não somente os profissionais das áreas de saúde podem colaborar. A atuação universitária com a formação de professores continua sendo uma possibilidade de integração social no cenário da pandemia do covid-19, uma vez que os professores que agora se encontram impossibilitados de entrarem em sala de aula, bem como seus alunos, os quais serão futuros professores, podem continuar sendo agentes a partir da constatação das possibilidades reais de integração por ações virtuais.

O Programa de Pós-graduação em Ensino de História, mestrado profissional em Rede Nacional do qual a UFRN é polo é voltado aos professores da educação básica, projetado para a especialização e formação continuada de um profissional que atua no espaço escolar e que, no atual quadro social, está apartado de sua função mais imediata. Essa situação ocorre também nos cursos de licenciatura que estão impedidos de dar aula, tornando mister articular uma problemática que se impõe: o que pode contribuir um professor de história no cenário da pandemia quando esta parece requisitar dos sujeitos sociais engajamento com outras qualificações?

Em realidade essa pergunta reflete o drama de todos os professores de áreas não relacionadas diretamente ao problema da saúde pública mais imediata. Seja na universidade ou no ensino fundamental e médio, como no ensino profissionalizante, a impossibilidade de ir à sala de aula parece criar um problema logístico de exercício de licenciaturas em geral, e de cursos de pós-graduação profissionais ou acadêmicas. Para que serveria o professor fora do cenário da normalidade?

Talvez uma forma de começar a responder seja justamente pensando para que serve o professor de história em cenário cotidiano: além de cumprir as funções requisitadas pelo ensino de história tais como assegurados pela Constituição de 1988, pela LDB e por outras leis que regem o ensino escolar no Brasil – entre as quais podemos citar a famosa Lei 9. 11.645, de 10 de março de 2008 (sobre ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”), o professor de história cumpre suas funções profissionais e legais na formação escolar a partir do uso do método histórico como construtor de orientações temporais para ação numa vida pública de caráter democrático na construção de identidades tolerantes com a diversidade de sujeitos e grupos sociais. Isso significa que o professor de história usa a disciplina histórica para reconstruir as orientações temporais da vida prática por meio de objetos de conhecimento (os temas históricos); pelo aprendizado de conceitos historicamente constituídos; pela aplicação de habilidades do método histórico que permitem ao estudante analisar, contar, recontar, identificar, sintetizar, qualificar diferentes sujeitos históricos, diferentes espaços e temporalidades usando fontes diversas.

Isso implica também que a história ocorre no aprendizado do tema, mas também se aprende história pela aplicação de procedimentos que têm por fim construir orientação temporal. Mais do que poder fazer isso apenas em situações de “normalidade” pública, tais funções continuam sendo possíveis, ainda mais num universo virtualmente conectado, e o professor de história, guardião do passado em alguma medida, produz orientações para o presente a partir de saberes construídos e, pela, aplicação de procedimentos que podem colocar o mundo contemporâneo em perspectiva. Não esqueçamos que a pandemia é O cenário da história que se desenrola enquanto somos testemunhas dessa exceção elevada à condição de “normalidade”, espera-se, temporária.

O professor de história conhece por exemplo o tema mais evidente relacionado ao cenário da Covid-19: as epidemias da história, desde a Peste Bubônica à Epidemia Espanhola, para citar as mais famosas, ou especificamente, no caso do Brasil, a epidemia de meningite em São Paulo nos anos 1970. Qual o aprendizado das experiências e soluções criadas pelos sujeitos e grupos sociais na época que passaram por tais situações? No que elas permitem, atualmente, colocar nossa experiência social com a pandemia em perspectiva? 

Ora, para além desse aspecto mais evidente, é possível relacionar outras possibilidades: o impacto da tecnologia na aprendizagem histórica em tempos de exceção de saúde pública? Como enfrentar as narrativas cotidianas de informação e desinformação que marcamo nosso presente, mas marcaram também o passado? Qual o impacto da (des)qualificação do saber especializado em meio a pandemia na conduta do professor de história? Como trabalhar com os usos do passado (epidêmicos ou não) em cenários de disputas de narrativas? O que o método histórico oferece como possibilidade para enfrentamento das demandas que surgem no espaço público atual? Como o professor de história pode lidar com seu próprio testemunho do mundo histórico? Como construir perspectivas para o legado da pandemia em meio as expectativas com futuras modificações sociais? Como a pandemia é vivida como uma disputa por narrativas, imagens e discursos nos meios públicos virtuais? Quais as mobilizações de cultura política que são construídas no cenário atual e como capitalizar isso no cenário da pandemia e construir outro legado para ela?

Em especial, o PROFHISTÓRIA UFRN receberia agora a turma nova 2020, os quais mal puderam participar de suas primeiras aulas. Torna-se mister criar vínculos com a turma nova, bem como com as turmas anteriores e demais interessados. Sendo o PROFHISTÓRIA um mestrado profissional voltado a professores da Rede pública, torna-se mister pensar no aluno-professor que é testemunha-espectador e pode se tornar atuante na pandemia. Essas e outras questões estão na base de nossa proposta, que consiste em um conjunto de palestras-lives com temas que reverberam questões cadentes no mundo contemporâneo, centralmente organizados ao redor de eixos relacionados ao ensino de história: 1) usos do passado no presente; 2) diversidade cultural e ensino de história; 3) a construção narrativa dos acontecimentos contemporâneos. 

Serão sete palestras, duas por semana, as terças-feiras e quintas-feiras, às 19h. As palestras têm temas específicos individuais e são ministradas pelos professores do corpo docente do PROFHISTÓRIA. Ao final delas pretendemos que novas perspectivas e possibilidades possam se abrir para o papel do ensino de história em cenários de crise social. 


Programação

16/04: TICs e o ensino à distância no cenário da pandemia, com a professora Dra. Vanessa Spinosa.

21/04: A guerra das imagens, a pandemia e o ensino de história, com o prof. Dr. Francisco das C. F. Santiago Júnior.

23/04: Professores de história como testemunhas da História: algumas ideias nesse momento de pandemia, com a professora Dra. Margarida Dias de Oliveira.

28/04: Desigualdade e exclusão na perspectiva de gênero e/ou raça, com a professora Dra. Juliana Teixeira Souza. 

30/04: Rom@rias in lives: ciberdevoções e santuários virtuais em tempo de pandemia, com o professor Dr. Magno Francisco dos Santos.

05/05: Cultura material, arqueologia e ensino da História em meio à cultura do entretenimento, com o professor Dr. Roberto Airon Silva.

07/05: Usos do passado: a história recente diante dos revisionismo e negacionismos, com o professor Dr. Haroldo Loguércio.


Públicos Alvo

Interno:

Estudantes da pós-graduação e da graduação da UFRN


Externo:

Egressos dos cursos de história da UFRN e demais interessados



Membros da Equipe

  DEIVEDY BASILIO DA SILVA
Categoria: SERVIDOR
Função : AUXILIAR TÉCNICO
  FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
Categoria: DOCENTE
Função : COORDENADOR(A)
  ROBERTO AIRON SILVA
Categoria: DOCENTE
Função : MINISTRANTE

  MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
Categoria: DOCENTE
Função : MINISTRANTE
  JULIANA TEIXEIRA SOUZA
Categoria: DOCENTE
Função : MINISTRANTE
  MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
Categoria: DOCENTE
Função : MINISTRANTE

  HAROLDO LOGUERCIO CARVALHO
Categoria: DOCENTE
Função : MINISTRANTE
  VANESSA SPINOSA
Categoria: DOCENTE
Função : MINISTRANTE


Lista de Fotos

[Foto não Encotrada!]

Cartaz.



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